
Frederik Hendrik Kaemmerer
Neste mar à minha frente /
O sol repousa e os nossos olhos dormem...
E este calor que dimana da terra e nos confunde com ela,
Nos aquece as pernas de encontro à areia, numa vida exterior
Com mais sangue que a nossa e, sobretudo, cheia
Duma inconsciência que se não parece com nada,
Esta respiração pausada como as ondas, de trás para diante
Fazendo, lentas, e desfazendo
A mesma curva, humaníssima e sensível,
Faz-me escrever, devagar, e com letra de menino pequeno
Sobre o chão acamado, esta palavra.
AMOR.
António Pedro
(Foto e texto, In site da Comissão Episcopal da Cultura)