terça-feira, 8 de março de 2005

DIA INTERNACIONAL DA MULHER - 4

Heroínas tão ignoradas...
Hoje, como manda a tradição, o senhor Presidente da República homenageou 30 mulheres nossas compatriotas, que se distinguiram, ao longo do ano ou das suas vidas, nas áreas em que estão envolvidas, contribuindo para uma sociedade mais justa, no respeito pelas diferenças. É bom reconhecer a justeza desta atitude do senhor Presidente Jorge Sampaio, numa data em que se procura sublinhar, um pouco por todo o mundo ocidental, sobretudo, a importância da mulher, tanto na família como no trabalho, tanto na política como na cultura, tanto na ciência como no ensino, tanto no desporto como na arte. De facto, desde sempre a mulher foi a trave-mestra da sociedade, quer pela sensibilidade que oferece a tudo quanto faz, quer pelo dom da maternidade, quer, ainda, pela ternura com que suaviza as agruras da vida. Mesmo quando, durante tantos séculos, ela foi escravizada pelas comunidades patriarcais, sempre a sua marca esteve presente. Mas se é importante reconhecer a pertinência do gesto do senhor Presidente da República, distinguindo mulheres que, de alguma forma, deram provas de competência e lutaram pela dignificação das mulheres, pelo seu exemplo e acção, também é correcto pensar que muitas outras continuam a ser esquecidas. São as mulheres humildes que se dão sem limites a tudo em que estão metidas, quantas vezes com sacrifícios inauditos. São as heroínas, tão ignoradas, com duplos empregos, na profissão e em casa. São as maltratadas pelos maridos e secundarizadas nos locais de trabalho. São as exploradas pelos patrões desonestos. São as escravas sexuais que não conseguem libertar-se de redes mafiosas. São as discriminadas na sociedade machista. São todas essas, entre outras, que eu hoje quero homenagear, com a minha solidariedade e reconhecimento, por tudo quanto nos dão. F.M.

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