sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

PARA RECORDAR - 1


Em momentos de alguma solidão que me levam a recordar tempos que não voltam, vou dando por mim a pensar na vida agitada que levei durante anos e anos. Esta foto trouxe-me à memória os trabalhos jornalísticos com prazos marcados com rigor matemático. O PC era peça indispensável e o cérebro não tinha tempo para dormir a sesta. Textos escritos e revistos, era necessário correr para a Biblioteca da Figueira da Foz, onde havia NET para enviar a minha colaboração para os jornais. Bons tempos.

PORTUGAL RETOMA A INDEPENDÊNCIA


O dia 1.º de dezembro de 1640 ficou na história como data simbólica e real da nossa libertação do jugo da monarquia do país vizinho. O rei era o mesmo, Filipe de Espanha e de Portugal, mas o descontentamento generalizou-se com a carestia de vida e o desânimo pátrio. Os conjurados, depressa e com eficácia,  assumiram a luta. Foram, ao paço, onde vivia a representante do Rei de Espanha, Duquesa de Mântua, com o seu secretário, Miguel de Vasconcelos. Este foi liquidado como traidor e lançado pela janela para a rua, onde os populares descarregaram a sua ira. Um arauto, cavalgando pela cidade de Lisboa, anunciou, alto e bom som, que Portugal era, de novo, independente. Assim aprendi, mais ou menos, quando era menino.

RIA DE AVEIRO - BARCO MOLICEIRO


RIA DE AVEIRO

Na ria de Aveiro
Quero um pequenino
Barco moliceiro.
Também sou menino.

Na ria de Aveiro
Podeis vir comigo,
Barco moliceiro
Nunca tem perigo.

Nunca se naufraga
Na ria inocente:
Da crista da vaga
Vêm braços à gente.

Quer vão ao moliço,
Quer soltem as redes,
O mar é submisso
Aos barcos que vedes.

Brancas, amarelas,
Na ria de Aveiro
Se espalham as velas:
Brinquedo ligeiro.

Também sou menino,
Ó moças de Aveiro!
Dai-me um pequenino
Barco moliceiro

RIBEIRO COUTO
1944

Ribeiro Couto (1898-1963)
 terá passado por Aveiro em 1944 
– pelo menos é essa a data do seu poema –,
onde se deixou cativar pela graça 
quase alada dos barcos moliceiros. 
Caso Curioso, na mesma época
estabeleceria relações de Índole literária 
com Mário Sacramento.

“Aveiro e o seu Distrito”, 
n.º 20, Dezembro de 1975

quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Dia de Santo André

O Dia de Santo André celebra-se no dia 30 de novembro. Santo André, o irmão mais velho de São Pedro, foi um dos 12 apóstolos de Jesus Cristo. Era pescador como o seu irmão e com ele abandonou tudo para seguir Jesus. A história regista o seu martírio e morte no dia 30 de novembro do ano 63.

Gaspar Albino deixou muitas saudades



Há amigos que gosto de recordar, sobretudo os que já partiram e nos  legaram sinais indeléveis de sensibilidades e artes que os marcaram. Gaspar Albino foi um deles.
Quando procuro ou arrumo livros ou papéis deparo normalmente com curiosidades que me convidam de imediato a partilhá-las com o nosso mundo, tão diferente pelas novas e diversificadas tecnologias da comunicação. 
Hoje encontrei um catálogo sobre uma exposição de pintura de Gaspar Albino no Centro Cultural da Gafanha da Nazaré, com data de 2001, em “Homenagem ao Pescador Manuel”.
O catálogo saiu muito enriquecido com textos de Pedro Calheiros, Professor da Universidade de Aveiro, Vasco Branco, artista multifacetado e proprietário da Farmácia Branco, Jeremias Bandarra, artista plástico e nosso comum amigo, Joaquim Correia, professor da Universidade de Coimbra, e do próprio Gaspar Albino, que desenvolve, em texto singularmente expressivo “Eu, pintor, me confesso — Portas que entreabri; caminhos que não percorri.”

Fernando Martins

AVEIRO - Pequena Holanda


«A região de Aveiro é uma pequena Holanda em clima e luz ocidentais. Provavelmente pela extensa superfície de evaporação de centos de hectares de água salgada, toda esta região se distingue no norte do país pela luz irisada que a banha e de momento a momento muda de tom. Por vezes julgamo-nos aí transportados a uma região ideal.»

António Arroio, 
engenheiro e crítico, Porto, 1856; Lisboa, 1934

Fonte: "Origens da Ria de Aveiro”, 
de Orlando de Oliveira

quarta-feira, 29 de novembro de 2023

Chuva e Sol


Há minutos chovia e agora o sol brilha lá fora. Ainda bem, porque tenho de sair para exame médico. Eu sei que o sol e os dias claros que ele produz são os preferidos, mas a chuva também faz falta. Sem ela, a seca torna-se perigosa. As barragens não têm outra forma de sobreviver e os campos pouco produzem. Bendita seja, pois, a chuva e de permeio que o sol brilhe para nos aquecer a alma.

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