terça-feira, 21 de novembro de 2023

Os amigos não se esquecem


Os amigos não se esquecem, mesmo quando partem para o regaço maternal de Deus. E um dia, estaremos todos juntos. Esta é a minha posição perante a existência humana. Assim penso pela fé que me anima, desde tenra idade.
Hoje evoco, com muita saudade, o Padre Miguel Lencastre e o Daniel Rodrigues, já falecidos, e o Padre António Maria, célebre cantor, felizmente ainda vivo, tanto quanto sei e desejo.
Esta foto regista um encontro que tivemos, à hora do chá, na residência paroquial da Gafanha da Nazaré. Porquê?
O Daniel Rodrigues era jornalista profissional e eu colaborava com ele como correspondente do "Comércio do Porto". Eram frequentes as visitas do Daniel à Gafanha, em serviços de reportagem. Daí a nossa amizade, principalmente quando enveredou pelo jornalismo, deixando as funções que desempenhava no Tribunal de Aveiro.
O Padre António, que não vejo há muito, não sei por onde andará, mas deve continuar entusiasmado com a sua fé e com as canções que o animam na vida, animando outros na sua caminhada terrena.

Tempos que não voltam


Nos meus vagares, continuo a procurar marcas dos tempos que passaram, normalmente ao sabor das marés. Em cima o trabalho duro e em baixo o desporto. Corrida de moliceiros, numa época em que eles eram os reis da laguna aveirense. Presentemente, servem para mostrar Aveiro e arredores vistos da ria.

RIA DE AVEIRO - Trabalho e Recreio


Moliceiro com duas velas carregado de moliço e dois homens em plena laguna. Ao longe, barquinhos de recreio. A Ria sempre foi assim. Enquanto uns trabalham, suando por todos os poros, outros gozam o panorama dos ares frescos da maresia. 
Foto muito antiga que nos apresenta a realidade da vida, Nos tempos modernos, o moliço foi substituído por fertilizantes químicos, mas o recreio permanece muito semelhante.

segunda-feira, 20 de novembro de 2023

PRAIA DA BARRA: Igreja da Sagrada Família

A igreja da Sagrada Família da Praia da Barra foi inaugurada em 1987, pois a pequena capela de S. João, situada junto ao farol, se mostrava insuficiente para as necessidades desta paróquia, em especial nas épocas de veraneio. É uma construção moderna, na qual é notória a falta de unidade arqutétonica, pois foi alvo de intervenções de vários projetistas, o que se verifica pela heterogeneidade do conjunto. 
Apresenta planta centrada de base quadrada sob a diagonal. A entrada principal é marcada por dois corpos laterais que sobem em forma de mãos erguidas. O batistério é acentuado por um corpo cilíndrico, no topo do qual uma estrutura em forma de cruz permite que o sol proteja a sua sombra do mesmo.

NOTA: Base da informação - Google

O importante é aproveitar o tempo

Tudo deve mudar para que tudo fique na mesma. Pois é verdade. No fundo, pregamos que é preciso assumir a adaptação aos tempos que correm, embora ligados aos princípios que regem a nossa vida, mas afinal continuamos a viver a nossa vidinha num ramerrão do qual não é fácil fugir. 
Bem queria adaptar-me aos novos tempos, seguindo passos dos mais novos, mas não e fácil.
Para já, tenho pela frente releituras e já  confirmei que vale a pena.  Há tanta coisa que foi abafada por algumas banalidades!
O mundo que mais me agrada, para além da família e amigos, é o dos livros. Por eles e com eles corro o mundo todo. Na foto, na célebre Livraria Bertrand, há anos,  com um livro do Cardeal e Poeta Tolentino Mendonça. 

domingo, 19 de novembro de 2023

Figueira da Foz de passagem


Estar na Figueira da Foz é um prazer. E quando passo por lá sinto pena de a deixar. Contudo, vou-me conformando com a impossibilidade de passar férias naquele ambiente. No verão, o movimento já nos incomoda. Eu sei que temos ao nosso dispor, bem perto de casa, a Barra, a Costa Nova e a Vagueira. Mas há gostos e lembranças que nos marcam para a vida. Aconteceu isso mesmo comigo. 

Orlando Figueiredo - ÁGUA



ÁGUA

Mar fecundo
de velas abertas em cristais de ternura
sais impuros sem repouso
Vasos comunicantes
braços tranquilos fatigados
Doce mistério de gestos repetidos
compassados sons de maternidade
gritos surdos
espelhados no verde das algas

Aqui
neste espaço febril
somos plancton dedos luz
somos aves sem retorno
água que corre


Orlando Figueiredo

In “Guardador de sonhos”