ÁGUA
Mar fecundo
de velas abertas em cristais de ternura
sais impuros sem repouso
Vasos comunicantes
braços tranquilos fatigados
Doce mistério de gestos repetidos
compassados sons de maternidade
gritos surdos
espelhados no verde das algas
Aqui
neste espaço febril
somos plancton dedos luz
somos aves sem retorno
água que corre
Orlando Figueiredo
In “Guardador de sonhos”