Tenho andado preguiçoso. Há, realmente, dias assim. Não acertava com assunto de interesse. De repente, passei por um quarto e olhei para a cama antiga que acolhe, por vezes, quem precisa de dormir. E achei bonita esta decoração do século passado. Cumpri o desafio de escrever todos os dias.
quinta-feira, 13 de julho de 2023
terça-feira, 11 de julho de 2023
CONVIVER COM ANTIGOS ALUNOS É UMA SENSAÇÃO INEXPLICÁVEL
Não podemos esquecer
os que não puderam estar entre nós
Conviver com antigos alunos que conheci ainda meninos e agora são avôs é uma sensação inexplicável. No almoço com eles para o qual fui convidado, senti uma enorme emoção, apesar de este encontro surgir na sequência de outros. Por estranho que possa parecer, desta vez teve um sabor especial. A pandemia não permitiu nem aconselhou convívios e a vida passa a correr. E eu, agora com 84 anos de idade, senti, de forma mais expressiva, a força e a ternura da amizade.
Nesta idade, as emoções têm outro sabor. Olhamos para trás e tudo fica mais distante, mas frente aos antigos alunos todas as antigas vivências têm um sabor mais refinado, ficando gravado na alma com renovado sabor.
A simpatia e a amizade precisam, realmente, destas festas, onde a conversa não cansa e os sorrisos abertos e espontâneos deixam marcas indeléveis que perduram até ao fim da minha existência terrena.
Durante o repasto, nunca me cansei de olhar e recordar os meninos a quem ensinei as primeiras letras. E da minha memória, já cansada pelo tempo que corre apressado, revivi olhitos bem abertos e escancarados à vida nova proporcionada pela escola e pelos amigos da sala de aula e dos recreios, naquele tempo com muros que separavam os meninos das meninas, uma atitude masoquista da política salazarista.
Tudo isso me fez recuar no tempo durante o almoço cuidadosamente preparado e servido com eficiência mas saboreado quase sem interromper a conversa entre os presentes, lembrando, simultaneamente, alguns que já partiram para o seio de Deus ou emigraram.
Sinto-me imensamente feliz por me ter encontrado e por conviver com os meus queridos alunos de há tantos anos. São estas coisas que me dão coragem para viver e para partilhar o que me vai na alma.
No final, fui presenteado com uma jarra de cristal onde foi gravado o meu retrato. Muito obrigado a todos.
Fernando Martins
XXXVIII FESTIVAL DE FOLCLORE NA GAFANHA DA NAZARÉ
| Presidente da CMI entrega lembranças a um grupo |
| Na hora da exibição |
Realizou-se recentemente, 8 de Julho, o XXXVIII Festival Nacional de Folclore, organizado pelo Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, com o propósito de conviver com todos os que apreciam e respeitam as tradições que nos foram legadas pelos nossos antepassados. Junta-se a esse facto a celebração dos 40 anos da fundação do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré (GEGN).
Do programa, constou a inauguração de uma mostra, Volumes e Traços, do artista Carlos Matos, nosso conterrâneo, no auditório Mãe do Redentor, Igreja Matriz, a receção aos grupos e ranchos na Casa Gafanhoa – Museu Etnográfico –, com abertura oficial do Festival, o jantar na Casa da Música, o desfile e Festival propriamente dito.
segunda-feira, 10 de julho de 2023
Américo Aguiar vai ser nomeado cardeal
Li agora no PÚBLICO online que o Bispo Auxiliar de Lisboa, Américo Aguiar, vai ser nomeada cardeal no próximo consistório, 30 de setembro. Américo Aguiar é o bispo com maiores responsabilidade na organização da JMJ que vão ter lugar em Portugal, em agosto.
domingo, 9 de julho de 2023
Carlos Matos expõe no salão da Igreja Matriz
Exposição encerra na terça-feira
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| Carlos Matos junto de trabalhos seus |
Depois da participação na Eucaristia de hoje, na Igreja Matriz da Gafanha da Nazaré, desci apressado para apreciar e meditar sobre uma exposição de um artista da nossa terra, Carlos Matos, que conheço há anos. No final da celebração, o nosso prior, Pe. César, recomendou aos participantes, aliás, que não deixassem de visitar a exposição, patente num espaço anexo ao Salão Paroquial.
Dirigi-me para lá, não só para dar um abraço ao artista, mas também para me deliciar com a sua expressão artística, onde sobressai, com grande nitidez, uma espiritualidade que nos envolve plenamente. Escultura em madeira e pintura que ornamentam qualquer espaço de uma casa de bom gosto.
Recomendo que passem por lá quanto antes, porque a exposição encerra na próxima terça-feira. Porém, se não puderem, têm como alternativa visitar o seu atelier, “Nicho D’Artes” , Rua João dos Santos, Gafanha da Nazaré.
Nota: Sobre Carlos Matos pode ler mais aqui
sábado, 8 de julho de 2023
Faleceu José Mattoso - Um Homem Bom e Sábio
A minha homenagem
a um Homem Bom e Sábio
«Temos alguma coisa a dizer. Sem dúvida. Se formos capazes de, em contrapartida dos delitos e horrores do nosso tempo, oferecermos mais amor e bondade. Mais do que quê? Mais do que temos oferecido, é claro. Mais, porque o que temos oferecido não é, nem será nunca, suficiente. Mais, porque os pobres e oprimidos deste mundo vivem na miséria e são nossos irmãos. Mais, porque o que podemos fazer é apenas símbolo do que seria preciso.
Não sabemos como se faz esta contabilidade do mais e do menos. Só sabemos que temos de abandonar muitos preconceitos, de alijar muita carga inútil e de oferecer mais amor e bondade. Temos de converter o nosso coração, e deixar que a Palavra, que é o próprio Jesus Cristo, produza em nós a metanoia. Temos de acreditar, com uma fé inteira, na eficácia dos gestos simbólicos que Jesus nos ensinou a fazer. Então, por meio de um olhar novo sobre o mundo, seremos capazes de ver o que nele já existe de divino, e que é semente e promessa de unidade. E tendo visto a marca do divino, deixar que ela solte em nós esse amor e bondade que são a marca da verdadeira fraternidade.»
José Mattoso
In “LEVANTAR O CÉU — Os labirintos da Sabedoria”
NOTA: Quando li a notícia da partida de José Mattoso para o seio de Deus, fiquei sem palavras. Ouvi-o presencialmente e testemunhei a sua comoção durante uma conferência. Só fui capaz de selecionar um excerto de um dos seus livros. F. M.
Sobre o silêncio: há muitos silêncios. 3
Crónica de Anselmo Borges
no Diário de Notícias
no Diário de Notícias
Continuamos com a urgência da cultura da pausa e do silêncio. Repetindo, chama-se, como diz o jesuíta Juan Masiá, professor em Tóquio, cultura da pausa à tradição oriental de dar importância aos silêncios numa conversa, às margens numa folha escrita ou num quadro, aos intervalos entre as palavras, aos vazios nas letras, aos espaços livres na arquitectura, ao não dito na mensagem, à receptividade na contemplação. Parar para ouvir o silêncio e contemplar: em vez de olhares para ti e eu olhar para mim, deixemo-nos olhar ambos pela "Realidade-Assim-Sempre-Presente cuja aura comum nos envolve". Sai de ti, para te encontrares no Todo. Deixa o eu superficial, transcende, descendo até ao eu profundo e ao "Assim-Sempre-Presente", que se manifesta. Sem pausas de silêncio, como poderíamos ouvir uma mensagem ou uma sinfonia? Sem intervalos, margens e vazios nas letras e entre frases, como poderíamos ler e entender? E verdadeiramente viver, indo ao essencial?
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