Crónica de Anselmo Borges
no Diário de Notícias
Se falta a paz é porque falta o cuidado, a ternura, a capacidade de gerar vida. Por isso, é preciso buscá-la implicando mais as mulheres. Porque a mulher cuida e dá vida ao mundo, é caminho para a paz
O Papa Francisco esteve no Cazaquistão nos dias 13-15 de Setembro, para participar no VII Congresso de Líderes das Religiões Mundiais e Tradicionais. Coube-lhe o discurso de encerramento. Na continuidade da crónica do dia 22 de Outubro, esta quer ser uma síntese desse discurso.Uma constatação: Aí está "o peso da insensata loucura da guerra; há demasiado ódio e divisões, demasiada falta de diálogo e de compreensão do outro; isto, num mundo globalizado, resulta ainda mais escandaloso e perigoso. Não podemos continuar conectados e separados, vinculados e divididos por tanta desigualdade." Evidentemente, "o terrorismo de matriz pseudo-religiosa, o extremismo, o radicalismo, o nacionalismo alimentado de sacralidade, fomentam ainda hoje temores e preocupações em relação à religião", mas "eles não têm nenhuma relação com o autêntico espírito religioso e têm de ser rejeitados e condenados sem condições nem "mas". Para lá do mais, porque Deus criou todas as pessoas iguais, independentemente da sua pertença religiosa, étnica ou social, e, por isso, nós (líderes das religiões) estivemos de acordo em afirmar que o respeito mútuo e a compreensão devem ser considerados essenciais e imprescindíveis no ensino religioso."