sexta-feira, 7 de outubro de 2022

OS FILHOS DO CATO ALTO

 

Era um cato alto que não parava de crescer. Não sei por que artes, resolvi cortá-lo. Ficou muito tempo desanimado e quase moribundo. Cheguei a arrepender-me da ordem que dei. De um dia para o outro, os filhos do cato alto saltaram para a vida. E aí estão eles com toda a sua pujança.

quinta-feira, 6 de outubro de 2022

JORGE PIRES FERREIRA NOVO DIRETOR DO "CORREIO DO VOUGA"

Jorge Pires Ferreira
Por nomeação do Bispo de Aveiro, António Moiteiro, o jornal diocesano, “Correio do Vouga”, passa a ter novo diretor, Jorge Pires Ferreira, que substitui Querubim José Pereira da Silva. Parabéns aos dois amigos com votos das maiores venturas no desempenho das tarefas que vierem a assumir no âmbito diocesano ou paroquial.
Permitam-me uma palavra de incentivo ao novo diretor do jornal “Correio do Vouga”, na certeza de que continuará a fazer um jornalismo de qualidade em prol da cultura, em geral, e da Igreja Católica e seus fiéis, em especial.
Conheço o Jorge Pires Ferreira desde que se iniciou no jornalismo, primeiramente como amador e depois como profissional, sabendo à partida que continuará a inovar no âmbito da comunicação, levando o “Correio do Vouga” a ser mais apreciado e mais lido, na diocese, mas não só.

Fernando Martins

quarta-feira, 5 de outubro de 2022

Outubro — Duas datas marcantes

 Dia 5 — Tratado de Zamora

Tratado de Zamora

Por ordem cronológica, quanto ao ano, importa reconhecer que a fundação da nacionalidade não pode ser ignorada pelos portugueses. Nesta data, no tratado de Zamora, foi reconhecido D. Afonso Henriques como rei dos portugueses, primeiro passo para o futuro país iniciar a sua caminhada, rumo ao futuro. E se é verdade que Portugal continua senhor do seu destino, tenho dificuldades em compreender a razão por que esta  efeméride caiu ingloriamente no baú do esquecimento, sem possibilidades de ser cantada e celebrada.
Curiosamente, este ano, completam-se 879 anos da fundação de Portugal, muito embora se diga que Portugal, como nação e estado, ainda estivesse longe de possuir esses estatutos, à luz dos direitos da época.

Dia 5 — Proclamação da República 

Proclamação da República


Neste mesmo dia de 1910, foi proclamada a República. Talvez cansados de uma monarquia que, apesar de tudo, deu asas à nossa consciência cívica, o povo achou por bem mudar de regime. E temos agora, então, uma república estabilizada pela democracia.
Bom feriado para todos.

terça-feira, 4 de outubro de 2022

Ares de Outono


 Aos meus pés, na relva recentemente cortada e aparada, cai uma simples folha seca, qual retrato singular do Outono que se vai impondo. São Ares de Outono que no dia a dia nos dão sinais de morte, quando temos a certeza que a ressurreição estará sempre a acontecer.

Dia Mundial do Animal - A Nina

Celebra-se hoje, 4 de Outubro, o Dia Mundial do Animal. A data foi escolhida em 1931, numa convenção de ecologistas, e teve em conta que nesse dia se celebra São Francisco de Assis, o santo padroeira dos animais.
Todos os seres vivos devem merecer o nosso respeito, mas urge cuidar dos animais domésticos com todo o carinho, porque são sempre uma companhia agradável.
Cá por casa houve sempre animais domésticos, cães e gatos, que nunca nos cansamos de admirar, sobretudo pela sua companhia. Sempre surpreendentes pela sua dedicação. 
A nossa Nina aqui fica para a história da nossa família, alegre quando sente a nossa alegria e triste quando pressente que algo não está certo entre os humanos. É muito caseira, mas gosta de visitar os amigos que esperam a comida da Lita no quintal. Também é dorminhoca que se farta. Quando estou a ler, sentado num sofá, a Nina não descansa. Com a cabecita, começa a empurrar o livro para se deitar no meu regaço. Ora, digam-me lá se ela é ou não inteligente?
No sótão, a ouvir o chilrear da passarada na cobertura metálica. 

segunda-feira, 3 de outubro de 2022

No meu sótão

Tenho andado afastado do meu sótão onde moram pequenas coisas que me animam o espírito, para além de um silêncio que tanta vida me segreda. Entrei de mansinho, não fosse dar-se o caso de tropeçar, e olhei fixando os meus pensamentos em pequenas coisas que tanto me dizem.
O computador até estranhou a minha presença e por artes que não sei explicar deu umas voltas para me irritar. Por fim, serenou. Decerto, o causador de tudo fui eu próprio, que isto de decorar códigos nem sempre resulta. A memória da máquina não erra, mas erra a máquina humana muitas vezes, embora, por vaidade, não o queira reconhecer.
Mora no meu sótão um poema de Pessoa, encaixilhado com sobriedade por mim, porque o mais importante é o que o poeta garante. 

O MUNDO QUE O PACTO DE ASSIS NÃO PODE ACEITAR

Crónica de Bento Domingues 
no PÚBLICO de ontem

O Papa Francisco luta por uma economia que, em vez de descartar e matar, ajuda a vida digna de todos, a começar pelos desprezados. Empenhou-se em reunir jovens e peritos para encontrar esse caminho novo porque o outro já tem muito de velho.

1. A teologia não pode ser estranha ou indiferente a nenhum mundo. Nenhum mundo, sob o ponto de vista cristão, pode ser indiferente à teologia, ao mistério da Incarnação de Deus. A procura da inteligência da fé, isto é, teologia, não pode ser indiferente ao avanço das ciências e das expressões da experiência humana. A razão humana é plural e vai descobrindo o mundo com todos os recursos das ciências, das técnicas e da imaginação cultural que não está reservada às ciências e às técnicas. Desde o começo destas crónicas, no PÚBLICO, tive sempre por guia um diagnóstico, dos anos 30 do século XX, sobre a incredulidade do mundo moderno: a uma religião sem mundo, sucedeu um mundo sem religião.