Tenho andado afastado do meu sótão onde moram pequenas coisas que me animam o espírito, para além de um silêncio que tanta vida me segreda. Entrei de mansinho, não fosse dar-se o caso de tropeçar, e olhei fixando os meus pensamentos em pequenas coisas que tanto me dizem.
O computador até estranhou a minha presença e por artes que não sei explicar deu umas voltas para me irritar. Por fim, serenou. Decerto, o causador de tudo fui eu próprio, que isto de decorar códigos nem sempre resulta. A memória da máquina não erra, mas erra a máquina humana muitas vezes, embora, por vaidade, não o queira reconhecer.
Mora no meu sótão um poema de Pessoa, encaixilhado com sobriedade por mim, porque o mais importante é o que o poeta garante.