Reflexão de Georgino Rocha
para o Domingo XX do Tempo Comum
O fogo incendiário é o do amor com uma energia tal que nada o detém. Nem a morte, como se verá no Calvário
A declaração de Jesus não pode ser mais provocadora: Vim trazer fogo e quero que ele incendeie toda a terra. Não vim estabelecer a paz e, desde agora, está lançada a divisão. Lc 12, 49-53.
Pode ajudar-nos na compreensão deste desejo de Jesus a atitude dos bombeiros que, fiéis ao seu lema - vida pela vida – combatem as chamas dos incêndios correndo os maiores perigos. Dois fogos em contraste. Jesus testemunha o fogo do amor incondicional.
Os discípulos, como nós hoje, devem ter ficado chocados e perplexos. Ainda que Lucas – o autor da narrativa – tenha juntado, num só texto, várias sentenças, a mensagem surge tão radical que deixa intrigados a todos. E, naturalmente, nasce o espírito da busca do sentido mais profundo, o impulso da curiosidade mais abrangente do contexto, a força do desejo de verificar a coerência do proceder de Jesus.