quarta-feira, 15 de junho de 2022

Dia Mundial do Vento

Moliceiros na Ria de Aveiro - Foto das redes globais

Celebra-se hoje, 15 de Junho, o Dia Mundial do Vento. Começou a ser comemorado na Europa em 2007 e no mundo em 2009, por decisão do Conselho Global de Energia Eólica. Esta é uma boa oportunidade para todos refletirmos sobre a sua importância na atmosfera de todos os quadrantes, tendo em conta as suas variáveis e aproveitamentos.
Não esquecendo que, apesar dos benefícios, também há vendavais destruidores, o vento sempre foi aproveitado pelo homem em todas as épocas para diversos fins. Já imaginaram uma Ria de Aveiro, por exemplo, sem vento?

SUBLIME OFERTA: Isto é o meu Corpo. Tomai e Comei

Reflexão de Georgino Rocha 
para a Festa do Corpo de Deus 




Jesus faz a oferta do seu corpo e sangue na ceia de despedida. Em ambiente tão familiar, os discípulos entreolham-se procurando captar o alcance desta oferta. Na sua memória está muito vivo o lava-pés, gesto inaudito de qualquer mestre. No seu coração desenha-se o futuro iminente, o horizonte da missão. Lc 9, 11b-17.
A narrativa da comunidade de Lucas tem como matriz a ceia de despedida que Jesus realizou com os seus amigos, antes de começar a série de episódios que haviam de levá-lo à morte no calvário, antecâmara da ressurreição. Constitui o “coração” da Eucaristia, agora celebrada pelas comunidades cristãs, em Igreja. É maravilha a contemplar e tesouro a descobrir ao longo dos tempos, sobretudo da vida de cada um de nós. Maravilha que nos convida e atrai para captarmos o seu sentido profundo, assumirmos o espírito de entrega e de serviço, saborearmos o amor de doação incondicional, crescermos em disponibilidade e confiança até à entrega total, simbolizada no pão frágil e no vinho escasso que, por força do Espírito Santo, vão ser “corpo entregue e o sangue derramado por um mundo novo”.

Um poema de José Régio


IGNOTO DEO

Desisti de saber qual é o Teu nome,
Se tens ou não tens nome que Te demos,
Ou que rosto é que toma, se algum tome,
Teu sopro tão além de quanto vemos.

Desisti de Te amar, por mais que a fome
Do Teu amor nos seja o mais que temos,
E empenhei-me em domar, nem que os não dome,
Meus, por Ti, passionais e vãos extremos.

Chamar-Te amante ou pai... grotesco engano
Que por demais tresanda a gosto humano!
Grotesco engano o dar-te forma! E enfim,

Desisti de Te achar no quer que seja,
De Te dar nome, rosto, culto, ou igreja...
– Tu é que não desistirás de mim!

José Régio

terça-feira, 14 de junho de 2022

RIA DE AVEIRO vista por Norberto de Araújo

Eu nunca tinha visto a ria de Aveiro. Daí — dirão — este meu entusiasmo. Ora a laguna, com os seus múltiplos canais, seus campos encharcados, seus horizontes abertos, sua exuberância de luz e seu sonho de distância — é bela sempre e cada vez mais, afirmam os que todos os dias se banham no mistério da sua extensão panorâmica.
A ria de Aveiro — é uma maravilha. Fujo a descrevê-la, porque isso não está agora no meu programa.
Faltam aos meus olhos os palácios de mármore, as colunas de oiro, as igrejas erguidas em renda, as margens coalhadas de sonho e arte: S. Maria degli Scalzi, S. Marcuola, a casa de Contarini, e a distância de oiro sobre gaze de azul de S. Giorgio Maggiore. Mas — lembro-me de Veneza… Uma Veneza despida, no seu estado imaculado, em plena exuberância primitiva, onde se adivinha a vontade de Deus, de tudo ficar como ele a criou. Maravilha contemplativa!

segunda-feira, 13 de junho de 2022

Associação Náutica da Gafanha da Encarnação

Um barquinho de olhos bem abertos para a partida
 
Passámos ontem pela Gafanha da Encarnação e não resistimos a ideia de visitar um dos seus ex-líbris mais famosos. A ANGE — Associação Náutica da Gafanha da Encarnação — é uma instituição que criou raízes no âmbito da arte de bem receber. Era domingo, é certo, mas durante a semana não falta quem dê por ali umas voltinhas para saborear a maresia e apreciar as embarcações de recreio que se apresentam em posição evidente de partida para passear pela Ria ou para enfrentar o oceano. Uns entram na casa da antiga Bruxa para os petiscos, ao que julgo, e outros ficam-se pelo bar da marina. E a conversa não fugirá muito das aventuras lagunares ou para além delas.
Valeu a pena passear por ali sem agenda nem horários.

Um Deus humaníssimo

Crónica de Bento Domingues
no PÚBLICO de domingo

O cristão deve procurar uma incansável e amante inteligência da fé. Tem de a servir com a ousadia de todas as forças da sua mente e do seu afecto. A fé cristã não é um calmante, é um excitante

1. Hoje, no calendário litúrgico da Igreja Católica, celebra-se a Santíssima Trindade. Há quem diga que é uma festa desnecessária, pois, é com essa expressão da fé cristã que começam todas as celebrações da Eucaristia: “Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.” Os fiéis respondem – Ámen, isto é, estamos de acordo, acreditamos. Este é um credo tão breve que nem dá tempo de pensar no que se diz e, pior ainda, passou a ser usado para dizer: estes dizem ámen a tudo.
A seguir, quem preside a assembleia explicita em estilo narrativo: “A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco.”

domingo, 12 de junho de 2022

A riqueza dum povo

A paisagem que vejo da minha janela

A riqueza dum povo é tudo
o que faz parte da sua vida.
É tudo o que te cerca.
É a paisagem que vês da tua janela.
É a casa pequenina da tua aldeia.
É o museu da cidade.
É a cantiga que ouves ao trabalhador,
é aquela que a tua mãe cantava para te embalar.
É a filarmónica da tua terra nas tardes
quentes do Verão.
São os trajos coloridos das mulheres
do campo e do mar.
É o rancho que dança nos caminhos poeirentos.
É a capelinha solitária no alto do monte.
É a catedral da grande cidade.
É o barro moldado pela mão do oleiro,
a rede feita pela mão do pescador.
É o pregão da varina que percorre as ruas da cidade,
ou a voz serena do pastor chamando as ovelhas...
São as histórias contadas, aos serões de Inverno,
junto à lareira.
É o jogo da malha no largo da aldeia.
É o desenrolar da meada, é a força da vida!

Notas:
1 - Texto cedido pela Escola Preparatória de Esgueira - Aveiro;
2 - Livro ARTES E TRADIÇÕES DA REGIÃO DE AVEIO - 1984

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