terça-feira, 25 de janeiro de 2022

Era preciso sanear a região para salvar o homem

Gosto de recordar o passado
para pensar o futuro

Foto deste século

Nos finais do século XVII, sublinha o Comandante Silvério Ribeiro da Rocha e Cunha, no seu trabalho “AVEIRO – Soluções para o seu problema marítimo, a partir do século XVII”, que «A desordem económica gera a desordem dos espíritos. Cada um cobiça o pedaço de pão negro do vizinho, ou a magra caldeirada que, de quando em quando, pôde tirar da água lodosa da laguna; os povos limítrofes disputam, espancam-se brutalmente, e continuam a morrer de fome.
Das dezasseis casas nobres, que tinha havido na vila [Aveiro], restavam duas, e no caos de misérias só ficaram de pé as ordens religiosas por disciplina e obediência à sua finalidade».
Foi nesta altura e neste ambiente que os avós dos primeiros gafanhões se estabeleceram nos areais inóspitos que constituem as Gafanhas dos nossos dias.
Mais adiante, refere que no último quartel do século XVIII o problema se apresentava como necessidade «de salvação pública», condicionada «por dificuldades severíssimas. E acrescenta: «Era preciso sanear a região para defender a vida do homem, e pôr à disposição da sua actividade as riquezas latentes para lhe garantir a subsistência.»

F. M.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

Gafanha da Nazaré - Retalhos para a história dos mercados

Uma verdadeira flotilha
de barcos moliceiros no cais da cidade

Venda de produtos junto da igreja, na rua, e depois no largo lateral 

Recorrendo à memória de algumas pessoas mais idosas e a poucos registos, sabe-se que os antigos gafanhões, agricultores, viviam, fundamentalmente, do que a terra produzia. O remanescente era vendido nos mercados de Aveiro. Leite de Vasconcelos refere, a este propósito, que «a venda de batatas e géneros conexos» se processava na praça de Aveiro. Citando o Padre Resende, acrescenta: «Aos domingos vê-se uma verdadeira flotilha de barcos moliceiros no cais da cidade, que no sábado à tarde ali chegam das margens de todas as Gafanhas». Diz ainda que, «com o produto da venda acode-se a despesas miúdas de primeira necessidade (comestíveis, etc.). Em casos de maior vulto (compra de adubos, lenhas, transacções de gado, etc.), recorre-se à venda por atacado dos mesmos géneros a negociantes revendedores».

Pela década de 50 do século passado, os nossos pais e avós começaram a vender os seus produtos aos domingos de manhã, na actual Avenida José Estêvão, frente à igreja matriz. De um lado e doutro da rua, alinhavam-se os vendedores. Depois das missas, os compradores enchiam o espaço. No Verão, sobretudo, tudo se complicava, com a intensificação do trânsito rumo às praias da Barra e da Costa Nova. Havia que deslocar o mercado para outro sítio. O escolhido e mais à mão foi o espaço em frente ao cemitério.
Mais amplo e sem movimento automóvel, os vendedores foram-se multiplicando, vindos da região. E dos géneros oferecidos pela terra, depressa surgiram outras mercadorias, desde roupas, calçado, utensílios domésticos até alfaias agrícolas. Os vendedores da “banha da cobra” e de produtos similares e milagrosos aproveitavam novos mercados. Cedo se reconheceu a necessidade de criar um mercado de raiz, com mais condições para compradores e vendedores, mas ainda com mais higiene.

F, M, 

Nota: Reedição 

domingo, 23 de janeiro de 2022

Dia Mundial da Liberdade


O Dia Mundial da Liberdade celebra-se a 23 de janeiro, por determinação da ONU, sendo posteriormente  proclamado pela UNESCO. A liberdade é um direito de todos os seres humanos, no sentido de cada um poder fazer as suas escolhas e determinar as suas opções de vida, sem ferir as liberdades dos demais. Contudo, em Portugal, o Dia da Liberdade é festejado no dia 25 de abril, no respeito pela revolução que nos ofereceu a liberdade política, mas não só.
Importa sublinhar que a liberdade precisa de ser celebrada não apenas neste dia, mas todos os dias da nossa vida.

Dia da Escrita à Mão


Hoje, 23 de janeiro, celebra-se o Dia da Escrita à Mão. Não fazia a mínima ideia, mas o Google não pode errar nestas e noutras informações que diariamente nos faculta.
Tanto quanto sei, o hábito ou a regra de escrever à mão está a cair em desuso. Talvez nas escolas ainda se use, mas no dia a dia o computador e os simples telemóveis ocupam o espaço de cadernos de apontamentos, cartas e postais. No entanto, acredito que haja quem ainda cultive o prazer de escrever à mão.
Quem já leu “Leva-me contigo”, um livro de Afonso Reis Cabral, sabe que o jovem escritor escreveu o diário da sua viagem a pé, de Chaves a Faro, pela Estrada Nacional 2, no seu telemóvel.
As novas tecnologias, contudo, não deixarão de ditar as suas leis e mais dia, menos dia, a escrita à mão cairá nos braços dos museus.

F. M.

sábado, 22 de janeiro de 2022

São Vicente - Patrono dos Diáconos Permanentes de Aveito

Em ambiente de confinamento,
mais uma vez

São Vicente

Celebra-se hoje, 22 de janeiro, o dia de São Vicente, padroeiro de Lisboa e, decerto, de muitas outras terras ou comunidades. Em Aveiro é patrono dos Diáconos Permanentes, cujo primeiro grupo foi ordenado em 22 de maio de 1988, na Sé de Aveiro, em cerimónia presidida por D. António Baltasar Marcelino. A propósito desta data, que nunca esquecerei por pertencer àquele grupo, recebi hoje algumas notas e palavras de quem está atento à vida da Diocese de Aveiro, em que evocam o Dia do Diácono na Igreja Aveirense vivido num domingo próximo do padroeiro da capital portuguesa.
Contando com a participação dos diáconos disponíveis e suas esposas, bem como do presbítero assistente, o encontro é sempre um dia de reflexão, de celebração eucarística e de convívio, preciosos contributos para alimentar o espírito fraterno indispensável na vida e na missão evangelizadora da Igreja.

O Outono no Inverno

 


O Outono no Inverno sabe bem. É quente e sóbrio.  E encanta-me  neste dia de vento e frio. Bom fim de semana para todos.

Tudo profano, tudo sagrado

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias 

O ser humano é tão religioso quando reza como quando estuda ou realiza qualquer outra dimensão do seu ser

Embora simplificando muito, pode-se dizer que ao longo da história da humanidade reflexiva se impuseram três concepções fundamentais de mundo. Assim: uma concepção dualista: na raiz, há dois princípios - o princípio do bem e o princípio do mal; uma concepção monista: em última análise, há só a matéria, ou Deus e a Natureza fazem uma só realidade; o monoteísmo: o Deus transcendente e pessoal, absolutamente perfeito em si mesmo, criou o mundo a partir do nada.
Porque é que Deus criou e continuamente cria? Apresentou-se permanentemente como razão da criação a maior glória de Deus. Mas um Deus que criasse para a sua maior glória seria um Deus carente e egoísta, portanto, um Deus contraditório, um Deus que não é Deus. Assim, Deus não criou pelo seu interesse, mas apenas para o bem e a felicidade das criaturas. O único interesse na criação é o bem-estar e a realização plena das criaturas.

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