segunda-feira, 23 de novembro de 2020

HOJE ESTÁ UM DIA LINDO


Hoje está um dia lindo. Analisei-o pela janela, logo ao amanhecer, e confirmei o que os primeiros raios de sol prenunciavam. Dia luminoso, mas amanhã voltará a chuva, segundo a informação periódica que regularmente entra no meu e-mail. A natureza está bem calibrada para sobreviver, oferecendo-nos, em cada época do ano, tudo o que cada estação tem no seu programa. E assim correm os dias entre sol e sombra, dia e noite, alegrias e alguns incómodos, que a força e coragem de cada um sabem gerir. Votos de uma semana serena para todos.

domingo, 22 de novembro de 2020

TAREFAS DO CONFINAMENTO - PEDRA BOLIDEIRA

 


É óbvio que o confinamento, nas suas mais diversas variantes que às vezes até nos confundem, é fruto da pandemia a que todos, no mundo, não podemos escapar. Uns respeitam e outros fazem ouvidos de mercador. Vai daí, os que respeitam, cumprindo a lei, ficam em casa mas precisam de ser criativos para equilibrar a cabeça e a paciência. Os outros, que se consideram espertos, contribuem para o alastramento do contágio. Eu pertenço ao primeiro grupo, mas não quero cruzar os braços à espera que o drama acabe depressa. Então, para não ser ferido pela pasmaceira, procuro conviver com saudáveis recordações, como esta que aqui partilho.
Partindo de Chaves, eu a Lita e a Aidinha, seguimos a rota de Bragança, cuja meta distava 100 Km. A dada altura deparámos com a Pedra Bolideira, a tal que estava em posição instável. A Lita e a Aidinha aproximaram-se, corajosas, para pôr a rocha a dançar. Eu, de máquina em punho,  registaria o facto. Os telemóveis não eram sonhados.  Mas o pedregulho, ou metade dele, mais ou menos, não reagia. Aproxima-se um vizinho, solícito,  e exemplifica  como seria fácil pôr a Pedra a bulir. E depois, seguindo a explicação, a Lita e a Aidinha cantaram vitória. O segredo estava, realmente, na descoberta do ponto ideal. 

NOTA: Dedico esta foto aos meus amigos que, durante anos, nos acolheram em sua casa: António Fernandes (já falecido mas presente na nossa memória) e Nazaré Chaves, mas também aos seus filhos, netos e noras. Um filho, o José Carlos, também falecido, ocupa um recanto especial no coração da nossa família. 

IREMOS A TRIBUNAL

Crónica de Bento Domingues no PÚBLICO



Quem procura desqualificar as ousadias do Papa Francisco diz que ele não é apenas um ingénuo, mas um atrevido ignorante: fala do que não sabe e faz o que não deve. Mas que irão dizer, agora, com o que aconteceu na semana passada?

1. Para o pensador alemão Peter Sloterdijk, os factos da vida científica e da criação artística nos tempos modernos provam, sem a menor ambiguidade, o fim da era das revelações puramente passivas. Os devotos à antiga têm como missão compreender até que ponto sobrestimaram a revelação religiosa, fazendo dela a chave da essência de todas as coisas e subestimando a iluminação do mundo pela vida desperta, a ciência e as artes. Esse dado coloca a teologia sob a obrigação da aprendizagem, pois ela não tem o direito de deixar romper a ligação com o mundo do saber do outro campo.
Termina o seu livro sobre A loucura de Deus [1] com um credo: “A globalização significa que as culturas se civilizam umas às outras. O Juízo final desemboca num trabalho quotidiano. A revelação torna-se a relação com o ambiente e o relatório sobre a situação dos direitos do homem. Volto assim ao leitmotiv desta reflexão, que se funda na ética da ciência universal da civilização. Repito-o, como um credo, e desejo que tenha suficiente energia para se propagar mediante línguas de fogo: o caminho da civilização é o único que ainda está aberto.”
Escreveu isto em 2007. Não perdeu actualidade, embora a alternativa à velha arrogância teológica não pode ter agora uma simétrica arrogância na ciência que seria, por natureza, pouco científica. Mas o seu desejo está a cumprir-se onde, talvez, menos o esperasse. O alegado obscurantismo dos três monoteísmos já não se apresenta como um bloco impenetrável com medo das dúvidas. Algumas manifestações de diálogo entre religiões começam a focar-se na condenação da violência e da guerra em nome de Deus.

sábado, 21 de novembro de 2020

DIA MUNDIAL DA TELEVISÃO


O Dia Mundial da Televisão foi proclamado pelas Nações Unidas em 21 de Dezembro, após o Fórum Mundial da Televisão realizado em 21 de novembro de 1996. Em Portugal, a televisão começou a emitir em 1957. E a partir daí, começou a dar passos significativos no sentido dominar o mundo da comunicação no nosso país, tal como aconteceu a nível global.
Não vou tecer quaisquer considerações sobre o poder da televisão, por tão conhecido ele ser, mas gostaria de aconselhar que não nos sentíssemos escravos dos programas que se espraiam pelas 24 horas do dia, com imensos canais dos mais variados quadrantes. 
Todos sabemos que é muito difícil vivermos alheios à força atrativa que as TV exercem sobre nós. Há programas imperdíveis a par de outros medíocres, conforme os gostos, mas nem só de desafios televisivos vivem as pessoas.  Há outras fontes informativas, formativas e de diversão que urge explorar. Os nossos horizontes podem ser mais variados e há momentos para tudo. Todavia, aproveitemos os bons programas, que os há, sem dúvida.

F. M. 

PARA EVITAR O STRESSE DO CONFINAMENTO


O confinamento não pode ser motivo para pessimismos. Olha quem fala, dirão alguns. E com razão. Contudo, não posso deixar de garantir que faço um esforço para fugir deles. E aqui está um trabalhinho demonstrativo de que ocupei algum tempo a navegar por outras eras à procura de momentos agradáveis. Aqui ficam para a posteridade as tias e o tio que educaram a Lita, em dia de visita. 
Na primeira fila, da esquerda para a direita: Tia Aidinha, Lita e Tia e madrinha Zulmira; Na segunda fila: Tia Lurdes e Tio Fonseca. 
Frente da nossa casa com arbustos, um gosto  da Lita que persiste. 

A VIDA COM TODO O SEU ENCANTO VOLTARÁ


Procuro seguir as normas estabelecidas pelo bom senso, pela educação recebida e pelas leis que nos regem, mormente as que se pautam pela manutenção da saúde pessoal e comunitária. Assim terá de ser, sobretudo agora, por causa da pandemia que nos massacra.
Ouvi o que disse o nosso Presidente Marcelo e tanto bastou para perceber a premência de redobrar os cuidados. O contágio pode estar onde menos se espera e as consequências poderão ser fatais ou deixar marcas indeléveis para o resto da vida. Penso assim e ajo em conformidade com a minha situação, ou não estivesse eu no grupo dos que mais engrossam o obituário. 
Hoje, reconhecendo que os músculos estão a ficar presos e preguiçosos, resolvi caminhar por aqui à volta da casa onde vivo, evitando a rua onde haverá mais possibilidades de contágio. À nossa volta, na nossa casa, não tem havido contactos com pessoal desmascarado, mas também não recebemos visitas. Fala-se com quem passa pela rua, conversa-se ao telefone e sentimos o palpitar do dia a dia na comunicação social multifacetada, enquanto esperamos pelas vacinas ou por um qualquer medicamento salvador e, naturalmente, tranquilizador. E então, a vida com todo o seu encanto, trará a todos a alegria tão desejada. 
Bom fim de semana.

Fernando Martins

A intuição cosmoteândrica: a religião do futuro

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

Raimon Panikkar


1. Foi há dez anos que Raimon Panikkar nos deixou, no dia 26 de Agosto de 2010, com 91 anos, em Tavertet, perto de Barcelona. Foi um dos espíritos mais clarividentes do século XX, com um pensamento original, que a presente situação pandémica e a urgência de um novo paradigma de desenvolvimento e uma nova política no contexto de uma terrível crise global, económica e social, que inclui a necessidade de um pacto ecológico para preservar a casa comum, tornam ainda mais actual. É por isso que não podia deixar de voltar a ele, "um mestre do nosso tempo".

2. Estive com Panikkar só numa ocasião, em Barcelona, em 2004. Tinha uma presença cálida, com um sorriso luminoso, e era simples. Uma vez, uma aluna minha, de Barcelona, disse-me que queria muito fazer um trabalho académico sobre o pensamento dele. Achei bem e disse-lhe: "Agora, nas férias, vá falar com ele..." Panikkar deu-lhe 40 minutos e ela, uma jovem, veio fascinada e fascinou os colegas com a descrição do encontro e a exposição do trabalho.

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