sexta-feira, 29 de novembro de 2013

MARESIAS — Poesia de Senos da Fonseca


Foi lançado em Ílhavo, no anfiteatro do Museu Marítimo, no dia 22 de novembro, mais um livro de Senos da Fonseca, desta feita de poesia que ele tem vindo a publicar no seu blogue “Terra da Lâmpada”. O livro — MARESIAS —, há muito por mim  esperado, veio enriquecer, sobremaneira, o currículo bibliográfico de um ilhavense que à cultura das nossas  terras tem dado o seu melhor, que muito é.
Sei que Senos da Fonseca não costumava dar grande importância à sua poesia, dizendo até que não se considerava poeta que merecesse os escaparates das livrarias, mas a verdade é que saltava à vista de quem o segue regularmente no seu blogue a expressividade da sua arte, capaz de manifestar de forma bela sentimentos e emoções em estilo poético. Lia-o e continuarei a lê-lo com prazer, porque sou sensível à maneira como se expressa sobre amor, angústia, liberdade, solidariedade, saudade e amizade, tudo, ou quase tudo, embalado pela ria e mar, com vida e saudade. 
Soube no lançamento da obra que a sua relutância em se assumir como poeta foi vencida pela cuidada recolha dos poemas agora publicados feita  por outra ilhavense que muito estimo, Ana Maria Lopes, também permanentemente envolvida na cultura do nosso povo, e não só. Ainda bem que o fez. Contudo, Senos da Fonseca, que ficou agradado com a recolha dos poemas, não deixou de reconhecer, em “Confidências…”, a sua surpresa,  tendo sublinhado: «Quisera eu, que bem menos fossem, mas muito melhor fossem. Fiquei além do desejado. Como habitualmente.» Eterno insatisfeito, decerto como qualquer artista, mas notoriamente acima do muito que se publica, às vezes com grande parangonas publicitárias, que enganam os incautos.
Senos da Fonseca confessa que os seus poemas nascem «quase sempre» no fim da noite, considerando-os até «um pouco vagabundos, apesar da ordenação». Sem saber como nasceram, o poeta garante que sabe por que razões nasceram, o que é, para o leitor, a certeza de que saltaram da sua vida para a vida de quem os lê. E refere, como homem livre que é, sem peias de qualquer espécie, a não ser, por certo, as ditadas pela sua consciência, que a sua liberdade está na «capacidade de isolamento», onde parece que se esquece de tudo.
MARESIAS é um livro para ser lido ao ritmo das marés, meditado ao sabor da tranquilidade da laguna, de vez em quando ao som do mar revolto e sempre saboreando o amor e a solidariedade. 
Com edição do autor, a obra estende-se por 283 páginas. Recolha de Ana Maria Lopes e  ilustrações de João Batel. 

Fernando Martins

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

O mais antigo templo das Gafanhas



A Capela de Nossa Senhora dos Navegantes 
completa 150 anos de existência 



Em 3 de dezembro de 1863, completam-se agora 150 anos, deu-se início no Forte da Barra à construção da capela de Nossa Senhora dos Navegantes, conforme escreve o Padre João Vieira Resende no seu livro “Monografia da Gafanha”. Diz o primeiro prior da Gafanha da Encarnação que as obras decorreram «sob a direção do engenheiro Silvério Pereira da Silva, a expensas dos Pilotos da Barra, sendo então piloto-mor um tal senhor Sousa». 
As obras importaram 400 mil reis e na parede, refere o Padre Resende, tem uma lápide que diz “Património do Estado”, acrescentando: «Há de interessante e invulgar nesta capela as suas paredes ameadas e a ombreira da porta principal, de pedra de Ançã, lavrada em espiral com arco de ogiva. Celebra-se a sua festa na última segunda-feira de setembro com enorme concorrência de forasteiros das Gafanhas, de Ílhavo, Aveiro e Bairrada. Nesse dia, Aveiro é um deserto por se terem deslocado para ali muitos dos seus habitantes. A procissão ao sair do templo segue por sobre o molhe da Barra e regressa pela estrada do sul que vem do Farol. A festa é promovida pela Junta Autónoma da Barra.»
A Capela do Forte da Barra foi reconstruída em 1996, mantendo-se ainda ao culto a cargo da paróquia da Gafanha da Nazaré. Antes da reconstrução e mesmo depois celebrava-se a eucaristia vespertina, quer para os residentes, quer para os demais gafanhões, que nutriam, certamente, alguma devoção por Nossa Senhora dos Navegantes. 

Fernando Martins

NOTAS: 

1.Tenho estado a averiguar quem é o «tal senhor Sousa», que era ao tempo piloto-mor da Barra. Quem souber, pode dar-me uma ajuda,  para eu evitar algum esforço nas pesquisas;

2. No dia 3 de dezembro, se Deus quiser, passarei por lá, em jeito de homenagem a Nossa Senhora dos Navegantes, ao tal piloto-mor e a quem contribuiu para a sua construção e manutenção;

3. Permitam-me que evoque o senhor Germano e sua família, que durante muitos anos cuidaram da capela. Certamente, outros o fizeram, mas julgo que não há registos. Se conheceram alguém que desempenhou essa tarefa, seria interessante que mo comunicassem, para complementar estas notas. 



Sem alegria a Igreja desfigura o rosto de Cristo

A ALEGRIA DO EVANGELHO



O papa Francisco oferece à Igreja a exortação apostólica com o título de “A alegria do Evangelho”. Faz esta oferta na celebração final do Ano da Fé e entrega-a a representantes do povo de Deus na diversidade das suas situações e idades. De facto, o Evangelho é para todos.

O titulo da exortação prolonga e actualiza o estilo novo que João XIII inaugurou na 1.ª sessão do concílio Vaticano II e fica consignado na Gaudium et Spes – a constituição pastoral sobre a presença e acção da Igreja no mundo actual. Foi prosseguido por Paulo VI em várias circunstâncias, designadamente no documento sobre a alegria. Os seus sucessores continuaram esta senda. Realmente, sem alegria a Igreja desfigura o rosto de Cristo e os cristãos não vivem o espírito pascal. 

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Padre Miguel Lencastre já está no Brasil

Padre Miguel num registo do meu arquivo

Fui informado por uma sobrinha-neta do Padre Miguel Lencastre que o nosso querido amigo e antigo prior da Gafanha da Nazaré partiu para o Brasil, na companhia de outra sua sobrinha-neta, médica naquele país irmão, onde vai continuar a ser tratado da doença que o tem incomodado. Desejo, como todos os seus amigos, que o Padre Miguel se restabeleça, para continuar a entusiasmar-nos com o seu testemunho de fé. Também me informaram que já chegou ao Recife, mantendo-se otimista.




Exortação Apostólica do Papa Francisco



A ALEGRIA DO EVANGELHO enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Quantos se deixam salvar por Ele são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus Cristo, renasce sem cessar a alegria. Quero, com esta Exortação, dirigir-me aos fiéis cristãos a fim de os convidar para uma nova etapa evangelizadora marcada por esta alegria e indicar caminhos para o percurso da Igreja nos próximos anos.

Ler aqui


Primeiro-ministro da Letónia demite-se


O primeiro-ministro da Letónia, Valdis Dombrovskis, demitiu-se nesta quarta-feira devido à derrocada do tecto de um supermercado em Riga. Morreram 54 pessoas.

“Tendo em conta a tragédia do supermercado e as suas circunstâncias, é preciso um governo que tenha uma maioria clara no Parlamento. Anuncio a minha demissão e assumo as responsabilidades políticas da tragédia”, disse Dombrovskis depois de uma reunião com o Presidente Andris Berzins. Foi a maior tragédia no país desde a independência da União Soviética, em 1991.



NOTA: Em Portugal, tal seria impensável. Nem que caísse o Carmo e a Trindade.


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segunda-feira, 25 de novembro de 2013

ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA

Uma boa reflexão de João César das Neves


Um povo ama intensamente as suas ilusões. Poucos querem saber a verdade acerca do que repetem com convicção sabendo, no fundo, ser falso. A sociedade moderna é aberta e tolerante, aceitando com bonomia multidões de heterodoxos e rebeldes. Mas revelar a realidade é intolerável, merecendo insulto e agressão, pois nada é tão repudiado como a voz da consciência.
A triste situação dos últimos anos é disso prova evidente. Portugal viveu décadas de grandezas a crédito, que só podia acabar numa crise terrível. Agora, quando a inelutabilidade da dívida nos apanhou, inventamos novas ilusões para nos eximirmos às responsabilidades e justificarmos a raiva contra os cortes inevitáveis. E ai de quem desmascarar essas tolices!

Ler a crónica no DN

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