quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

Uma história de amor

Acompanhei, há dias [anos], uma jovem que foi tratar de um idoso meio abandonado e esquecido pela família e pela comunidade que durante décadas o reconheceu como um dos seus membros.
Prostrado no leito, semiparalítico, mas lúcido, falava com desenvoltura sem lamentar a triste situação. Porém, desde a nossa chegada lhe notei uma vontade férrea de viver e uma ânsia incontida de falar, de trocar impressões.
Enquanto lhe preparavam o lanche e cuidavam da higiene pessoal, a sua boca não se calava, ora recordando acontecimentos passados há muito, ora dando explicações nem sempre pedidas.
Depois, sem pressas, lá ia engolindo as sopas que a jovem, carinhosamente, e sem forçar, lhe ia metendo na boca enquanto entre palavras e sorrisos lhe mostrava um pouco de amor. E chegou a hora da despedida até ao dia seguinte para a repetição nada monótona, afinal, do mesmo ritual. E se nesse dia da Festa de Nossa Senhora da Nazaré era preciso fazer o trabalho um pouco mais depressa porque as colegas estavam à espera, a verdade é que, perante o idoso, tudo foi esquecido e dali saiu mais tarde do que nunca.
— Afinal esqueceste-te da festa, ó Isabel — adiantei.
— Deixe lá, senhor professor, ainda vou a tempo! Pois é, Isabéis. Há sempre tempo para tudo. Até para amar, se quisermos!

Fernando Martins 


Nota: Esta história, que nasceu de um facto real, encontrei-a num dos meus blogues em hora  de ócio. Na altura do acontecimento, real, comoveu-me e hoje aqui a partilho. Espero que a Isabel não se esqueça dela.

terça-feira, 23 de janeiro de 2024

Dia da Escrita à Mão


O Dia da Escrita à Mão celebra-se hoje, 23 de janeiro. Mas quem, no dia a dia, ainda escreve à mão? Decerto muita gente, sobretudo na pressa da vida em notas e pouco mais. Em especial os mais velhos, pouco dados a computadores, telemóveis e tabletes. Sei, no entanto, que há escritores que gostam de escrever à mão e que o fazem com canetas de tinta permanente.
Como tenho algumas canetas que guardo com prazer, também as uso para a tinta não secar, o que danifica os sistemas.
O dia teve origem nos Estados Unidos da América e celebra uma invenção com 3500 anos, que é a escrita à mão. Com a massificação das novas tecnologias, a escrita à mão tornou-se obsoleta e o Dia da Escrita à Mão pretende reavivar uma arte "que durante muitas gerações foi utilizada para passar ideias revolucionárias, escrever obras imortais, assinar acordos internacionais, declarar amores intensos e fazer ameaças, entre muitos outros". 

Beleza aberta a todos

 


Gosto de visitar o pixabay pela beleza das imagens/fotos que permanentemente nos oferece. É um regalo para os olhos e uma inspiração para o dia e para todos os dias. Passem por lá...

O NOSSO FAROL

 


O nosso Farol para começar o dia. Não está mal. Ele bem merece o destaque enquanto andamos por aqui à espera da Primavera, que tarda.

segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

A difícil unidade dos cristãos

Hans Küng
“não haverá paz entre as nações, se não existir paz entre as religiões; não haverá paz entre as religiões, se não existir diálogo entre as religiões; não haverá diálogo entre as religiões, se não existirem padrões éticos globais; o nosso planeta não irá sobreviver se não houver um ethos global, uma ética para o mundo inteiro”.

Hans Küng (1928-2021)

Frei Bento Domingues 
no PÚBLICO de domingo

Ainda a festa do 25.º capítulo da CGB

Foto de Lua Pequeno
 

Ainda a festa do 25.º capítulo da Confraria Gastronómica do Bacalhau, em que eu também participei na qualidade de Confrade de Honra, título que me foi atribuído no capítulo XVII, sem nunca o ter sonhado.
A partir daquela data, senti a obrigação  e a devoção de aceitar os convites da CGB, onde tenho inúmeros amigos, que respeito e louvo pela sua dedicação a esta como a outras causas.
Eu sei como sou e vivo estas festas com prazer, mas não passo de uma pessoa comedida e recatada. Vivo mais para dentro do que para fora. Maneiras de ser.
Vem isto a propósito de uma fotografia de Lua Pequeno,  que o Carlos Duarte, fotógrafo com saber e arte, me enviou, retratando o que sou. Fico-lhe grato pela sua amizade.
Enquanto muitos confrades se preparavam para saborear o espumante da alegria, eu, sentado do lado esquerdo, evitei a confusão, mas também fui atingido.
Um abraço… Em 2025 voltarei, se Deus quiser.

Semana de Oração Pela Unidade dos Cristãos

“Amarás ao Senhor teu Deus… e ao teu próximo como a ti mesmo” (Lucas 10,27) é o tema deste ano para a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que acontece de 18 a 25 de janeiro.
Este ano a celebração ecuménica na nossa diocese, junto dos irmãos da Igreja Metodista, acontece na próxima quarta-feira, dia 24 pelas 21h00, na Igreja Evangélica Metodista, sita na Rua Oudinot, em Aveiro.
O tema e subsídios para reflexão deste ano foram preparados pela equipa ecuménica de Burkina Faso (África Ocidental),coordenada pela Comunidade Chemin Neuf (CCN).

NOTA: Os cristãos são milhões no mundo. Todas aceitam Jesus Cristo, Filho de Deus Pai, como nosso redentor.  Contudo, houve sempre, através dos séculos, várias  formas de O sentir e seguir. Daí as diversas Igrejas Cristãs que animam, no dia a dia, o culto a Jesus Cristo que nos leva ao PAI. É muito salutar a aproximação e a união entre as diversas igrejas que têm Jesus Cristo como o Salvador. 

HOMEM DO MAR: Sílvio Ramalheira

Sílvio Ramalheira, num dia de Junho de 1932, capitão do Gazela Primeiro, num momento de correntes traiçoeiras, de um vento repentino e de ondas perigosas, tinha os seus homens fora (…). Era difícil para um navio, como o Gazela chegar perto dos seus pescadores, sendo costume, nesse tempo, lançar-lhes um longo cabo de manobra preso à popa do navio ancorado (…). Como o Cap. Sílvio não era homem para estar parado, nesse dia, fez-se ele próprio ao mar, levando esse cabo. Levou ainda um segundo dóri, em que remou, velejou, indo ao encontro dos homens que estavam mais em perigo (…). Havia trinta e um dóris do Gazela no mar, e o capitão encontrou e salvou vinte e nove: os dois restantes nunca mais regressaram – recorda Alan Villiers, na campanha de 1950.

Ler mais em Marintimidades



NOTA: Cheguei hoje a esta notícia de Portos de Portugal, mas logo percebi que era trabalho da boa amiga Ana Maria Lopes, publicado no seu blogue Marintimidades, onde há muitíssimos textos referentes ao mar e às pescas, sem esquecer as pessoas. 



domingo, 21 de janeiro de 2024

ÍLHAVO - Confraria Gastronómica em Festa











Com 230 participantes, a Confraria Gastronómica do Bacalhau (CGB) celebrou ontem o 25.º Capítulo da sua existência, na Casa da Cultura de Ílhavo, apresentando-se os confrades vestidos a rigor, com os seus trajes e símbolos.
A festa contou com a evocação de confrades já falecidos e com saudações às Confrarias convidadas e aos confrades presentes, sendo notória a variedade das confrarias, cada uma a defender, legitimamente, as especialidades gastronómicas das suas terras ou regiões, que se têm imposto ao longo dos séculos.
Admito que as diversas Confrarias têm como missão fundamental preservar as marcas histórias da alimentação das suas regiões, sem ficarem proibidas de criar novos pratos para os mesmos produtos. Foi o que aconteceu, aliás, no Capítulo do 25.º aniversário da CGB.




O ambiente deixava transparecer o bom humor reinante durante todos os momentos das cerimónias, com a dignidade própria das gentes de Ílhavo e sua região, marcada indelevelmente pela pesca e tratamento do fiel amigo, há séculos, para chegar às mesas de todos os portugueses, pobres ou ricos. 
A abrir não faltou o lanche de receção, logo seguido da sessão das Boas-vindas, de um momento cultural e da Cerimónia de entronização de novos confrades, com entrega de insígnias e proclamação das regras e juramentos,  assumindo todos as obrigações e compromissos da CGB.
Depois, foi o almoço, com MENU elaborado e preparado por Chefs à vista de todos, não faltando as inovações gastronómicas, como o comprova a EMENTA.

MEMÓRIAS - Armando Ferraz

O fantocheiro Armando Ferraz (1923 – 1997), patrono do projeto cultural “Palheta - Robertos e Marionetas”, do 23 Milhas, foi homenageado na sessão comemorativa do 123º aniversário da restauração do concelho de Ílhavo, promovida pela Câmara Municipal de Ílhavo, no passado dia 13 de janeiro, dia em que o seu nome foi dado a uma rua da cidade da Gafanha da Nazaré, terra de onde era natural e onde viveu.
Nessa mesma sessão foi também apresentada mais uma edição da revista “Nossa Gente”, exclusivamente dedicada à biografia de Armando Ferraz.
Desde a última edição do “Palheta”, ocorrida em março de 2020, a Fábrica das Ideias da Gafanha da Nazaré acolhe uma exposição permanente centrada no espólio do bonecreiro Armando Ferraz, gentilmente cedido por Elisa Vilaça. Esse núcleo expositivo tem como foco principal a “relação dos robertos, das marionetas e da Gafanha da Nazaré, desde que o bonecreiro Armando Ferraz se tornou uma referência nesse tipo de teatro na Gafanha da Nazaré, passando pelo festival de Robertos e Marionetas, até ao Palheta”.


Domingo luminoso

Acordei tarde e logo fui envolvido por um Sol luminoso. Nem vento, nem chuva, nem inquietações de maior. Também já não era sem tempo, mas, para que me não arrependa do que estou a dizer, venho tão-só desejar a todos os meus habituais leitores que sorriam e se abram ao bem, ao bom e ao belo, sem esquecermos os que sofrem as agruras das guerras, incompreensíveis para a nossa era.
Bom domingo para todos.

FM  


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