Tenho acompanhado desde a sua fundação o Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, participando, quando possível, nas suas mais importantes realizações. Os Festivais de Folclore, anuais, entram normalmente nas minhas agendas. Este ano, porém, por programações familiares, não poderei estar presente no festival que hoje se realiza na Gafanha da Nazaré. Desejo, contudo, que tudo decorra conforme os desejos dos dirigentes e componentes do Grupo Etnográfico, que tão longe tem levado as nossas tradições.
Aproveito para dizer que é cada vez mais importante valorizar o legado dos nossos antepassados, que foram gente de trabalho duro, de canseiras sem fim, de teimosia e de coragem, ou não fossem as dunas de areias movediças duras de roer. Eu sei que as novas gerações gafanhoas têm sido, nas últimas décadas, apanhadas por outras culturas, por força dos contactos inerentes à vida, o que, em princípio, não é mau, já que não podemos nem devemos ficar agarrados ao «orgulhosamente sós». As sociedades evoluem, crescem, progridem, misturam-se e integram-se de pleno direito na aldeia global, que é o mundo dos nossos dias. Mas também é verdade que a preservação das nossas tradições precisa de um recanto acolhedor nos nossos corações.
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FM