«Por meio de instrumento notarial, o Seminário Diocesano de Aveiro tornou-se dono de uma propriedade rústica, na freguesia de São Bernardo, para nela futuramente ser construído o edifício do Carmelo de Cristo Redentor, das Religiosas Carmelitas Descalças, provisoriamente em Eirol (Secretaria Notarial de Aveiro, I Cartório, Livro de Escrituras Diversas, n.º 79-C, fls. 76v-78v) – J.»
"Calendário histórico de Aveiro"
de António Christo e João Gonçalves Gaspar
“As Carmelitas em Aveiro — Ontem e hoje”
Uma obra de José Martins Belinquete
“As Carmelitas em Aveiro — Ontem e hoje” é uma obra de José Martins Belinquete, editada por Edições Sinai, com data de 1996. Refiro-a hoje porque neste dia, do ano de 1984, o Seminário Diocesano de Aveiro adquiriu um terreno em São Bernardo para nele construir o Carmelo de Cristo Redentor. A edição foi patrocinada pela Câmara Municipal de Aveiro.
O livro consta de duas partes: 1.º Período: 14 de julho de 1658 a 9 de outubro de 1910; 2.º Período: a partir de 20 de novembro de 1983. Trata-se de um trabalho muito completo, na minha ótica, com 871 páginas, ilustrações adequadas e documentos a condizer. O “filme” na íntegra das Carmelitas em Aveiro pode, realmente, ser visto e meditado neste trabalho de José Martins Belinquete, sacerdote da Diocese de Aveiro e estudioso com especial vocação para a história a Igreja de que faz parte.
A Apresentação da obra foi feita pelo então Bispo Emérito de Aveiro, D. Manuel de Almeida Trindade, que diz, ao referir-se ao autor: «O padre Belinquete relata neste livro o percurso das carmelitas, desde a chegada das primeiras monjas, passando pela sua saída por ocasião da 1.ª república, até ao seu regresso a Aveiro. O leitor que se der ao cuidado (e o prazer) de o ler não perderá o seu tempo. Todos nós — os que sabemos quanto representa numa diocese a presença de uma comunidade de contemplativas — lhe devemos ficar agradecidos.»
Também o Bispo de Aveiro, D. António Marcelino, sublinha, em texto “Chamados à contemplação”, publicado na contracapa, que «No mundo atual, demasiadamente voltado para o sensível e para o imediato, o esforço de contemplação, ainda que impulsionado pelo Espírito, não é fácil. Não tem resultados imediatos e está marcado pela gratuitidade, atitudes difíceis para quem se habituou a viver à superfície de si mesmo e a ver, das coisas e das pessoas, apenas o invólucro mais exterior. Com tal hábito, como se pode aspirar a “ver o Invisível”?»
Este trabalho merece mesmo ser lido, sobretudo por quem gosta de descobrir e de sentir as raízes das nossas vidas, sob o impulso da matriz cristã que nos anima.