Culto ao «deus dinheiro»
está a excluir jovens e idosos
O papa afirmou esta quinta-feira no Rio de Janeiro que o «culto» ao «deus dinheiro» está a excluir «os dois polos da vida que são as promessas dos povos»: os mais velhos e os mais novos.
Os idosos são vítimas de uma «espécie de eutanásia escondida», porque não são devidamente acompanhados, e também de uma «eutanásia cultural», porque são impedidos de «falar» e «atuar», disse Francisco num encontro com compatriotas argentinos.
Esta «filosofia» de vida também ataca a juventude: «A percentagem de jovens sem trabalho, sem emprego, é muito alta. E é uma geração que não tem a experiência da dignidade adquirida pelo trabalho. Ou seja, esta civilização levou-nos a excluir os dois extremos que são o nosso futuro».
Francisco pediu «de coração» aos anciãos argentinos que «não claudiquem de ser a reserva cultural» do povo, «que transmite a justiça, que transmite a história, que transmite a memória».
«E vós - pediu o papa dirigindo-se aos jovens - por favor, não se ponham contra os velhos. Deixem-nos falar, escutem-nos e sigam em frente. Mas saibam, saibam que neste momento, vós, os jovens e os anciãos, estão condenados ao mesmo destino: exclusão. Não se deixem excluir».
Na intervenção improvisada que ocorreu na catedral do Rio de Janeiro, Francisco sublinhou a urgência de os católicos não se fecharem entre quatro paredes.
«Quero que a Igreja saia para a rua. Quero que nos defendamos de tudo o que seja mundanidade, do que seja instalação, do que seja comodidade, do que seja clericalismo, do que seja estar encerrados em nós mesmos», vincou.
A cruz de Cristo «continua a ser um escândalo, mas é o único caminho seguro», acentuou Francisco, que encorajou os compatriotas a lerem as bem-aventuranças e o capítulo 25 do evangelho segundo S. Mateus.
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