A eloquência das lágrimas sentidas
Não vi em directo, e tenho pena. Vi e li, depois, os ecos de quem viu e da comunicação social, tocada por aquele testemunho inesperado. Trata-se do gesto da ministra dos Assuntos Sociais de Itália, que, ao ter de anunciar restrições aos idosos, exigidas pela crise económica do país, chorou à vista de toda a gente. Os governantes têm coração e devem dar largas ao sentimento, quando é caso. Não se anunciam sacrifícios, como se anunciam festas. Também é maneira de convencer, mostrar que as coisas passam por dentro de nós. Os insensíveis geram insensibilidade. E desta, já chega. Ser solidário sempre e nas dificuldades é um grito que não se pode sufocar.
António Marcelino
Fonte: "Correio do Vouga"
Fonte: "Correio do Vouga"