1. Não é fácil o assunto, também porque os sucessivos sistemas que reflectem visões de educação o foram e vão complicando. A palavra de ordem é sempre a liberdade; educar na e para a liberdade. Educar na liberdade, significará o aceitar que ao projecto social e educativo pertencem um conjunto de valores plurais mas construtivos, e não um habitar na neutralidade do vazio que ao nada conduz. Sejamos objectivos, pensamos: é impossível a neutralidade na educação, tal a força imensa das subjectividades presentes. Pode parecer que a questão pouco importa, mas o esbatimento diluidor da Lei da Liberdade Religiosa numa neutralidade de exclusão do fenómeno sociorreligioso da comunidade social é o reflexo claro do fechamento intencional.
2. Na democracia das liberdades amadurecidas, por isso sempre inclusivas e autenticamente co-responsáveis, tudo deveria ser claro e transparente. Nada de obscuro tornearia e negociação. Atender-se-ia ao princípio de que as pessoas estão mesmo primeiro. Defender-se-ia a existência de programas com valores formativos de personalidades assertivas. Numa abertura de expressão de quem quer ser cidadão do mundo, convidar-se-iam todos os agentes cooperantes e colaboradores com a Escola e desta com as famílias e a comunidade social envolvente. Atender-se-ia ao essencial e às compensações a fim de dar às gerações da tecnologia muito mais lugar às sabedorias, filosofias, religiões. Despertar-se-iam os pais e as comunidades para intervirem mais, pois só participativos virão.
3. O transvazar da opção que quer ir torneando a lei da liberdade religiosa em passo de exclusão das sabedorias e religiões do espaço social, reflectindo a falta efectiva de liberdade inclusiva para com as pessoas, oferecer-nos-á um futuro mais sombrio, fechado, seco, com menores capacidades culturais, humanas e sociais. Lembramo-nos, infelizmente, da vida curta da disciplina DPS (Desenvolvimento Pessoal e Social)… Sim à EMRC!
Alexandre Cruz