Há problemas simples que algumas pessoas gostam de complicar. Quando os genéricos surgiram no mercado, foi dito e redito que os referidos medicamentos eram absolutamente iguais aos de marca. Eram fabricados, foi sublinhado, com a mesma substância activa, não diferindo, em nada, dos outros medicamentos, sendo, no entanto, mais baratos. Dizia-se, então, que a diferença de preços era resultante das publicidades feitas pelos fabricantes e dos processos de produção levados a cabo pelas grandes indústrias. Outras razões estariam na base da produção e na ausência de concorrência.
Ora, tanto quanto sei, os genéricos continuam a ser ignorados por muitos médicos, que também manifestam uma certa relutância em autorizar a substituição.
Um dia destes aventou-se a hipótese de os farmacêuticos poderem trocar os medicamentos receitados pelos genéricos. Logo vieram alguns clínicos com os habituais alertas de que não se responsabilizam por eventuais danos para os doentes daí resultantes.
Pergunto:
- Os genéricos são ou não são fabricados com os mesmos elementos activos?
- Os processos de fabrico são ou não são fiscalizados pelas entidades competentes?
- Os farmacêuticos têm ou não têm competência técnico-científica para procederem à substituição do medicamento pelo respectivo genérico?
- Os genéricos são ou não são mais baratos, tanto para o Estado como para o doente?
- Por que razão não receitam os médicos, com toda a normalidade, os tais genéricos?
Fernando Martins