sexta-feira, 19 de setembro de 2008

O BOSÃO DE HIGGS E O LIVRO DO GÉNESIS

Quem, no passado dia 10, se não sentiu entusiasmado com o sucesso do início da megaexperiência em curso através do megaacelerador de partículas no CERN, na fronteira entre a Suíça e a França? Há um modelo-padrão na Física, mas há uma partícula que falta, o famoso bosão de Higgs. Ela está prevista pela teoria. Mas, como disse o físico Carlos Fiolhais, ela pode não aparecer. "E podem aparecer outras partículas, o que significaria que a teoria actual teria de ser revista". O próprio cientista deixa-se fascinar pela "imaginação da Natureza". De qualquer forma, o conhecimento humano do Universo avança e está em expansão... É natural que também os crentes sejam arrastados pelo entusiasmo da investigação e se esforcem por fazer avançar o conhecimento da realidade a nível científico. No caso cristão, trata-se mesmo de uma exigência da fé. De facto, no Evangelho segundo São João, está escrito que "no princípio havia o Logos (Razão, Palavra); o Logos estava em Deus e o Logos era Deus. Por Ele é que tudo começou a existir". Isto significa que, se o mundo foi criado pelo Logos, o mundo é racional e deve ser investigado racionalmente pelos seres humanos. Frente ao carácter gigantesco da experiência em curso, que nos deveria levar à máxima proximidade do que se seguiu ao Big Bang, alguns cientistas chegaram a utilizar linguagem quase religiosa para a designação do bosão de Higgs, dando-lhe o nome de "partícula de Deus". O físico Michio Kaku escreveu: "Esta máquina, o superacelerador, levar-nos-á tão perto quanto humanamente é possível à maior criação de Deus, a Génese. É uma máquina da Génese, concebida para estudar o maior acontecimento de toda a história: o nascimento do Universo". Neste enquadramento, o Prémio Nobel da Física Steven Weinberg disse que as descobertas esperadas podem diminuir a importância de Deus na nossa compreensão do Universo. Anselmo Borges Leia todo o artigo no DN

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