O centenário do regicídio trouxe ao de cima reacções curiosas. Por um lado, os historiadores a dar relevo à figura do rei, aos seus projectos e às maquinações que o levaram à morte. Por outro lado, o governo a dizer não ás iniciativas surgidas e AR a dizer que seria uma mancha, um erro sem sentido evocar-se um símbolo daquilo que foi derrotado, a execranda monarquia, e deu lugar à vitória do que somos hoje, a gloriosa república.É muito difícil encontrar competência, coragem e sensatez, para se lerem com liberdade interior acontecimentos históricos, quando tocam convicções ideológicas ou partidárias.
É o caso.
A monarquia não é uma ameaça, a república não tem um toque de perfeição acabada. A história é sempre mestra, para quem a souber ler sem preconceitos, nem olhos vesgos.
Mais uma vez aí temos um presente vazio, um passado apagado e um futuro sem esperança.
António Marcelino