Acaba de me chegar às mãos a segunda edição, revista e ampliada, de “Arte Religiosa e Património Cultural”, um livro de Mons. João Gonçalves Gaspar. Trata-se de uma obra que reflecte os conhecimentos do autor sobre um tema nem sempre muito bem compreendido e abordado por quem está ligado à Arte Sacra e ao património cultural, em especial de matriz religiosa. Por isso, este livro, de apenas 48 páginas, merece ser lido por todos os membros do clero, mas também pelos demais agentes de pastoral e pelos arquitectos, engenheiros, artistas e decoradores de templos, na certeza de que ali poderão colher preciosos ensinamentos.
Mons. João Gaspar, no respeito absoluto pelas orientações da Igreja sobre estas matérias, escreve sobre projectos, disposição do templo e sua finalidade, lugar dos fiéis, presbitério, altar, ambão, fonte baptismal, reserva eucarística, espaço penitencial, imagens e bens preciosos, sem deixar de indicar a bibliografia correspondente.
Há ilustrações sobre ampliações de igrejas, construções novas, fachadas e imagens, que poderão servir como motivos de reflexão, para se não ofender a Arte Sacra e para se respeitarem as orientações estabelecidas pela Igreja Católica.
D. António Marcelino lembra, num texto a abrir a obra, que “A arte, pela sua função, significado e valor, tem lugar importante na celebração eucarística e na vida da Igreja. Ela é, neste campo e ao mesmo tempo, expressão poética que deve procurar coerência com o rito que se celebra e com louvor a Deus pelo reconhecimento dos seus dons; que assume ainda o seu verdadeiro sentido ao participar, de modo escrupuloso, na manifestação dos seus sinais sagrados com a sua qualidade de adaptação e de medida adequada”.
O Bispo de Aveiro recorda ainda que a história mostra o cuidado da Igreja “na edificação dos lugares de culto, na beleza e nobreza das alfaias litúrgicas, na qualidade do canto, na dignidade referencial dos gestos e expressões de quem preside à celebração e no sentido de comunhão visível de quem nela participa”.
Fernando Martins