Leitor pronuncia-se sobre o aborto, assunto que está de novo na berra e com promessa de novo referendo. O leitor está devidamente identificado, pois a sua opinião veio por e.mail.
A ideia de referendar mais uma vez o aborto (ou melhor a interrupção voluntária da gravidez ou, ainda mais pomposamente, a IVG) está errada e serviu apenas para o PS dar um ar de radical para piscar o olho aos eleitores descontentes com o PC ou Bloco. De facto, a legislação portuguesa contempla já aqueles casos polémicos que todos se lembram de usar como argumento para defender a liberalização do aborto. Isto é, em Portugal, uma utente pode abortar de forma sigilosa em local oficial se foi vítima de violação, se o bebé tem deficiência grave, e se há perigo de vida ou dano para a saúde (física e psíquica) da mãe.
Ficam então de fora as mães que, sem culpa, têm poucas condições socioeconómicas para criar um(a) filho(a). A essas cidadãs tem o Estado o dever de poupar em submarinos e estádios de futebol, e de investir numa Segurança Social que apoie os mais fracos.
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