Crónica semanal
de Anselmo Borges
Quero voltar ao Espírito Santo e às festas do Divino Espírito Santo, nos Açores, que são uma das festas mais humanistas e solidárias do mundo. Ah! aquela coisa dos “impérios”! Chegue quem chegar, senta-se e come e bebe fartamente, sem que alguém lhe pergunte quem é, donde é, o que faz. De graça. Quando lá fui, no “império” a que me acolhi, lá estava o espírito: “A hora de repartir/Que a gente tanto gosta. /Pão, carne, massa e vinho/Temos sempre a mesa posta.” Ali, foram servidas mais de 600 “sopas” (um ensopado de carne excelente).
Se formos à procura da origem destas festas, encontraremos um monge célebre do século XII, Joaquim de Fiore, que deu origem ao joaquimismo. Segundo ele, a História do mundo está dividida em três Idades: a Idade do Pai ou da Lei, que é a idade da servidão e do medo; a Idade do Filho, que é a idade da submissão filial; a Idade do Espírito Santo, na qual se ia entrar, e que é a idade do Amor, da Liberdade e da Fraternidade.