sexta-feira, 29 de agosto de 2025
quinta-feira, 28 de agosto de 2025
Uma Chama Não Chama a Mesma Chama
uma chama não chama a mesma chama
há uma outra chama que se chama
em cada chama que chama pela chama
que a chama no chamar se incendeia
um nome não nome o mesmo nome
um outro nome nome que nomeia
em cada nome o meio pelo nome
que o nome no nome se incendeia
uma chama um nome a mesma chama
há um outro nome que se chama
em cada nome o chama pelo nome
que a chama no nome se incendeia
um nome uma chama o mesmo nome
há uma outra chama que nomeia
em cada chama o nome que se chama
o nome que na chama se incendeia
E. M. de Melo e Castro,
in "Rosa do Mundo"
terça-feira, 26 de agosto de 2025
Não podemos ficar indiferentes
"Ninguém investido em autoridade neste país, seja a nível central seja a nível local, pode ficar quieto, tranquilo, descansado, limitando-se uma vez mais a voltar a dizer que agora sim, agora é que vamos pensar e levar a sério a desertificação do interior do nosso belo país, dotando as pessoas que lá vivem com os mesmos direitos, meios e estruturas que todos os outros cidadãos.”
"Quando vemos a terra à força enviuvada, e o sol e a lua, nossos irmãos, vestidos de sangue carregado, não podemos fechar os olhos e as mãos, as entranhas e o coração. Quando ouvimos os gritos angustiados de tantos de nós que veem os seus bens arrebatados pelas chamas e o futuro ali à sua frente trucidado, não podemos apagar a dor que nos sufoca e continuar a dormir um sono sossegado.”
António Couto, Bispo
Li aqui
Rosita Facica
A minha querida mãe
O meu parente e amigo Manuel Olívio da Rocha teve gentileza de homenagear a minha querida mãe, Rosa da Rocha, nascida em 23 de Fevereiro de 1910 e falecida em 15 de Maio de 1994, com 84 anos. E diz:
"Ti Rosita:
Parece que a estou a ver com o seu sorriso e os olhos vigilantes. Os rapazes íamos visitar o seu mais velho, mas era você que nos abria a porta.
Com o rodar dos anos, fomos dando conta de que, como o seu Armando andava no bacalhau, ali, na vossa casa, tudo passava por si; afinal o que sucedia em muitas das famílias da nossa terra, onde as mães organizavam, dirigiam e mandavam e todos lhes obedeciam!
Acredite que, como todos os rapazes, muito a admirava o
Obrigado, Olívio, pela tua amizade.
Fernando Martins
Recordando Mestre Mónica
«Parece-me que respiro melhor, quando vou à Gafanha benzer os barcos de Mestre Mónica. Mas não é só o ar da ria que tem o dom de nos abrir os pulmões. É não sei que fulgor de abundância, de riqueza nacional, de vitorioso progresso que por ali passa e nos bate em cheio no peito. É um milagre de beleza que Mestre Mónica sabe extrair de troncos rudes, de matéria informe. Quando passam os carros a gemer sob o peso morto daqueles pinheiros, quem imagina a elegância e a majestade, a doçura e a força, a maravilha e arte que dali vão sair!
Vai Ilhavense; vai Santa Joana; vai, Santa Mafalda; vai, Avé-Maria, desce imponente a húmida calha, entra nas águas, encanta os mares, recolhe a presa, e depois, ao regresso, entra airosa na barra, ao som da orquestra, ao flutuar das bandeiras, à alegria das multidões!
Aveiro, 5 de Abril de 1957
+ João Evangelista,
Arcebispo-Bispo de Aveiro»
Vai Ilhavense; vai Santa Joana; vai, Santa Mafalda; vai, Avé-Maria, desce imponente a húmida calha, entra nas águas, encanta os mares, recolhe a presa, e depois, ao regresso, entra airosa na barra, ao som da orquestra, ao flutuar das bandeiras, à alegria das multidões!
Aveiro, 5 de Abril de 1957
+ João Evangelista,
Arcebispo-Bispo de Aveiro»
segunda-feira, 25 de agosto de 2025
A flor em silêncio
Procuro o lento cimo da transformação
Um som intenso. O vento na árvore fechada
A árvore parada que não vem ao meu encontro.
Chamo-a com assobios, convoco os pássaros
E amo a lenta floração dos bandos.
Procuro o cimo de um voo, um planalto
Muito extenso. E amo tanto
A árvore que abre a flor em silêncio.
Daniel Faria
In DOS LÍQUIDOS
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