De Arganil, rumei a Piódão, uma Aldeia Histórica que é uma referência nacional. Foram 41 quilómetros, por estrada que serpenteia a Serra do Açor, do cimo da qual se pode apreciar um panorama único, pela verdura que o enche e pelos desfiladeiros que atemorizam o viajante mais destemido. Por aqui e por ali, casebres abandonados, de xisto, e, lá no alto, as torres que aproveitam a energia eólica. Nem vivalma pelo caminho. Apenas a serenidade e a beleza do ambiente, o ar puro que desentope os brônquios e a alma a sentir-se livre e a querer voar para chegar ao infinito. Depois, ao longe, ao virar de uma esquina serrana, meta à vista, com o casario da aldeia, como um bloco único de xisto.
quinta-feira, 6 de março de 2025
É PRECISO APOSTAR NO FUTURO
Hoje, com a paciência possível para enfrentar umas boas horas de trabalho, apostei em afinar os meus blogues. É claro que ainda não cheguei ao fim, mas terei de voltar.
Nunca pensei que tinha escrito tanta coisa, abordando os mais diversos temas: contei estórias e a história da nossa terra tem por aqui nacos da minha vida em prol da comunidade. Daria para diversos livros, mas como se lê pouco, não vale a pena pensar nisso. Fica em armazém para quem quiser debruçar-se sobre o labor insano das gerações que nos antecederam, mas também das atuais.
Contudo, enquanto puder, não ficarei a olhar só para o passado. É preciso apostar no futuro.
FM
quarta-feira, 5 de março de 2025
RECORDAÇÕES - O Catitinha
Foi em casa do tio João Catraio que um dia, aí por 1945, conheci uma figura típica e algo misteriosa. Aparecia de tempos a tempos e fixava residência em casa de alguns gafanhões, que o recebiam como se fora um parente próximo. Cediam-lhe um quarto, comia à mesa com as famílias que o acolhiam, conversava e dava conselhos a todos. Das suas palavras, serenas e bem medidas, saíam conceitos cheios de filosofia, que eu não entendia, mas que os sentia nos rostos extasiados de gafanhões iletrados e pouco viajados. Era o Catitinha, que até os fotógrafos da região gostavam de registar para a posteridade. E quando nos falava, como qualquer avô extremoso e sábio, mostrava-nos fotografias das localidades por onde passara, viajando sempre de comboio. Dizia-se, então, que tinha livre-trânsito para poder andar de terra em terra. Não estava muito tempo no mesmo sítio. De repente, sem que nada o fizesse prever, anunciava a partida, e lá ia. Vim a referenciá-lo, mais tarde, noutras terras, sobretudo da beira-mar.
Diz a Agência Lusa - O mar é uma "sopa"
O mar é uma “sopa” de bactérias, algas, vírus, fungos, corais, esponjas, peixes, moluscos e crustáceos, dos quais se extraem “ingredientes” para medicamentos contra o cancro, cosméticos anti-rugas, suplementos alimentares, rações para animais, fertilizantes e descontaminantes.
Sendo assim, vamos todos aproveitar. O Verão ainda tarda, mas já podemos molhar os pés e mais alguma coisa.
terça-feira, 4 de março de 2025
Um poema de João de Deus
A vida é o dia de hoje,
A vida é ai que mal soa,
A vida é sombra que foge,
A vida é nuvem que voa;
A vida é sonho tão leve
Que se desfaz como a neve
E como o fumo se esvai:
A vida dura num momento,
Mais leve que o pensamento,
A vida leva-a o vento,
A vida é folha que cai!
A vida é flor na corrente,
A vida é sopro suave,
A vida é estrela cadente,
Voa mais leve que a ave:
Nuvem que o vento nos ares,
Onda que o vento nos mares,
Uma após outra lançou,
A vida – pena caída
Da asa da ave ferida
De vale em vale impelida
A vida o vento levou!
NOTA: Hoje acordei a recitar, para mim, claro, este poema.
A vida é ai que mal soa,
A vida é sombra que foge,
A vida é nuvem que voa;
A vida é sonho tão leve
Que se desfaz como a neve
E como o fumo se esvai:
A vida dura num momento,
Mais leve que o pensamento,
A vida leva-a o vento,
A vida é folha que cai!
A vida é flor na corrente,
A vida é sopro suave,
A vida é estrela cadente,
Voa mais leve que a ave:
Nuvem que o vento nos ares,
Onda que o vento nos mares,
Uma após outra lançou,
A vida – pena caída
Da asa da ave ferida
De vale em vale impelida
A vida o vento levou!
NOTA: Hoje acordei a recitar, para mim, claro, este poema.
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