terça-feira, 19 de dezembro de 2023

Os sonhos comandam a vida

 “Neste Natal, atreva-se a sonhar.” Li esta frase, há anos, num saco publicitário, e ficou guardada no meu cérebro para sempre, em especial no Natal. De pequenino senti que o Natal era um sonho que continuará até ao fim dos tempos. E quem não gosta de sonhar?

Neste Natal, tenho sonhado com o fim das guerras, tantas guerras, ao longo da história. E nenhuma levou os homens e mulheres procurarem a paz para sempre. Tanto a nível pessoal, local e universal.

O sonho, diz o poeta António Gedeão, comanda a vida. E se assim é, há que encher a vida de sonhos. Sonhos que nos alimentem o espírito e nos garantam forças para prosseguir na jornada, em caminhos de optimismo, tolerância e verdade.

Importa, pois, sonhar, porque a vida não pode ser só trabalho, canseiras, preocupações, tristezas. De permeio, há felicidades pessoais ou coletivas a conquistar.

Urge crer num mundo melhor e lutar por uma sociedade mais justa e mais solidária, para nós e para os nossos filhos e netos. Urge tornar fáceis, através dos sonhos, mas não só, os caminhos que trilhamos, iluminando os que nos rodeiam com sorrisos e projetos de beleza e paz. Urge prosseguir no dia a dia na busca do que é bom para todos os homens e mulheres de boa vontade.

Será ótimo sonhar em espírito natalício todos os dias do ano! É que o sonho, a alma de uma vida melhor, é luz que brilha e ilumina projetos com sentido, porque assentes na ternura que o MENINO do presépio de Belém nos deu para sempre.

segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

Recordando um amigo: Georgino Rocha

Lembrei-me hoje de um amigo que já está no seio de Deus: Georgino Rocha. Um padre amigo e sempre disponível para colaborar neste meu blogue, com reflexões adequadas aos tempos litúrgicos. Não era preciso telefonar-lhe nem sugerir-lhe assuntos para os seus escritos. Estou convicto de que o meu amigo de tantos anos não me levará a mal este modesto elogio, mas sinto que devo fazê-lo por razões de justiça.
A sua fidelidade era tal, que, mesmo doente, os seus escritos não faltavam na hora própria, dando testemunho da sua fé e da sua cultura, que era muito acima do normal. Não será necessário citar os seus doutoramentos porque o padre Georgino não fazia gala disso, embora o provasse, quando escrevia ou falava para gente humilde ou culta.
Em sua memória, republicarei alguns textos seus. É que o padre Georgino continua a acompanhar-me na minha vida terrena.

Fernando Martins

domingo, 17 de dezembro de 2023

O PRESÉPIO de João Saraiva

Menino vestido pela Lita por causa do frio
 

Numas palhinhas deitado,

abrindo os olhos à luz,

loiro, gordinho, rosado,

nasce o Menino Jesus.


Uma vaquinha bafeja

seu lindo corpo divino, 

de mansinho, que a não veja 

e não se assuste o Menino!


Meia-noite. Canta o galo.

Por essa Judeia além

dormem os que hão de matá-lo 

quando for homem também!


E, pensativa, a Mãe pura

ouve, embalando Jesus,

os rouxinóis na espessura

dum cedro que há de ser cruz!


PAPA FAZ HOJE 87 ANOS — PARABÉNS!

PAPA FRANCISCO FAZ HOJE 87 ANOS

 

Pascal: o Homem e Deus

Crónica de Anselmo Borges
no Diário de Notícias

Entre o nada e o Infinito, outras tensões, Jesus Cristo e a salvação.
Desproporção no homem. "O que é um homem no infinito? O que é um homem na natureza? Um nada diante do infinito, um tudo diante do nada, um meio entre nada e tudo, infinitamente longe de compreender os extremos. Todas as coisas saíram do nada e são elevadas até ao infinito."
O homem não se compreende porque está no meio e não se contenta senão com o infinito. "Todos os homens procuram ser felizes. O que não conhece excepção por muito diferentes que sejam os meios para esse fim. A vontade não faz a mais pequena diligência a não ser tendo em vista esse objecto. É este o motivo de todas as acções de todos os homens, até mesmo dos que se enforcam.

sábado, 16 de dezembro de 2023

NATAL — Provérbios

O Nosso Menino Jesus
 

- Ande o frio por onde andar, no Natal cá vem parar.

- Caindo o Natal à segunda-feira, tem o lavrador de alugar a eira.

- Festa do Natal no lar, da Páscoa na praça, do Espírito Santo no campo.

- Mal vai a Portugal se não há três cheias antes do Natal.

- Natal à sexta-feira, por onde puderes semeia; ao domingo, vende bois e compra trigo.

- O Natal ao assoalhar e a Páscoa ao luar.

- Depois que o Menino nasceu, tudo cresceu.

- Natal ao sol, Páscoa ao fogo fazem o ano formoso.

- Depois do Natal, saltinho de pardal

- Pelo Natal, cada ovelha no seu curral.

- Pelo Natal, neve no monte, água na ponte.

- Chuva em Novembro, Natal em Dezembro.

- Do Natal a Santa Luzia, cresce a noite e mingua o dia.

- Dos Santos ao Natal, bom é chover e melhor nevar.

- Dos Santos ao Natal, perde a padeira o seu capital.

- Dos Santos ao Natal, é inverno natural.

- Natal em casa, junto à brasa.

- No dia de Natal têm os dias bico de pardal.

- No Natal semeia o teu alhal se o quiseres cabeçudo pelo Entrudo.

- Pelo natal, se houver luar, senta-te ao lar; se houver escuro, semeia tudo.

- Pelo Natal, sachar o faval.

- Pelo Natal, tem o alho bico de pardal.
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NB: Há mais provérbios... Quem quer dar uma ajuda?

Homenagem a Tolentino Mendonça

“Mesmo se vivemos rodeados de perguntas, as mais preciosas são, porventura, aquelas que em silêncio nos acompanham desde o princípio, aquelas que se confundem com o que somos, como o espinho no troço da rosa ou como a rosa que, sem sabermos como, floresce no cimo improvável daquela sucessão de espinhos.”

In “O pequeno caminho das grandes perguntas” de José Tolentino Mendonça

NOTA: Ontem, o cardeal, poeta, teólogo e escritor multifacetado esteve na Universidade de Aveiro. Fui informado que só podiam assistir à cerimónia em que foi homenageado os convidados. Tive pena. Aqui o lembro em jeito de homenagem.