Não sei a data desta fotografia que "mora" nos meus arquivos. Vê-se bem que é muito antiga, mas não deixa de ser interessante. Aqui a deixo para meditação e para nos lembrar que vivemos num século muito diferente. Para melhor, julgo eu.
sexta-feira, 18 de agosto de 2023
quinta-feira, 17 de agosto de 2023
Em maré de recordar - De uma viagem pelo Douro
O DOURO FICA SEMPRE NA ALMA DE QUEM O VISITA
“Nenhum outro caudal nosso corre em leito mais duro, encontra obstáculos mais encarniçados, peleja mais arduamente em todo o caminho…
Beleza não falta em qualquer tempo, porque onde haja uma vela de barco e uma escadaria de Olimpo ela existe.”
Miguel Torga, in “Portugal”
Beleza não falta em qualquer tempo, porque onde haja uma vela de barco e uma escadaria de Olimpo ela existe.”
Miguel Torga, in “Portugal”
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Em maré de recordar
Gosto imenso de recordar tempo idos. Esta foto transportou-me à minha juventude. E ali estou eu, penso que já curado da tuberculose que me afetou, daí o agasalho a que estava sujeito. Do lado direito está o Ângelo Ribau e do outro lado está o seu irmão Plínio. Ambos falecidos. o Ângelo era o tal amigo que me visitava todos os dias. Com que saudades os recordo!
quarta-feira, 16 de agosto de 2023
Jaime de Magalhães Lima - Vale de Lafões
Se me fossem necessárias provas da perversão ou debilidade dos costumes e da educação nacionais, tê-Ias-ia na ignorância, no abandono e na geral indiferença dos portugueses que ou não conhecem ou não querem conhecer, ou mesmo desprezam, depois de o conhecerem, esse delicioso cantinho da nossa terra chamado o Vale de Lafões. Percorri-o durante três dias e em todas as direcções, e lá encontrei empregados públicos e médicos e advogados e proprietários e gente de toda a condição e toda possuída dum mesmo enfado, maldizendo a sua sorte e suspirando por terras melhores. Encontrei também muitas vezes estradas desertas, palácios escalavrados e aldeias misérrimas. O que, porém, em parte alguma encontrei, foram viajantes jornadeando por simples interesse e curiosidade de conhecerem aquelas terras, que são nossas e que são belas; nem gente que as procurasse corno um lugar de tranquilidade salutar onde recuperasse as forças perdidas no ar empestado das cidades; nem habitações, não de luxo ou de recreio, que as não cobiço para o meu país, mas significando um amor consciente da natureza, um carinhoso aferro ao silêncio e à majestade das montanhas, à contemplação das coisas em que a grandeza da vida se revela na serenidade plena da sua harmonia, cativando a nossa alma e depurando-a. Nada disso lá encontrei, e nem sequer quaisquer leves vestígios de semelhante tendência me autorizaram a sonhá-la.
Porquê?!... Será que o português não viaje? Será que lhe faltem meios económicos para despender alguma coisa em um repouso duplamente sadio, moral e fisicamente, longe do bulício das cidades e da sua diversa corrupção? Com certeza, não. Não faltam portugueses que tenham percorrido as montanhas da Suiça, e os seus lagos e os Pirinéus e o Reno e a Escócia. Não falta quem nos assegure que viu lá paisagens magníficas e não falta quem esteja disposto a ir vê-las. As viagens de portugueses ao estrangeiro multiplicam-se e amiúdam-se constantemente. E até não falta quem de lá nos traga e praticamente nos mostre a poder de dinheiro e com um zelo digno de melhor sorte, chalets, jardins arrelvados e muita outra coisa linda que do estrangeiro importou como nota da civilização.
Jaime de Magalhães Lima
Nota. Excerto de texto publicado em Aveiro e o seu Distrito
terça-feira, 15 de agosto de 2023
Férias cá dentro
Cada vez me convenço mais de que vale a pena passar férias cá dentro. Portugal, que é um país pequeno, tem ainda muito por descobrir e cabe a cada um de nós divulgar cantos e recantos porventura ignorados, mas dignos da nossas admiração.
Não sendo muito viajado, ainda gosto de saber mais sobre o nosso país, pelo que me encanto quando alguém me descreve, com minúcia, paisagens e monumentos de aldeias, vilas e cidades de recantos do nosso país. Um dia destes, um familiar, que andou pela raia de Portugal com Badajoz à vista, "fez-me sair de casa", descrevendo, com minúcia, o que viu, sentiu e saboreou nestas férias de 2023. E com que apetite fiquei eu de o imitar, coisa difícil ou mesmo impossível, dada a minha dificuldade em sair de casa. Ficarei, contudo, com a imaginação muito mais rica.
sábado, 12 de agosto de 2023
Miguel Torga nasceu neste dia
Mãe:
Que visita tão pura me fizeste
Neste dia!
Era a tua memória que sorria
Sobre o meu berço.
Nu e pequeno como me deixaste,
Ia chorar de medo e de abandono.
Então vieste, e outra vez cantaste,
Até que veio o sono.
Miguel Torga - Gerês, 12 de Agosto de 1948
Que visita tão pura me fizeste
Neste dia!
Era a tua memória que sorria
Sobre o meu berço.
Nu e pequeno como me deixaste,
Ia chorar de medo e de abandono.
Então vieste, e outra vez cantaste,
Até que veio o sono.
Miguel Torga - Gerês, 12 de Agosto de 1948
No livro - Miguel Torga - Poesia Completa - 2.ª edição
Nota: O poeta completaria hoje 116 anos.
Festival do Bacalhau – 2023
Cumpri hoje a devoção de visitar o Festival do Bacalhau no Jardim Oudinot, sala de visitas da nossa terra. Saboreei feijoada de samos, pataniscas e bolos de bacalhau regados por vinho branco fresquinho. Serviço rápido a cargo de gente jovem, filhos de amigos. Sobremesa e café completaram a refeição. Olhares furtivos para identificar pessoal que não via há muito.
A Lita e o Fernando, comigo à ilharga, também se mostravam compostos à saída para a volta da praxe, apreciando o pessoal que começa a encher o Jardim Oudinot para uma tarde aberta ao calor deste Verão que convida ao lazer. Animação diversa e comércio próprios destes festivais.
O pavilhão do artesanato exibia a habilidade de mãos de muita gente. Peças de arte muito variada, que a Lita não se cansa de apreciar e lá vai comprando segundo os seus gostos. Atrás dela vou pagando, mas não me assustei nem se assustem que ela contenta-se com peças bonitas e baratinhas. Regressámos quando o Oudinot começava a ficar repleto. A festa vai continuar até o sono convidar ao descanso. Amanhã termina o festival, mas o bacalhau, por estas bandas, continua presente nas mesas de quem o sabe apreciar.
F. M.
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