domingo, 28 de julho de 2019

Anselmo Borges - Marta e Maria, Eco e Narciso

Aldeia de Betânia - Jerusalém 

1. É um passo extraordinário do Evangelho segundo São Lucas.
Numa aldeia a caminho de Jerusalém, Betânia, Marta, a dona da casa, convidou Jesus, e, claro, querendo receber bem, como é próprio de uma dona de casa que convida um hóspede ilustre, afadigava-se a trabalhar. Entretanto, a sua irmã, Maria, sentada aos pés de Jesus, na posição própria do discípulo que escuta um rabi, um mestre, pôs-se a ouvir a palavra d'Ele. O trabalho era tanto que Marta veio ao encontro de Jesus e, compreensivelmente, quase em termos de repreensão, atirou-lhe: "Senhor, não te importas que a minha irmã me tenha deixado sozinha a servir? Diz-lhe que venha ajudar-me." Jesus respondeu: "Marta, Marta, andas inquieta e agitada com muita coisa, quando uma só é necessária! Na verdade, Maria escolheu a melhor parte, que lhe não será tirada."

2. Ao longo dos tempos, sobre este texto sucederam-se os comentários. Que Marta representa a acção e Maria a contemplação. Mestre Eckardt, paradoxalmente, chamou a atenção para o facto de a verdadeira mística ser, afinal, Marta, no contexto do que se chamou "a mística de olhos abertos", dirigida à acção a favor dos outros. A contemplação sem acção, sem compaixão, pode não passar de pura ilusão. De qualquer modo, é essencial sublinhar o que raramente ou mesmo nunca se diz: Jesus está a afirmar que as mulheres também podem e devem ser discípulas. Não é por acaso que Maria está precisamente na posição do discípulo: aos pés de Jesus, escutando a sua palavra. Contradizendo o que estava determinado, Jesus teve discípulos e discípulas; as mulheres não podem estar confinadas ao serviço da casa.

3. Numa leitura abrangente e essencial, o que o texto propugna é uma Igreja das duas irmãs e a vida de todos, de cada um e de cada uma, tem de ser a sínteses das duas irmãs. Também na política.

Concretizando.

sábado, 27 de julho de 2019

Um desafio à imaginação de quem passa



Confesso que gosto de tudo o que possa chamar a atenção de quem passa. Aprecio monumentos, estátuas cujas legendas leio para saber do que se trata ou quem se pretende homenagear, mas também gosto de ver peças decorativas, de sabor moderno ou nem por isso. 
Perto da minha morada na Figueira da Foz, ao lado da Av. Dr. Joaquim de Carvalho, tenho visto, desde há muito, um paralelepípedo sem qualquer palavra ou frase que nos diga do que se trata. Está perto de um bloco antigo de apartamentos, num relvado a precisar de rega. Sem mais nada. 
Aparentemente, trata-se de um coluna assente numa base, sem cola ou cimento que garanta a posição, encimada por restos de uma peça metálica, talvez com anterior ligação a foco luminoso. A verdade é que a peça decorativa lá está como sinal de alguma utilidade, chamando a atenção dos transeuntes. Ou foi ali colocada ou deixada como desafio à imaginação de quem passa? Talvez seja isso.

Há dias assim...



LIBERDADE

Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não fazer!
Ler é maçada,
Estudar é nada.
Sol doira
Sem literatura
O rio corre, bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como o tempo não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto é melhor, quanto há bruma,
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,

Flores, música, o luar, e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

Mais que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca...


Fernando Pessoa

sexta-feira, 26 de julho de 2019

Barra de Aveiro - Petroleiros de partida...



A  Barra de Aveiro proporciona-nos momentos agradáveis a cada instante. A cenas de embarcações num vaivém constante de entradas e saídas convidam-nos a olhar e a confirmar quanto é fundamental um porto multifacetado (pesca costeira e longínqua, recreio, industrial e comercial) para a economia local, regional e nacional. Esta imagem, por exemplo, diz-nos muito sobre a mais-valia que representa o Porto de Aveiro nas nossas vidas.

Georgino Rocha - Jesus ensina-nos a rezar



A resposta de Jesus abre novas dimensões ao pedido que o seu discípulo lhe faz para ensinar o grupo a rezar. São dimensões familiares que manifestam o ser de Deus, na sua relação connosco, que o fazem presente nas entranhas filiais de cada humano, que o definem e tornam reconhecido como a fonte de vida comum que gera “um nós” inconfundível e original. Constituem, por isso, a verdade que nos identifica e consolida na existência e a realidade performativa que nos impele a viver, cada vez mais, de acordo com a matriz do nosso ser humano.
O pedido do discípulo surge após a oração de Jesus. Lc 11, 1-13. Que haveria de especial, neste gesto de Jesus, para ele se sentir tão desejoso e impressionado? É certo que os mestres ensinavam os discípulos a rezar, transmitindo-lhes o resumo da mensagem que pretendiam difundir. Jesus praticava a oração, com normalidade, no decorrer do dia e das festas, sozinho e em família, com o grupo de acompanhantes, em lugares silenciosos, nos espaços públicos, na sinagoga, no templo. O grupo sabia-o e podia testemunhá-lo.
A novidade está, sem dúvida, na relação filial que manifesta ao dirigir-se a Deus como Abba, Papá querido, e consequentemente em “reconfigurar” o rosto de Deus no coração humano, em condensar o seu projecto de salvação em preces e atitudes vividas por ele e transmitidas aos discípulos, seus fiéis seguidores.
O desejo expresso pelo discípulo desvenda o melhor do ser humano: ser chamado a conhecer as suas capacidades e limitações, a ultrapassar-se a si mesmo – a sua vocação é Deus, a plenitude que Jesus nos revela -, a crescer na relação solidária, fruto da irmandade comum, a cuidar e apreciar tudo o que é humano como dom recebido a transmitir.

quinta-feira, 25 de julho de 2019

Figueira da Foz à noitinha - Edifícios e Forte



O Casino Oceano foi inaugurado em 3 de Agosto de 1898, para servir de café-concerto. Trata-se de um belo edifício representativo da "belle époque". No auge da sua vida, apresentava-se ricamente mobilado e decorado. O exterior é digno de ser apreciado.
Castelo Engenheiro Silva, antigo edifício do Turismo e Casa das Conchas.  Referência do último quartel do século XIX. Voltado para o mar, foi restaurado, apresentando-se, presentemente, com a dignidade necessária, merecendo a admiração de quem passa.






O Forte de Santa Catarina começou a ser edificado nos finais do século XVI para defesa da entrada do Mondego. Durante a primeira invasão napoleónica, foi ocupado pelas tropas de Junot, mas em 27 de Julho de 1808, um exército popular, armado de foices e lanças, comandado pelo académico Bernardo Zagalo, dominou o militares franceses ali aquartelados.

Mandela - A felicidade humana


"Estou mais do que nunca influenciado pela convicção 
de que a igualdade social é a única base da felicidade humana"

Nelson Mandela (1918-2013), Nobel da Paz


NOTA: Li no PÚBLICO

PESQUISAR

DESTAQUE

Animais das nossas vidas

O Toti e a Tita foram animais das nossas vidas. Aqui estão no relvado com a Lita. Descontraídos e excelentes companheiros, cada um com o seu...

https://galafanha.blogspot.com/

Pesquisar neste blogue

Arquivo do blogue