quinta-feira, 29 de junho de 2017

Uma flor solta parece viva, mas está morta


«Uma flor solta parece viva, mas está morta. Uma folha viva, oculta na copa, pode parecer morta, mas está viva e dela poderá desabrochar ainda muita vida. O importante não é o movimento, nem a aparência... Às vezes, o que está oculto e quieto é mais fecundo do que aquilo que se mexe muito, parece ter muita vitalidade, mas não é mais do que uma folha morta levada pelo vento...»

José Luís Nunes Martins, na RR

Georgino Rocha: Igreja Caridade — Um olhar a partir de dentro


«A caridade política merece destaque especial pela sua relação directa com o bem comum e a qualidade ética da convivência dos cidadãos. Ninguém pode dispensar-se, como pessoa ou associação, ninguém pode alhear-se da grande política. O magistério social da Igreja, passada a fase restauracionista, não cessa de salientar a excelência desta política e de assinalar a urgência da civilização do amor, alternativa daquela que nos envolve até à medula – a do consumo sem medida, apenas limitado pelas cautelas de prevenção de grandes males»

A Igreja é caridade por participação. Só Deus é caridade e vive esta realidade do seu ser na unidade das relações entre as três pessoas divinas. São relações pautadas pelo amor de doação incondicional, autêntica fonte de vida a transbordar e a comunicar-se. Jesus, o Deus humanado, desvenda “a ponta do véu” e abre o acesso a esta fonte insondável. E deixa a Igreja como sinal e instrumento (sacramento) que vive e transmite o que Ele mesmo testemunha: Deus é amor de misericórdia compassiva que intervém na história humana de muitos modos e em todas as épocas. Vive e realiza connosco. É a caridade em dinamismo de salvação libertadora.
A Igreja caridade tem aqui a sua matriz e o seu rosto. Ouso fazer-me peregrino no seu interior e realçar alguns marcos irradiantes que assinalam o seu caminho actual “entre as tribulações do mundo e as consolações de Deus” (Santo Agostinho). Outros se poderiam facilmente apontar.
Antes de mais, surgem as formas de relacionamento entre as pessoas, em todos os âmbitos da organização eclesial, de modo a que a sua instituição faça brilhar o amor com Deus nos ama. Incluem-se nesta dimensão, pelo seu especial significado, aqueles e aquelas que desempenham uma “função” especial no povo de Deus: bispos, padres, diáconos, religiosos/as e leigos/as, designadamente os que realizam o “ministério conjugal”. É um conjunto que faz brilhar a mesma caridade à maneira de poliedro, como gosta de dizer o Papa Francisco. “Vede como eles se amam” diziam admirados os que viam o estilo de vida dos cristãos nas primeiras comunidades.
A realidade actual, iluminada por este foco de luz, evidencia o caminho andado e, ainda mais, o que falta percorrer. É “tarefa” mobilizadora de quem sente a urgência de fazer brilhar a luz acesa para que todos vejam as boas obras e dêem glória ao Pai do Céu. É proposta e apelo que, após o Vaticano II, se faz mais interpelante e o Papa Francisco impulsiona pelo estilo de vida, pelas atitudes, pelo magistério e pelas reformas implementadas. E com ele tantos outros, felizmente!
A caridade eclesial vai configurando a sua originalidade conforme as situações e o desempenho dos discípulos missionários: a social para os que assumem a cidadania responsável e estão chamados a intervir de forma positiva para a humanização da sociedade e suas múltiplas associações e instituições. É propósito deste tipo de caridade ajudar a abrir horizontes a todas as realidades temporais: cultura, política, economia, entre outras. O bem comum e a comunhão no bem e na beleza constituem o pólo de atracção desta mobilização geral.

A caridade política merece destaque especial pela sua relação directa com o bem comum e a qualidade ética da convivência dos cidadãos. Ninguém pode dispensar-se, como pessoa ou associação, ninguém pode alhear-se da grande política. O magistério social da Igreja, passada a fase restauracionista, não cessa de salientar a excelência desta política e de assinalar a urgência da civilização do amor, alternativa daquela que nos envolve até à medula – a do consumo sem medida, apenas limitado pelas cautelas de prevenção de grandes males. E, a céu descoberto, fica a legião dos esfomeados, desnutridos, descartados. Sem a educação política para o bem comum, prevalece sempre a visão partidária, ideológica, sectária.

A caridade pastoral é aquela que dá ânimo profético ao testemunho do povo de Deus e às suas múltiplas esperanças, canseiras e lutas. Recebe um impulso muito grande do estilo de vida dos seus “pastores” ou de quem recebe a missão de o servir em nome de Jesus e por delegação da Igreja, na pessoa do Bispo diocesano. São notas típicas desta caridade: o amor solícito e misericordioso, a disponibilidade apostólica, a promoção de iniciativas que ajudem a descobrir o que de melhor existe em cada pessoa e a que ela mesma queira oferecer como dom aos outros, à comunidade. Até lá, prevalece o cultivo provisório do assistencialismo.

A caridade de Cristo lança em nós impulsos de conversão pessoal, de reforma da Igreja, de humanização da sociedade e de cuidado por toda a criação e suas criaturas; impulsos do Espírito que renova a face da terra.

Regata dos Moliceiros na Ria de Aveiro


No sábado, dia 1 de julho, a Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro, mantendo a tradição, promove a edição de 2017 da Grande Regata dos Moliceiros da Ria de Aveiro.
A partida da etapa competitiva será às 13h do Porto de Abrigo da Torreira, rumo ao Canal das Pirâmides, em Aveiro, com chegada prevista por volta das 14h30.
No dia seguinte, 2 de julho, domingo, no Cais da Fonte Nova, no centro da cidade de Aveiro, haverá o Concurso de  de Painéis, pelas  11h; entrega de prémios da regata e do concurso de painéis, às 12h30; seguindo-se o regresso das embarcações, pelas 14h.
A iniciativa conta com a parceria da Câmara Municipal da Murtosa, a organização do Rancho Folclórico “Os Camponeses da Beira-Ria” e a colaboração do Sporting Club de Aveiro.

Festa da Vista Alegre com programa variado


«É uma festa religiosa diferente do habitual na medida em que inclui uma panóplia de atividades associadas à comunidade operária residente e às suas vivências culturais e lúdicas, visitas ao bairro e aos seus equipamentos, jogos tradicionais e ainda a “venda de oportunidades”, que muita gente atrai a esta festa, a par das celebrações religiosas, que incluem a missa campal, a procissão, e os concertos musicais», lê-se no site da CMI.

quarta-feira, 28 de junho de 2017

Passeio rápido pelos canais


Esta foto não é recente. Pelas bandeirinhas, estaríamos em dia de festa. Há uns tempos também fiz a experiência. A viagem foi rápida e monótona. Não havia cicerone que  explicasse fosse o que fosse. Fiquei com a impressão de que o que era preciso era chegar depressa ao fim da viagem. Não sei se agora será diferente, mas se não é algo está mal. Os de Aveiro e região já sabem umas coisas sobre a Ria e Aveiro. Os que vêm de longe talvez fiquem um pouco desiludidos. Sendo assim, tenho pena que não se aproveito este filão turístico que é a nossa Ria.  

Daqui a uns anos, os drones vão às compras

A notícia que li hoje no DN não me surpreendeu. A evolução tecnológica, que emerge dia a dia a uma velocidade louca, não deixa de nos espantar. Usar um drone com a mesma facilidade com que usamos um telemóvel abre-nos a expetativas inimagináveis. Estou em casa e se me apetecer adquirir um qualquer produto com urgência, pode tornar-se prático com os tais drones. Envia-se um ao supermercado e pronto. Telefona-se ou envia-se um SMS e a empresa resolve o assunto em três tempos. É isto? Parece que sim.

Júlio Cirino: Ilha Terceira — Monte Brasil





O Monte Brasil é outro lugar histórico da Ilha Terceira. Por lá encontramos a ermida de Santo António, vários miradouros de onde se vislumbram paisagens deslumbrantes, a cratera de um vulcão, trilhos bem arranjados para as pessoas passearem, um pequeno jardim zoológico com aves multicores e alguns animais, o Pico das Cruzinhas e veados que, habituados às pessoas, nos saem ao caminho corricando com graça. Porém, o monumento mais importante do Monte Brasil é a Fortaleza de São João Batista, mandada edificar por Filipe II, de Espanha, em 1567. Servia para defender a cidade e o porto de Angra dos assaltos dos piratas que por aqui apareciam para pilhar.
Mais tarde, já no século XIX, Gungunhana veio deportado para esta Fortaleza. Ganhando a confiança das autoridades militares, e também da população, com o decorrer do tempo as medidas de segurança foram-se amenizando até Gungunhana poder passear livremente no Monte Brasil e depois na cidade. 
Em 1899, Gungunhana seria baptizado e crismado na Sé de Angra, apadrinhado pela alta sociedade angrense.

Angra do Heroísmo, 25 de Junho de 2017

Júlio Cirino


Fotos:

- Vista aérea de Angra, tendo por pano de fundo o Monte Brasil onde se vislumbram as casernas e a Igreja de S. João Baptista.

- Igreja de S. João Baptista, implantada no Regimento de Guarnição n.º1 dos Açores.

- Pico das Cruzinhas.

- Casa onde Gungunhana viveu.