sexta-feira, 2 de junho de 2017

ABRE-TE AO ESPÍRITO QUE JESUS ENVIA

Reflexão de Georgino Rocha


Festa de Pentecostes

Jesus surpreende os discípulos trancados em casa por medo dos judeus. Encontra-os seguros, mas sem iniciativa nem esperança, paralisados. Alenta-os possivelmente a vaga recordação da promessa de regresso feita pelo Mestre, mas o drama da morte deitou tudo a perder. Serve-lhes de conforto a presença de Maria que permanece em oração confiante.
O apóstolo João começa a narrativa de hoje (Jo 20, 19-23) de forma auspiciosa: “Era a tarde do primeiro dia da semana”. Um novo presente está a germinar. O medo cede lugar à confiança. A casa à praça pública. O vazio à plenitude. A segurança à liberdade. O local ao universal. A culpa ao perdão. A retenção à missão. A transformação vai ser radical. Tudo isto e muito mais porque Jesus ressuscitado se apresenta no meio deles e os saúda de forma emblemática: “A paz esteja convosco”.

Que momento solene vivem os discípulos! A alegria inunda-lhes o coração. Os olhos contemplam o crucificado que ressuscitou e está ali presente. É Ele que lhes mostra as cicatrizes das mãos e do lado. É Ele que não os recrimina de nada, mas confia em cada um com renovada convicção. É Ele que lhes entrega o Espírito Santo como dom do Pai. É Ele que os envia em missão de paz e perdão até aos confins do mundo. Noutros encontros, Jesus indica mais facetas desta missão universal e garante que vai com eles percorrer os caminhos da vida.

O Papa Francisco convidou-nos, na segunda-feira passada, a dar resposta à pergunta: “Qual o lugar que o Espírito Santo tem em nossa vida: «Eu sou capaz de ouvi-lo? Eu sou capaz de pedir inspiração antes de tomar uma decisão ou dizer uma palavra ou fazer algo? Ou o meu coração está tranquilo, sem emoções, um coração fixo?». E prosseguiu: Se nós fizéssemos um eletrocardiograma espiritual, o resultado em muitos corações, seria linear, sem emoções. Também nos Evangelhos há essas pessoas, pensemos nos doutores da lei: acreditavam em Deus, todos sabiam os mandamentos, mas o coração estava fechado, parado, não se deixavam inquietar”. E nós?

A narração, além do realismo histórico possível, contém um símbolo de alcance permanente. Especialmente visível, no nosso tempo. Deparam-se, em contraste de provocação, o medo e a confiança, a segurança e a liberdade, a estagnação e a ousadia, o isolamento e a abertura, a exclusão dos sonhos e a inclusão de novas realidades. “O mundo chamado a pensar-se e a fazer-se de um modo novo, afirma José Losada em Homilética 2017/3, sente temor, pânico e insegurança pela complexidade do processo… Um olhar sereno ao nosso próprio interior, aos nossos espaços familiares, laborais, sociais, políticos, económicos, eclesiais, bastará para dar nome a centenas de temores… Um olhar compassivo descobrirá, imediatamente, os que estão fora, os que querem entrar e batem às portas fechadas, os que estariam dispostos a morrer para chegar até nós, mas a nossa segurança cruel não lhes permite e afoga-os no mar”.

Jesus, em consonância com o coração humano, quer outro mundo. Por isso, envia o seu Espírito aos discípulos, aos cristãos missionários. Juntos são arautos da verdade e do amor, da fortaleza e da liberdade, da igualdade e da fraternidade, da dignidade comum, do cuidado da criação e das criaturas, do desenvolvimento das capacidades humanas e das energias cósmicas. Juntos protagonizam a realização do projecto de Deus que persiste em construir a sua família integrando como filhos todos os seres humanos.

A festa do Pentecostes celebra esta maravilha inaudita. Com profunda tradição bíblica, reveste hoje o dinamismo da nova era messiânica que perdurará até ao fim dos tempos. Com particular incidência no presente, lança grandes desafios à Igreja actual e à consciência de quem deseja o bem integral da humanidade. Enunciam-se apenas alguns: falar as línguas do amor e da justiça; escutar cada ser humano no seu idioma peculiar: a sua dor e angústia, o seu desnorte e resignação; acolher a verdade, provenha de quem provier, e construir “pontes de união”; viver a comunhão no interior das suas comunidades a partir da diversidade de dons, funções e ministérios; estar atenta às fomes e sedes do mundo e contribuir, positivamente, para serem superadas; acompanhar com solicitude de mãe todos os que pretendem crescer na fé e, como discípulos fiéis, participar na assembleia dominical e na celebração da eucaristia.

Santa Teresa de Calcutá expressa, em oração singular, o sentido desta missão que a todos diz respeito. “As obras do amor são sempre obras de paz. Cada vez que partilhais o amor com outros, sentireis que a paz vos envolve a vós e a eles. E onde há paz, aí está Deus. É derramando a paz e a alegria nos corações que Deus toca a nossa vida e nos mostra o seu amor. Conduzi-me, Senhor, da morte à vida, do erro à verdade. Levai-me do desespero à esperança, do temor à confiança. Fazei-me passar do ódio ao amor, da guerra à paz. Fazei que a paz encha os corações, o nosso mundo, o nosso universo: Paz, paz, paz”. Festa de Pentecostes: Abre-te ao Espírito Santo que Jesus nos envia.

quinta-feira, 1 de junho de 2017

ABRIU HOJE A ÉPOCA BALNEAR



Abriu hoje a época balnear para regalo dos amantes das praias, dos ares marinhos, dos mergulhos refrescantes, dos banhos de sol e até dos que gostam de deixar as suas marcas, com pegadas bem definida, no areal.
As nossas praias, Barra e Costa Nova, que têm o estatuto da Bandeira Azul, garantem-nos qualidade e excelente ambiente para podermos usufruir de horas intermináveis de lazer e prazer até fins de setembro. Nas areias soltas, decerto cuidadas com rigor, podemos bronzear o corpinho, com cuidado, não vá dar-se o caso de sofrermos alguma escaldadela, se porventura adormecermos à torreira, que o sol de verão não é para brincadeiras. 
Eu, que não aprecio o formigueiro da areia nos pés, vou contentar-me com o ar puro que por ali se respira, decerto sentado numa esplanada, sempre com mar à vista e acompanhado por um refresco a condizer com gosto do momento. E então aqui ficam os meus votos de boa época balnear para todos. Aproveitem porque logo a seguir voltamos ao ramerrão da vida.

CAMILO SUICIDOU-SE NESTE DIA



1890 - 1 de junho

«O insigne romancista português, Camilo Castelo Branco, suicidou-se em São Miguel de Seide, depois de, pouco antes, ter consultado o distinto médico e oftalmologista aveirense Dr. Edmundo de Magalhães Machado, que confidenciou a D. Ana Augusta Plácido que a cegueira que atormentava o enfermo não tinha cura (Dr. Joaquim de Melo Freitas, em Revista Ilustrada, 30-6-1890; Arquivo, XXXIX, pgs. 196-202; António Cabral, Camilo Desconhecido, transcrito em Litoral, 28-4-1956) – J.»
"Calendário Histórico de Aveiro" 
de António Christo e João Gonçalves Gaspar

NOTA: Uma singela homenagem a um grande romancista que muito admiro e que anda injustamente bastante esquecido. 

DIA MUNDIAL DA CRIANÇA: MEUS BRINQUEDOS



De repente
Ao lembrar dos brinquedos queridos
Que ficaram esquecidos
Dentro do armário
Me bate uma saudade
Me bate uma vontade
De voltar no tempo
De voltar ao passado
Mas nada acontece
Nada parece acontecer
E eu choro
Choro como o bebé que fui
E a criança que quero voltar a ser
Não quero crescer!

MOVIMENTO MENSAL HISTÓRICO DO PORTO DE AVEIRO


O Porto de Aveiro teve o maior movimento mensal da sua história, ao superar as 535 mil toneladas, indicam dados provisórios sobre a movimentação de mercadorias do mês de maio, divulgados ontem, quarta-feira, pela Agência LUSA.
A mesma notícia sublinha que «o máximo anterior estabeleceu-se nas 501 mil toneladas», acrescentando que «o movimento de mercadorias no Porto de Aveiro, nos primeiros cinco meses de 2017, registou um crescimento de 23,5% comparativamente ao mesmo período em 2016. 
Tudo isto significa que o Porto de Aveiro está no bom caminho do progresso, contribuindo decisivamente para o progresso económico e social do país. 

Fonte: Agência LUSA

quarta-feira, 31 de maio de 2017

SAGA DOS BACALHAUS NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

«A 6 de junho, a Assembleia da República dedica uma jornada especial ao tema da pesca do bacalhau e ao bacalhau enquanto produto económico. A iniciativa será enriquecida pela exposição "A Saga do Bacalhau", promovida pela Museu Marítimo de Ílhavo, com fotografias e um vídeo de Alan Villiers. Álvaro Garrido, consultor do MMI, participará na jornada como orador.»


NOTA: Gosto de saber que a Assembleia da República se vai debruçar sobre a temática do bacalhau de tantas tradições entre nós. Mas também gosto de saber que esta iniciativa vai ser enriquecida, graças à cooperação do Museu Marítimo de Ílhavo, bem representado por Álvaro Garrido, consultor do nosso Museu.

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terça-feira, 30 de maio de 2017

OS RESPONSÁVEIS DA IGREJA DEVEM SABER DIZER «ADEUS»


Li hoje, na Agência Ecclesia, que o Papa Francisco recomendou aos responsáveis da Igreja Católica que devem estar preparados para dizer adeus e partir para novas missões, quando isso lhes for pedido. «Rezemos pelos pastores, pelos nossos pastores, pelos párocos, pelos bispos, pelo Papa, para que a sua vida seja uma vida sem cedências, uma vida em caminho e uma vida em que eles não pensem estar no centro da história e assim aprendam a despedir-se», referiu o Papa na homilia da Missa a que presidiu esta manhã na capela da Casa Santa Marta.
A intervenção do Papa Francisco baseou-se num episódio da vida do apóstolo São Paulo (séc. I), que deixou a Igreja de Éfeso, que tinha fundado, e partiu para uma nova missão.
«Todos os pastores têm de dizer adeus. Chega um momento em que o Senhor nos diz: vai para outro lugar, vai para ali, vem para cá, vem a mim. E um dos passos que deve fazer um pastor é também preparar-se para despedir-se bem», frisou Francisco.
O Papa pediu ainda que todos os que exercem cargos de responsabilidade na Igreja Católica tenham o «coração aberto à voz de Deus», como «um servo».

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