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Oliveiros Louro |
LUA(R) DE MEL
Era uma vez uma menina branquinha,
de luz vestida, de rosto iluminado,
que entrou em festa na nossa casinha
e fez guardar o candeeiro enfarruscado.
Bateu à porta fazendo truz, truz
e entrou por recantos, salas e cozinhas.
Em qualquer sítio se pôs a dar à luz
iluminando presépios
e palhinhas.
Mas eis que agora, mais altiva,
essa menina casou e é senhora
vai a teatros, concertos, é doutora…
Cultural mas também recreativa,
é dinâmica, rica, acolhedora,
e da luz de pensamento promotora.
Oliveiros Louro
No Boletim Cultural da Gafanha da Nazaré,
Ano 1, N.º 1
NOTA: Em janeiro de 1939, tinha eu dois meses de vida, realizou-se a primeira Assembleia Geral da Cooperativa Eléctrica da Gafanha da Nazaré (CEGN). Mais tarde, já depois do 25 de Abril e na sequência da revolução dos cravos, a Cooperativa Eléctrica foi extinta, dando lugar à Cooperativa Cultural e Recreativa da Gafanha da Nazaré. Esta Cooperativa, onde nasceu a Rádio Terra Nova, como que desapareceu do mapa, por força de circunstâncias várias, que não queremos escalpelizar hoje e aqui. Mas ainda editou um Boletim Cultural de que saíram apenas três números. No primeiro, dedicado um pouco à história da CEGN, está o poema de Oliveiros Louro, que aqui reproduzo. O Oliveiros é um amigo que revejo esporadicamente. É uma pessoa muito sensível e culta. É um poeta também. Um pouco reservado, o Oliveiros merece ser referenciado porque, julgo eu, pode dar muito de si às nossas Gafanhas.