A vida é um permanente desafio. Todos de acordo?
Bem, se assim é, e porque aqui estamos, vamos partir para uma conversa que, saindo da mesma vida, terá tanto de deslumbramento como de realismo…
Muitos de nós lemos um texto clássico do menino pobre que, vendo no céu um arco-íris com todo o seu esplendor, foi buscar a sua caixa de tintas e resolveu enchê-la com as cores que via no céu e tocavam na terra mesmo ali à frente. Correu, correu…
Já conheceis o final da história…
Pobre rapaz!
A invernia tinha-se instalado e as garroas apanhavam os mais desprevenidos.
É normal surgir um arco-íris… Mas que é isto: bem definidos projectam-se na esfera celeste quatro magníficos arcos coloridos, cada um no seu ponto cardeal!…
O fascínio é total olhando para as águas da Ria!
O ar é de magia!…
… e todo o encanto do renascer…
O sorriso da Maria Inês, bem recortado, atravessa o arco-íris, de ponta a ponta. Bem no alto da curvatura, o Daniel deixa cair o seu xixi que se desdobra nas sete cores. A Francisca as recolhe e lança no espaço com a sua sonora gargalhada. Cá em baixo, o Manuel chuta a bola que ao pinar na base do arco faz com que ele se agite e bamboleie. Então a Sara mergulha e espreme as cores que ondeiam como se tocadas pela brisa. A Beatriz, que ensaiava o seu passo de dança e lançava os braços para longe do corpo, quase caía com tal agitação. Vem em seu auxílio a Mariana pedalando calmamente a sua bicicleta com as rodas na borda vermelha que se abaula pois o Tomás repuxa as costuras que unem as diversas cores…
O mundo é de fantasia… Também o André, a Margarida, a Íris, o Raphael, a Cassandra, o Ivan e tantos, tantos outros e outras aí têm o seu cantinho de guarida e de encantamento…
Saibamos nós recolher uma ou outra gota deste arco assombroso e que, pressentindo a nossa varinha de condão, se esfuma e nos deixa nos olhos a sede das cores…
Bom ano
Manuel
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NB: Manuel é Manuel Olívio da Rocha, o novo colaborador dos domingos.