Depois de três anos de trabalhos, na missa da conclusão da II Sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos sobre o tema “Por uma igreja sinodal: comunhão, participação e missão”, a partir da cidade do Vaticano, em 27 de Outubro de 2024, o Papa disse que o mundo precisa de uma Igreja que “acolha o grito da humanidade”, superando atitudes de fatalismo e pessimismo. Não precisamos duma Igreja sentada e desistente, mas duma Igreja que acolha o grito do mundo e – quero dizê-lo, talvez alguém se escandalize – uma Igreja que suja as mãos para servir o Senhor. Deus escuta sempre o grito dos pobres e nenhum grito de dor passa despercebido diante d’Ele.
Perante milhares de pessoas reunidas na Basílica de S. Pedro, Francisco sustentou que esta nova etapa se constrói acolhendo o grito de todas as mulheres da terra; o grito dos que querem descobrir a alegria do Evangelho e dos que, pelo contrário, se afastaram; o grito silencioso dos indiferentes; o grito dos que sofrem, dos pobres e dos marginalizados; das crianças escravizadas pelo trabalho em tantas partes do mundo; a voz partida dos que já nem sequer têm força para gritar a Deus, porque não têm voz ou porque se resignaram.
P.e César Fernandes
In TIMONEIRO, Prefácio do nosso prior