terça-feira, 17 de janeiro de 2012

IGREJAS A SAQUE: UM FLAGELO QUE NOS COMPETE TRAVAR

Um artigo de Sandra Costa Saldanha





Os furtos em templos católicos constituem, de longa data, um dos mais preocupantes delitos cometidos contra o património cultural da Igreja. Ampliadas as chamadas de atenção, no sentido de serem reforçadas medidas preventivas e meios de defesa adequados, a verdade é que algumas rotinas elementares de segurança permanecem descuradas. A implementação de um simples registo cadastral, por exemplo, continua por fazer em inúmeras igrejas.
Face à dimensão do problema, muitas são as dioceses que optam por retirar dos seus templos os objetos mais valiosos. No entanto, fechar igrejas ou encarcerar as peças, contrariando a sua vocação original, não pode constituir, em circunstância alguma, uma solução de salvaguarda aceitável.
Foi nesse sentido que o Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igreja iniciou o recenseamento das obras de arte furtadas em igrejas, tendo em vista, não apenas um melhor conhecimento do problema, mas, sobretudo, promover a sua mais ampla divulgação. Consumado o furto, noticia-se por norma a apreensão, a detenção dos criminosos, mas não o roubo em si ou, mais importante, as peças desaparecidas.
Ferramenta online que nasce, assim, da necessidade de implementar medidas concretas no campo da preservação e salvaguarda deste património, não pretende traçar um retrato fiel do fenómeno, mas antes exercer um papel de sensibilização junto das comunidades e da sociedade em geral.
Urge agora atuar em conformidade e assegurar uma comunicação constante e eficaz, nomeadamente entre os diversos serviços diocesanos, paróquias, entidades policiais, e o próprio SNBCI. A tarefa torna-se particularmente complexa se não existir esse apoio mútuo e incondicional. São centenas as ocorrências registadas que aguardam por informações esclarecedoras, que permitam a identificação mínima dos objetos desaparecidos. Os meios de comunicação não faltam, compete-nos agora saber comunicar.

1 comentário:

  1. A retirada do património cultural, das igrejas, não parece ser a solução para o problema dos roubos, como defende a autora do artigo. A arte sacra, que há muito é alvo da cobiça dos amigos do alheio, pelo valor que representa, deve ser preservada, mas não escondida.Que as entidades competentes tomem as medidas necessárias, nesse sentido!

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