O código do Opus Dei
"O famoso Código da Vinci, uma “simples” ficção, primeiro em livro e depois em filme, arrisca-se a deixar a maior mossa da história na imagem do Opus Dei. Efectivamente, ele é muito mal tratado e acredito que em parte injustamente. No entanto, o impacte e o incómodo gerados são de certa forma proporcionais à falta de transparência da organização. (…)
Mais que protestar inocência, o Opus Dei só tem uma forma de convencer, que é “abrindo-se”, tornando-se visível. Explicando quem são, quantos são, como recrutam, quais os critérios de admissão, quais os seus rendimentos, qual o seu património e como está aplicado, qual a sua presença e missão na sociedade em geral e em particular no ensino superior. Esclarecer os aspectos mais polémicos, como o que há de verdade sobre a autoflagelação, se são assim tão frequentes as rupturas dos jovens admitidos com as suas famílias naturais, qual a idade mínima com que os jovens começam a ser abordados, o que se passa quando alguém quer sair, se é verdade que um membro do Opus não pode ler o Código da Vinci, ou outro livro qualquer, sem prévia autorização superior e tudo o mais.
Só “dando a cara” aberta e sinceramente permitirão que o público em geral deixe de acreditar em histórias com monges albinos assassinos. (…)
Carlos J. F. Sampaio
Esposende"
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In PÚBLICO de hoje