quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

O LEGADO DE EDUARDO LOURENÇO


Ontem foi dia de ler, ouvir e ver o que se disse e mostrou de Eduardo Lourenço que deixou Portugal mais pobre, ou talvez não. Talvez não porque, afinal, a sua morte acordou-nos para a necessidade de voltarmos ao seu pensamento sobre o nosso país, que ele  nos ensinou a reler, a partir do que fomos e somos como povo que deixou marcas indeléveis nas rotas do mundo. 
Com todas as minhas reconhecidas limitações, também tive a curiosidade e o privilégio, desde há bastantes anos, de ler o que publicava em dias marcantes na comunicação social, dando-me a sensação de tornar simples o que parecia abstrato e muito para além dos conhecimentos da normalidade do nosso povo, no qual incluo. 
Também andei por diversos livros seus que não foi difícil encontrar hoje nas minhas humildes estantes por ocuparem um espaço próximos dos meus olhares. “A Nau de Ícaro seguido de Imagens e Miragens da Lusofonia”, “A Europa Desencantada para uma mitologia Europeia”, “O Labirinto da Saudade”, “As Saias de Elvira e outros ensaios”, “Antero ou a Noite Invicta”, entre outras obras que hão de estar por aqui, serão desafios para releituras, com redobrada atenção. A morte dos grandes pensadores, artistas e sábios tem a grande virtude de nos acordar para o que de importante nos legaram. E tanto e tão sublime tem sido.

Fernando Martins

GEOMETRIAS


 Revejo-me imensas vezes nas geometrias dos homens. A natureza não tem linhas retas. E não sei quem é mais criativo: a Natureza ou o Homem?

quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

SAIR PARA ESPAIRECER



É público, entre os meus amigos e conhecidos, que estou a cumprir o confinamento com o máximo cuidado, na esperança de me resguardar de qualquer contacto que poderia ser muito perigoso para mim e para a minha família. Não gosto de brincar com coisas sérias, tanto mais que estou na idade de risco. Saímos para espairecer umas horas, atentos ao distanciamento, aos contactos, evitando proximidades e desinfetando as mãos a toda a hora. 
Pelas notícias, vamos percebendo que o Covid-19 não transporta bandeirinha para anunciar a corrida pelo mundo nem carrega odores para atrair os seres humanos, o seu ninho predileto para sobreviver. E também se sabe que a sua cavalgada pelo mundo continua a deixar rastos de morte e sequelas nos que lhe resistem, normalmente os mais novos. 
A minha meta e a minha esperança estão na nas vacinas anunciadas, fruto da ciência e da determinação dos cientistas que a sociedade não aplaude tanto como seria de esperar. Daqui, deste meu recanto, saúdo com entusiasmos os que põem ao serviço da salvação da humanidade o seu saber, a sua intuição e a sua inteligência, inúmeras vezes ignorados ou menosprezados.

Fernando Martins

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

1.º DE DEZEMBRO - RESTAURAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA

PARA QUE CONSTE

Travessa dos conjurados 

«O dia 1 de Dezembro é feriado desde a segunda metade do século XIX, sendo o feriado civil mais antigo, tendo sobrevivido à Primeira República, ao Estado Novo e à chegada da democracia.
Menos de uma semana após a revolução republicana de 1910, um decreto acabou com os feriados religiosos e instituiu apenas cinco dias de "folga nacional". Os republicanos aceitaram apenas uma celebração civil vinda da monarquia: o feriado que marca a Restauração da Independência, em relação a Espanha.
É costume comemorar-se este feriado na Praça dos Restauradores, em Lisboa com honras de Estado onde também se comemora o Dia da Bandeira. Em 2012, o XIX Governo Constitucional, apoiado por uma maioria PSD-CDS e liderado por Passos Coelho, suspendeu o feriado em dia da semana a partir de 2013. Esta medida, inicialmente anunciada como abolição,[99] foi posteriormente redesignada de suspensão. O objectivo da medida, conforme declaração do Governo, era o de "acompanhar, por esta via, os esforços de Portugal e dos portugueses para superar a crise económica e financeira que o País atravessa".[99] O feriado foi reposto em Janeiro de 2016, com os votos do XXI Governo Constitucional liderado por António Costa e com o apoio parlamentar dos partidos de esquerda.[99]»

FERIADO NACIONAL – 1.º DE DEZEMBRO



Confesso que não sei se ainda se celebra o 1.º de Dezembro como feriado. Estive a ver e dei de caras com a dúvida. Parece-me que foi extinto, mas, tanto quanto sei, os da minha idade jamais deixarão de o celebrar. A história pátria ainda diz alguma coisa a muita gente e esta data faz parte das nossas boas memórias. É certo que nunca participei em qualquer desfile comemorativo do 1.º de Dezembro, patrocinado pela então chamada Mocidade Portuguesa por não gostar nada de fardas, mas não só. Contudo, esta celebração sempre mexeu comigo. Os conjurados, num ápice, resolveram a questão, como explico, abreviadamente, a seguir. Que ao menos o espírito corajoso se mantenha entre nós. 
O Feriado Nacional – 1.º de Dezembro –, que hoje se celebra (?), já me levou a esclarecer a sua razão de ser a algumas pessoas. Com 380 anos de existência, ainda há compatriotas nossos que ignoram o essencial da nossa História, como Estado e como Nação. Tudo, certamente, por desinteresse das famílias e das escolas, que pouca importância dedicam a estes episódios do nosso passado colectivo. Muito menos agora, em que o caos se instalou no mundo académico, com as famílias assoberbadas com inquietações provocadas pelo Covid-19.
Com 60 anos de ocupação filipina, no dia 1 de Dezembro de 1640, um grupo de portugueses expulsou o rei estrangeiro e os seus sequazes e traidores, alguns dos quais filhos desta Nação que deu novos mundos ao mundo, e proclamou o Duque de Bragança como rei de Portugal, com o nome de D. João IV, mais tarde cognominado de o Restaurador. 
Diz a História que, a alguns que indagaram o que estava a acontecer, os conjurados terão respondido, com determinação, que iam tirar um rei e pôr outro, num já. Com esta facilidade toda. Os portugueses de antanho eram assim. Com um golpe certeiro, tiraram ou rei e proclamavam outro. Uns traidores foram janela fora. Como eram diferentes os nossos avoengos! 

F. M.

segunda-feira, 30 de novembro de 2020

FERNANDO PESSOA CONTINUA VIVO


Fernando António Nogueira Pessoa (n. 13 de Junho de 1888; + 30 de Novembro de 1935), mais conhecido por Fernando Pessoa, morreu há 85 anos. É por muitos considerado o maior poeta da Língua Portuguesa. Eu gosto de o ler, limitando-me a ouvir quem o aprecia e quem o menospreza. Que foi um grande poeta, não haverá quem duvide. A minha homenagem aqui fica com um poema, o mesmo que todos os dias leio no meu recanto de trabalho.



Para ser grande, sê inteiro

Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive

Fernando Pessoa (Ricardo Reis)

domingo, 29 de novembro de 2020

NATUREZA PURA DENTRO DE CASA


 Em dia de confinamento, sabe muito bem sentir e ver a natureza com toda a sua pureza em nossa companhia. Os chuchus que a Lita nos ofereceu são bálsamo para as nossas inquietações. Bom domingo para todos.

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