segunda-feira, 14 de abril de 2014

Um texto lindo sobre os gafanhões


«Falou-se de marnotos, falou-se de pescadores e mareantes, faltando, apenas, falar dos gafanhões que vieram, por fim, tratar da moldura afeiçoando a terra que debrua laguna substituindo a desolação da duna e da flora quaresmal que, a medo, aflorava, por uma verdura indizível de milheirais frescos e viçosos e de batatais que lhe corroboraram os tons abertos com gradações sublinhantes que parecem oriundas de uma paleta de pintor.»

Frederico de Moura

No Livro "Ressonâncias"

Nota: Conferência lida, no salão Municipal da Cultura, de Aveiro, integrada no número do programa que, com aquele mesmo título [PAISAGEM DE AVEIRO - O Ambiente e o Homem], fez parte dos actos culturais das Festas da Cidade. Em 11 de Maio de 1970.

REFORMADOS RICOS PASSAM À FRENTE NAS IPSS

UM ESCÂNDALO!

"Em nome da sustentabilidade, algumas Misericórdias e Instituições de Solidariedade Social contornam a ordem da lista de entrada nos lares e deixam passar à frente quem tem reformas mais altas. Responsáveis negam perversão do sistema, antes um meio de evitar falências e conseguir acolher mais utentes de pensões baixas
Os reformados com uma pensão alta têm mais facilidade em encontrar um lugar num lar da Misericórdia e de outras Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), onde a lista de espera chega a ser de vários anos. Há provedores que contornam a ordem de inscrição na lista das vagas dos seus lares e permitem que um idoso de pensão choruda passe à frente de quem apresente uma situação económica fragilizada.
A situação é conhecida e até incentivada pelo presidente da União das Misericórdias, Manuel Lemos, em nome da sustentabilidade daquelas instituições do sector solidário, a que o Estado delegou quase tudo (73%) do que em Portugal se faz a nível de proteção social a idosos, crianças e deficientes, pagando por essa "delegação" de funções cerca de 1,3 mil milhões de euros."

Li no DN


NOTA: Misericórdias e IPSS são, na sua grande maioria, de inspiração cristã ou mesmo da Igreja Católica. Por isso, esta notícia choca-me imenso. Nem sei que possa dizer mais sobre esta realidade, que julgava ultrapassada. Os pobres, afinal os que mais precisam, ficam muitas vezes no fim da lista.


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domingo, 13 de abril de 2014

Respiro melhor, quando vou à Gafanha...

Efeméride de abril




NOTA: Sei que me distraio bastante. Aniversários de amigos e efemérides passam-me muitas vezes ao largo. Tenho pena desta minha incapacidade, mas cada um é o que é. Vou pensar numa forma de me manter atualizado nesta área. Como noutras, certamente. Hoje deixo aqui um registo bonito do nosso primeiro Bispo da restaurada Diocese de Aveiro, D. João Evangelista de Lima Vidal, um bom exemplo da prosa poética. 

TRABALHO PARA TODOS?

Crónica da Frei Bento Domingues 

Bento Domingues


1. A “Liga Operária Católica/Movimento dos Trabalhadores Cristãos” (LOC/MTC) tem uma longa história de confissão pública da fé cristã, no seio da luta operária e das suas organizações. Inscreve-se no caminho aberto por Jesus, um judeu marginal, de há dois mil anos, que terá sido educado por José, o artesão, na lei de ganhar o pão com o suor do seu rosto e não com o do rosto dos outros.

Jesus não era nem um pobre de pedir nem um proprietário ou empresário. O seu Evangelho tinha a ousadia de anunciar, aos pobres e excluídos, a bem-aventurança de um mundo de irmãos, que reunisse todos os filhos de Deus dispersos (Jo 11,52). Acabou por concluir que não seria tarefa fácil.

sábado, 12 de abril de 2014

Eu Sou Português Aqui




Eu Sou Português Aqui 

Eu sou português 
aqui 
em terra e fome talhado 
feito de barro e carvão 
rasgado pelo vento norte 
amante certo da morte 
no silêncio da agressão. 

Eu sou português 
aqui 
mas nascido deste lado 
do lado de cá da vida 
do lado do sofrimento 
da miséria repetida 
do pé descalço 
do vento. 

Nasci 
deste lado da cidade 
nesta margem 
no meio da tempestade 
durante o reino do medo. 
Sempre a apostar na viagem 
quando os frutos amargavam 
e o luar sabia a azedo. 

Eu sou português 
aqui 
no teatro mentiroso 
mas afinal verdadeiro 
na finta fácil 
no gozo 
no sorriso doloroso 
no gingar dum marinheiro. 

Nasci 
deste lado da ternura 
do coração esfarrapado 
eu sou filho da aventura 
da anedota 
do acaso 
campeão do improviso, 
trago as mão sujas do sangue 
que empapa a terra que piso. 

Eu sou português 
aqui 
na brilhantina em que embrulho, 
do alto da minha esquina 
a conversa e a borrasca 
eu sou filho do sarilho 
do gesto desmesurado 
nos cordéis do desenrasca. 

Nasci 
aqui 
no mês de Abril 
quando esqueci toda a saudade 
e comecei a inventar 
em cada gesto 
a liberdade. 

Nasci 
aqui 
ao pé do mar 
duma garganta magoada no cantar. 
Eu sou a festa 
inacabada 
quase ausente 
eu sou a briga 
a luta antiga 
renovada 
ainda urgente. 

Eu sou português 
aqui 
o português sem mestre 
mas com jeito. 
Eu sou português 
aqui 
e trago o mês de Abril 
a voar 
dentro do peito. 

Eu sou português aqui 

José Fanha 

Nota: Sugestão do caderno Economia do Expresso



FRANCISCO E O 25 DE ABRIL

Crónica de Anselmo Borges 



"Enganei-me e engano-me. Diz-se que o ser humano é o único animal que cai duas vezes no mesmo sítio. Os erros foram grandes mestres de vida. Não diria que aprendi com todos os meus erros; com alguns, não, também sou casmurro. Mas aprendi com muitos outros erros e isso faz-me bem." 



1. A fotografia percorreu mundo: o Papa Francisco de joelhos, diante de um padre no confessionário, a confessar-se à vista de quem estava. Sabia-se que o Papa também peca e portanto se confessa. Mas agora está mesmo lá a confessar-se normalmente, como qualquer católico. Afinal, também é pecador, como repete constantemente, e tem dúvidas e engana-se como toda a gente, não é infalível. É simplesmente um homem, que acredita no perdão de Deus. E quer melhorar a sua vida, tanto mais quando tem uma imensa responsabilidade perante a humanidade inteira.

O MEU LUGAR NA PAIXÃO DE JESUS

Uma Reflexão de Georgino Rocha 
para este tempo

José de Arimateia



Aproximam-se os dias da Páscoa e Jesus procura um local condigno para a sua celebração. Encarrega os discípulos desta tarefa e dá-lhes instruções precisas. Vão à cidade, encontram a pessoa indicada, (possivelmente amiga), transmitem-lhe o desejo de Jesus e esta aceita ser hóspede do grupo. 
A celebração da ceia pascal acontecesse fruto desta colaboração generosa em que muitos intervêm, sobretudo Jesus que realiza a suprema maravilha da Eucaristia, antecipa para “sinais” o que vai suceder e abre horizontes de esperança aos limites do tempo.
A narração da ceia abre praticamente o processo da paixão e ressurreição de Jesus por onde passam cenários emblemáticos da “história” humana e dos seus protagonistas: A garantia do amor fiel até ao fim, a força da tentação e a vulnerabilidade da fragilidade humana, a “convulsão” dos interesses religiosos, as manobras simuladoras do poder político, a manipulação plebiscitária das multidões, a deserção dos amigos em horas de provação, a angústia de morte das vítimas e o requinte de malvadez dos algozes, a confiança filial do homem justo, os gestos misericordiosos de quem tem um coração sensível e compadecido.

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