terça-feira, 6 de outubro de 2015

Ares de Outono: As nozes

Tempo de cuidar delas



Está na hora de tratar das nozes. Apanhar as que vão caindo, mais em dias de vento, limpá-las, lavá-las e pô-las a secar. Uns dias, uma semana ou mais, conforme o estado do tempo. Entretanto, eliminam-se as que apresentam sinais de podres. As que restam, ficam a aguardar pelo Natal, época mais propícia para as comer. São nozes biológicas, pois estão isentas de qualquer tratamento químico. 
Recordo-me da nogueira, pequenina, que um aluno me ofereceu há muitos anos. Tão pequenina que tive dúvidas do seu crescimento, mas há muito tempo já que dela saboreamos as suas nozes. É claro que não dá para vender, mas a família lá vai comendo uma ou outra. Mais se já estiverem descascadas. 
O prazer de usufruir do que o quintal nos oferece, se dermos uma ajuda, é enorme; só tenho pena que as forças limitadas nos impeçam de pegar nas enxadas, apesar de vontade não nos faltar. 


“Encontros e Encantos”

Um livro de João Gonçalves Gaspar


“Encontros e Encantos — Bispos na vida e na memória da Princesa Santa Joana” é o mais recente livro de João Gonçalves Gaspar, Vigário-geral da Diocese de Aveiro e membro da Academia Portuguesa de História. Com chancela de “Tempo Novo Editora – Diocese de Aveiro”, esta obra saiu em maio de 2015. 
O autor é um historiador aveirense de renome, prolífero e oportuno nos temas que aborda, destacando-se a sua paixão por Santa Joana desde há muito. Sobre ela, descortina frequentemente razões para despertar nos aveirenses renovados interesses pela padroeira da cidade e diocese.
Como o título e subtítulo indicam, trata-se de uma obra de referência para a historiografia aveirense, destacando as vivências da Princesa Joana entre nós, com marcas indeléveis da sua presença no Museu de Aveiro, também conhecido por Museu de Santa Joana, mas ainda no espírito das gentes desta terra que amou.

Do Fundo do Mar em Ílhavo

 Coleções de História Natural Marinha




«As coleções de História Natural dos museus são uma fonte inesgotável de conhecimento sobre o universo natural e sobre a relação que o homem foi estabelecendo com o planeta e as suas dinâmicas, nomeadamente com os mares e Oceanos.
Do Fundo do Mar é uma exposição que evoca os contextos de criação das principais coleções de História Natural marinha portuguesas e as motivações e perfil dos seus colecionadores mais relevantes.
Nesta exposição, também revelamos um pouco mais sobre as coleções de História Natural do Museu Marítimo de Ílhavo, partilhando com público alguns objetos que há muito não são exibidos e que contam parte da história do Museu.
Do Fundo do Mar reúne objectos extraordinários que ilustram a diversidade e riqueza das coleções de História Natural marinha surgidas no contexto museológico português.»



segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Romagem à Senhora de Vagos


A ADIG (Associação para a Defesa dos Interesses da Gafanha) está a preparar uma romagem ciclista à Senhora de Vagos, no dia 11 de outubro, que traduz um significado especial. Realmente, esta romagem simboliza um encontro com as nossas raízes primevas, já que os nossos antepassados, na sua grande maioria, vieram daquelas bandas. Trata-se de uma homenagens das gentes das Gafanhas a Vagos —  um regresso às nossas origens.

1— Domingo, dia 11 outubro 2015;
2 — 10 horas: Partida do Centro Cultural, com farnel;
3 — Animação na capela a cargo do Grupo de Fados de Coimbra “Portas de Água”. Obrigatório cantar o fado Nossa Senhora de Vagos;
4 — Almoço no recinto da capela, saboreando os farnéis;
5 — O transporte fica a cargo dos participantes, devendo ser dada preferência às bicicletas, pasteleira ou de desporto. Também podem seguir de carro.

Fonte desta notícia: ADIG

Ler curtíssimo historial da Senhora de Vagos 


"Embarcações Lagunares — Bateiras & Artes"

O mais recente livro de Senos da Fonseca



Tenho andado a ler o mais recente livro de Senos da Fonseca, com o título em epigrafe, que é um regalo para os olhos e para o espírito. Vem na sequência de um outro, com nível semelhante, intitulado "Embarcações que tiveram berço na laguna". Ambos refletem bem o labor exaustivo, o bom gosto, a tenacidade por alcançar metas e o indesmentível amor do autor à terra, à ria e suas gentes.
Com uma edição primorosa e digna das fotografias e texto que a compõem, trata-se de um trabalho digno de consulta frequente, não só para historiadores e apaixonados pela ria, mas também para os povos das margens lagunares e outros, já que os ares da ria não estão prisioneiros dos que os aspiram dia e noite, desde o nascer até ao último suspiro. Chegam longe e ainda bem.

Uma opinião para não ficar calado




Por aqui não me manifestei politicamente. Foi uma opção pensada e refletida. Mas hoje optei por meter a colherada no tema escaldante que foram e são os resultados eleitorais. 
O governo liderado pelo PSD/CDS-PP, com maioria absoluta, resolveu os problemas da governação como entendeu. A situação do país era grave, todos o sabíamos, e era preciso negociar com os nossos credores, porque somos gente séria. Fizeram-no sem obstáculos da parte dos restantes partidos. Tinham a faca e o queijo na mão. Houve cortes e mais cortes, uns cegos e outros camuflados, mas os nossos governantes conseguiram aguentar o país na UE e no Euro, sem fugir às suas responsabilidades internacionais. Houve, da parte do povo, sofrimento, desânimos, horizontes fechados, emigração forçada…
Mas a partir de hoje, com os resultados eleitorais, a coligação já não pode fazer o que quer e lhe apetece. Não tem deputados na Assembleia que, com um simples levantar do braço, aprovam as decisões do governo, doa a quem doer. Negociar é preciso. Com quem? Com partidos que não gostem da terra queimada. Aprecio, apesar de tudo, estes resultados, por exigirem o diálogo responsável.

domingo, 4 de outubro de 2015

Sínodo sobre a família

Papa pede defesa da união 
«indissolúvel» homem-mulher




Missa inaugural da assembleia de Bispos apresentou «verdade» e «caridade» como chaves para o debate sobre as famílias, sem «apontar o dedo» a quem errou.

Ler mais aqui

Poesia para este dia




“De um e outro lado do que sou,
da luz e da obscuridade,
do ouro e do pó,
ouço pedirem-me que escolha;
e deixe para trás a inquietação”


Nuno Júdice (1949),
poeta e ensaísta português


No PÚBLICO de hoje

Ainda a festa da Senhora dos Navegantes

Uma procissão com grande carga emocional

Chegada ao Forte

«Esta procissão tem para todos nós uma componente sentimentalista, decerto mais importante que a turística», afirmou o presidente da Câmara Municipal de Ílhavo, Fernando Caçoilo, que embarcou no barco “Jesus nas Oliveiras”, com diversas autoridades e muito povo, tendo ao leme o mestre Adelino Palão, que assume essa responsabilidade desde a primeira hora, concretamente, desde 1998. 
O autarca ilhavense, filho de homem do mar, sente uma certa emoção quando evoca a importância desta manifestação de fé. «Todos temos pais e familiares que passaram pelo mar; foram homens ligados à pesca do bacalhau e a diversas atividades da ria e do mar», disse.
Adiantou que a Câmara Municipal se associa ano após ano ao Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, que desde 1998 organiza estas festividades em honra da Senhora dos Navegantes, porque «sentimos que esta procissão tem um valor emocional de extrema importância para a nossa zona, para as nossas Gafanhas e S. Salvador».

Papa Francisco, incarnação do novo humanismo

Crónica de Frei Bento Domingues 


«O Papa Francisco incarna, 
no mundo de hoje,
o humanismo libertador
 de Jesus Cristo»

1. Julia Kristeva, de pais cristãos, nasceu na Bulgária, em 1941, onde frequentou a escola dominicana francesa. Depois de uma pós-graduação na Universidade de Sofia, aos 24 anos, foi para Paris.
Uma carreira brilhante fez dela uma professora de várias universidades e uma figura cultural multifacetada: filósofa, semióloga, psicanalista, romancista. Doutora honoris causa de Harvard e prémio internacional Holberg, equivalente ao Nobel para as ciências humanas apaixonou-se por uma espanhola do século XVI, Santa Teresa de Avila.
Que poderiam ter a dizer-se uma psicanalista e uma santa católica? A resposta surgiu num romance de 750 páginas [1]. Mais ainda do que um romance, dizem os críticos, é “um tratado de vulcanologia sobre a alma de fogo da santa espanhola”.
Casada há 48 anos com Philippe Sollers, nesta época de mexericos sobre divórcios, ousou escrever uma narrativa autobiográfica: “Do casamento como uma das belas-artes” [2].

Ares do outono — folhas das vinhas



OUTONO

Tarde pintada
Por não sei que pintor.
Nunca vi tanta cor
Tão colorida!
Se é de morte ou de vida,
Não é comigo.
Eu, simplesmente, digo
Que há tanta fantasia
Neste dia,
Que o mundo me parece
Vestido por ciganas adivinhas,
E que gosto de o ver, e me apetece
Ter folhas, como as vinhas.

Miguel Torga

In “DIÁRIO”, 1968





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