Problemas técnicos, desde ontem e até não sei quando, im-pedem-me de estar, com alguma regularidade, com os meus amigos. Também vou estar ausente, por uns dias, para férias. Mas aqui voltarei, sempre que puder, se para tanto encontrar, por aí, uma porta aberta. Não será difícil, pois o mundo, agora, cabe todo numa palma da mão...
segunda-feira, 28 de maio de 2007
domingo, 27 de maio de 2007
Ares da Primavera
ONDE PARAM
AS SALINEIRAS DE AVEIRO?
:
Quando passo pelas Pontes, em Aveiro, não deixo de apreciar as quatro estátuas que a autarquia ali pôs, uma a cada canto. Para os aveirenses verem, e recordarem, e para os visitantes ficarem com uma ideia, mesmo pálida, do que foram as gentes que trabalharam na Ria e nas salinas. Que me perdoem os artistas, mas eu acho que as estátuas poderiam ser um pouco maiores. Assim, dá a impressão que os aveirenses são de "roda baixa", como se dizia na minha meninice, quando afinal são gente possante e a puxar para o alto. Que o digam os que se lembram dos nossos remadores do Galitos, que há décadas andaram pelas Olimpíadas, mostrando como se rema.
Hoje e aqui fica a salineira, com a sua canastra a tiracolo, bem à moda de levar o sal da eira da marinha para os barcos saleiros e destes para os armazéns. Da marinha para as eiras, onde iam construindo, canastra a canastra, os célebres montes, que emprestavam à ria um colorido raro, essa tarefa era de homens, possantes, sofredores.
As salineiras, essas desapareceram praticamente do mapa de Aveiro e sua região. Para que não caiam no esquecimento, aqui fica um pouco da nossa memória aveirense.
TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 25
O MOINHO
DOS TRASGOS
E A MOURA
Caríssima/o:
Gostaria de aproveitar para saudar todos os Parentes que tiveram suas raízes em Vimioso e, para nós, em Argoselo, hoje Vila. De lá vieram os Ataíde Fernandes; com vice-reis da Índia ou sem eles, a nossa geração aí está também ela pelos quatro cantos do Mundo (olá Artur!) e outros pela Gafanha (Viva Óscar! Como estás Humberto!), ainda alguns por terras de Bragança (Ei, Domingos!) não contando os que já vivem no Reino (Cravo da Rocha, estamos contigo!), isto sem esquecer a todos os outros que a todos envio o meu trasgo.
«O Moinho dos Trasgos fica no sítio do Caniço, na margem esquerda do ribeiro de Riaduros, afluente do Carvalhal. Bem, o que lá está são apenas ruínas. Não se demorem lá muito porque também o moleiro que o trabalhava o abandonou. É que, certa noite, quando ele assava um bocado de carne, um trasgo juntou-se-lhe para assar uma espetada de lagartixas. E não é que o trasgo queria pingar a gordura exactamente no pão em que o moleiro aparava o bocado de carne?!! O moleiro conseguiu que o trasgo se fosse embora, mas verdade é que ele deixou de trabalhar ali e ninguém se apresentou para tomar conta do moinho. Ah, mas esquecia de dizer o que são trasgos! Pois, ainda que o dicionário da Academia os não inclua, trasgos, conforme a crença popular, são espíritos irrequietos, muito movimentados, que pregam sustos mas não incomodam muito...
Agora vá o leitor a Algoso e lá que o levem à Fonte de S. João. Escolha a véspera do dia de S. João, ponha-se à coca. Sabe o que verá? Pois o mesmo que um rapaz dessa aldeia, que se apaixonou pela lenda. Pois à meia-noite, lá no abrigo em que se encontrava, viu uma enorme serpente que se dirigiu para a fonte. O ar estava que nem num sonho, vindo belos aromas de um roseiral ali perto. Pois a serpe mergulhou três vezes nas águas e transformou-se numa linda moura de cabelos dourados. Saltando para o chão de terra batida, a menina sentou-se na borda da fonte a cantar e a pentear-se. Apareceu então uma corça, procedente de uma mata próxima. A moura fez-lhe festas e o animal lambeu-lhe as babuchas. A moura depois inclinou-se para a fonte e chorou copiosamente. Então, o leitor, tal como o rapaz da lenda, ficará de boca aberta e fará um movimento qualquer, no qual se quebrará um ramo seco e o encanto, baixando uma névoa sobre a Fonte de S. João. Gostaram da perspectiva?
Bem, falta o leitor saber o porquê da ida à fonte. É que no tempo em que ainda havia mouros por Trás-os-Montes, na aldeia de Algoso, havia um mouro que tinha costela de bruxo. Sabia o passado e o futuro de toda a gente menos do seu próprio. De toda a parte iam lá consultá-lo. E de todas as classes. E assim foi juntando o seu tesouro.
Um dia, correu a notícia de que tropas cristãs se aproximavam de Algoso. O homem, que já ia entrado na idade, pegou no baú das suas jóias e andou em busca de sítio para o esconder. E andou, andou, andou, até chegar à Fonte de S. João de Algoso. Verificou que ninguém o estava a espiar e, logo por baixo da fonte, afastando os ramos de um chorão, aí meteu o seu tesouro. Mas quando acabou de o esconder, ergueu os olhos e deu com uma menina moura e julgou que ela o observava. Teria, na verdade, visto onde ele escondera o tesouro?
Pelo sim e pelo não, com um gesto mágico e uma oração secreta, lá fez desaparecer a moura. Pode ser que o leitor a conheça quando lá for...»
[Viale Moutinho, pg. 304]
A moura terá desaparecido, mas será que o tesouro ainda lá está ou minha Avó o trouxe para a Gafanha?
Gostaria de aproveitar para saudar todos os Parentes que tiveram suas raízes em Vimioso e, para nós, em Argoselo, hoje Vila. De lá vieram os Ataíde Fernandes; com vice-reis da Índia ou sem eles, a nossa geração aí está também ela pelos quatro cantos do Mundo (olá Artur!) e outros pela Gafanha (Viva Óscar! Como estás Humberto!), ainda alguns por terras de Bragança (Ei, Domingos!) não contando os que já vivem no Reino (Cravo da Rocha, estamos contigo!), isto sem esquecer a todos os outros que a todos envio o meu trasgo.
«O Moinho dos Trasgos fica no sítio do Caniço, na margem esquerda do ribeiro de Riaduros, afluente do Carvalhal. Bem, o que lá está são apenas ruínas. Não se demorem lá muito porque também o moleiro que o trabalhava o abandonou. É que, certa noite, quando ele assava um bocado de carne, um trasgo juntou-se-lhe para assar uma espetada de lagartixas. E não é que o trasgo queria pingar a gordura exactamente no pão em que o moleiro aparava o bocado de carne?!! O moleiro conseguiu que o trasgo se fosse embora, mas verdade é que ele deixou de trabalhar ali e ninguém se apresentou para tomar conta do moinho. Ah, mas esquecia de dizer o que são trasgos! Pois, ainda que o dicionário da Academia os não inclua, trasgos, conforme a crença popular, são espíritos irrequietos, muito movimentados, que pregam sustos mas não incomodam muito...
Agora vá o leitor a Algoso e lá que o levem à Fonte de S. João. Escolha a véspera do dia de S. João, ponha-se à coca. Sabe o que verá? Pois o mesmo que um rapaz dessa aldeia, que se apaixonou pela lenda. Pois à meia-noite, lá no abrigo em que se encontrava, viu uma enorme serpente que se dirigiu para a fonte. O ar estava que nem num sonho, vindo belos aromas de um roseiral ali perto. Pois a serpe mergulhou três vezes nas águas e transformou-se numa linda moura de cabelos dourados. Saltando para o chão de terra batida, a menina sentou-se na borda da fonte a cantar e a pentear-se. Apareceu então uma corça, procedente de uma mata próxima. A moura fez-lhe festas e o animal lambeu-lhe as babuchas. A moura depois inclinou-se para a fonte e chorou copiosamente. Então, o leitor, tal como o rapaz da lenda, ficará de boca aberta e fará um movimento qualquer, no qual se quebrará um ramo seco e o encanto, baixando uma névoa sobre a Fonte de S. João. Gostaram da perspectiva?
Bem, falta o leitor saber o porquê da ida à fonte. É que no tempo em que ainda havia mouros por Trás-os-Montes, na aldeia de Algoso, havia um mouro que tinha costela de bruxo. Sabia o passado e o futuro de toda a gente menos do seu próprio. De toda a parte iam lá consultá-lo. E de todas as classes. E assim foi juntando o seu tesouro.
Um dia, correu a notícia de que tropas cristãs se aproximavam de Algoso. O homem, que já ia entrado na idade, pegou no baú das suas jóias e andou em busca de sítio para o esconder. E andou, andou, andou, até chegar à Fonte de S. João de Algoso. Verificou que ninguém o estava a espiar e, logo por baixo da fonte, afastando os ramos de um chorão, aí meteu o seu tesouro. Mas quando acabou de o esconder, ergueu os olhos e deu com uma menina moura e julgou que ela o observava. Teria, na verdade, visto onde ele escondera o tesouro?
Pelo sim e pelo não, com um gesto mágico e uma oração secreta, lá fez desaparecer a moura. Pode ser que o leitor a conheça quando lá for...»
[Viale Moutinho, pg. 304]
A moura terá desaparecido, mas será que o tesouro ainda lá está ou minha Avó o trouxe para a Gafanha?
Manuel
Um artigo de Anselmo Borges, no DN
BABEL E PENTECOSTES:
A FAVOR DE UM MUNDO MESTIÇO
No Génesis, primeiro livro da Bíblia, narra-se o mito de Babel. Os homens disseram: "Vamos construir uma cidade e uma torre, cujo cimo atinja os céus. Assim havemos de tornar-nos famosos para evitar que nos dispersemos por toda a superfície da Terra." O Senhor, porém, disse: "Vamos descer e confundir de tal modo a linguagem deles que não consigam compreender-se uns aos outros." E o Senhor dispersou-os por toda a superfície da Terra.
Babel deriva do verbo balal, que significa "misturar", "confundir", e, por assonância, remete para Babilónia.
É um mito de uma actualidade dramática. Note-se que em capítulos anteriores do Génesis se fala do plano de Deus que quer que a humanidade cresça e se multiplique em "povos que se dispersaram por países e línguas, por famílias e nações". Assim, o que está em causa não é a dispersão pela Terra nem a variedade das línguas. O mito da Torre de Babel põe a nu e denuncia o imperialismo dominador de um povo sobre todos os outros, na incapacidade do descentramento de si para colocar-se no lugar do outro e, no respeito pela alteridade insuprimível, entrar em diálogo.
Ironia das ironias, o mito alude à Babilónia, no actual Iraque, onde um novo imperialismo quer impor um desígnio de dominação.
Noutro livro da Bíblia, Actos dos Apóstolos, narra-se, em contraponto, a descida do Espírito Santo, no dia do Pentecostes. "De repente, ressoou, vindo do céu, um som comparável ao de forte rajada de vento, que encheu toda a casa. Viram então aparecer umas línguas, à maneira de fogo, que se iam dividindo, e poisou uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar outras línguas, conforme o Espírito lhes inspirava que se exprimissem."
Ao ouvir o ruído, a multidão acorreu e todos ficaram estupefactos, "pois cada um os ouvia falar na sua própria língua". Atónitos e maravilhados, diziam: "Esses que estão a falar não são todos galileus? Que se passa então, para que cada um de nós os oiça falar na nossa língua materna? Partos, medos, elamitas, habitantes da Mesopotâmia, da Judeia e da Capadócia, do Ponto e da Ásia, da Frígia e da Panfília, do Egipto e das regiões da Líbia cirenaica, colonos de Roma, judeus e prosélitos, cretenses e árabes ouvimo-los anunciar, nas nossas línguas, as maravilhas de Deus!"
No Pentecostes, restabelece-se a unidade desfeita com Babel. Trata-se, porém, da unidade na diferença e da diferença na unidade. A arrogância imperial de Babel anula a diferença. O amor do Pentecostes une diferenças, sem uniformizar.
Na actual situação do mundo globalizado, mas em que a globalização tem sido sobretudo tecnológica e económico-financeira no quadro do neoliberalismo, é urgência maior pensar uma governança mundial, para que o império da força da lei ponha limites ao império da lei da força do mais forte, e, neste contexto, pensar também o multiculturalismo no horizonte da mestiçagem.
Afinal, todos somos mestiços. Se não há raças puras - algures houve cruzamentos -, a mestiçagem torna-se inegável, sobretudo no campo de uma sociedade nómada multicultural, de tal modo que a questão é a da identidade no quadro de pertenças múltiplas. Como salvaguardar, no contexto de identidades inevitavelmente compósitas, o equilíbrio tensional entre a universalidade e a singularidade, sem rupturas nem esquizofrenias, sem rigidez nem fixismo, sem trair as origens nem enregelar nelas?
Como escreveu João Maria André, a mestiçagem "não se pode confundir com qualquer tipo de hibridismo amorfo, sincretismo difuso ou relativismo total." Ela não é "mera justaposição de formas e figuras diferentes" nem "um labirinto axiológico" ou "mescla pura e simples de expressões culturais de diversas origens e proveniências". Mestiço é "um tecido, o que supõe criação, assimilação, elaboração a partir de fios ou materiais diferentes", mas um tecido nunca "plenamente conseguido", pois "está sempre em movimento".
A cultura da paz supõe a sinfonia das nações em contraponto, aberta à Transcendência e, assim, sempre incompleta.
Babel deriva do verbo balal, que significa "misturar", "confundir", e, por assonância, remete para Babilónia.
É um mito de uma actualidade dramática. Note-se que em capítulos anteriores do Génesis se fala do plano de Deus que quer que a humanidade cresça e se multiplique em "povos que se dispersaram por países e línguas, por famílias e nações". Assim, o que está em causa não é a dispersão pela Terra nem a variedade das línguas. O mito da Torre de Babel põe a nu e denuncia o imperialismo dominador de um povo sobre todos os outros, na incapacidade do descentramento de si para colocar-se no lugar do outro e, no respeito pela alteridade insuprimível, entrar em diálogo.
Ironia das ironias, o mito alude à Babilónia, no actual Iraque, onde um novo imperialismo quer impor um desígnio de dominação.
Noutro livro da Bíblia, Actos dos Apóstolos, narra-se, em contraponto, a descida do Espírito Santo, no dia do Pentecostes. "De repente, ressoou, vindo do céu, um som comparável ao de forte rajada de vento, que encheu toda a casa. Viram então aparecer umas línguas, à maneira de fogo, que se iam dividindo, e poisou uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar outras línguas, conforme o Espírito lhes inspirava que se exprimissem."
Ao ouvir o ruído, a multidão acorreu e todos ficaram estupefactos, "pois cada um os ouvia falar na sua própria língua". Atónitos e maravilhados, diziam: "Esses que estão a falar não são todos galileus? Que se passa então, para que cada um de nós os oiça falar na nossa língua materna? Partos, medos, elamitas, habitantes da Mesopotâmia, da Judeia e da Capadócia, do Ponto e da Ásia, da Frígia e da Panfília, do Egipto e das regiões da Líbia cirenaica, colonos de Roma, judeus e prosélitos, cretenses e árabes ouvimo-los anunciar, nas nossas línguas, as maravilhas de Deus!"
No Pentecostes, restabelece-se a unidade desfeita com Babel. Trata-se, porém, da unidade na diferença e da diferença na unidade. A arrogância imperial de Babel anula a diferença. O amor do Pentecostes une diferenças, sem uniformizar.
Na actual situação do mundo globalizado, mas em que a globalização tem sido sobretudo tecnológica e económico-financeira no quadro do neoliberalismo, é urgência maior pensar uma governança mundial, para que o império da força da lei ponha limites ao império da lei da força do mais forte, e, neste contexto, pensar também o multiculturalismo no horizonte da mestiçagem.
Afinal, todos somos mestiços. Se não há raças puras - algures houve cruzamentos -, a mestiçagem torna-se inegável, sobretudo no campo de uma sociedade nómada multicultural, de tal modo que a questão é a da identidade no quadro de pertenças múltiplas. Como salvaguardar, no contexto de identidades inevitavelmente compósitas, o equilíbrio tensional entre a universalidade e a singularidade, sem rupturas nem esquizofrenias, sem rigidez nem fixismo, sem trair as origens nem enregelar nelas?
Como escreveu João Maria André, a mestiçagem "não se pode confundir com qualquer tipo de hibridismo amorfo, sincretismo difuso ou relativismo total." Ela não é "mera justaposição de formas e figuras diferentes" nem "um labirinto axiológico" ou "mescla pura e simples de expressões culturais de diversas origens e proveniências". Mestiço é "um tecido, o que supõe criação, assimilação, elaboração a partir de fios ou materiais diferentes", mas um tecido nunca "plenamente conseguido", pois "está sempre em movimento".
A cultura da paz supõe a sinfonia das nações em contraponto, aberta à Transcendência e, assim, sempre incompleta.
sábado, 26 de maio de 2007
Ares da Primavera
MATA DA GAFANHA: UM OCEANO DE PAZ
:
Penso que nem muitos gafanhões têm o costume de passear pela Mata da Gafanha. Atravessam-na por aqui e por ali, rumo a Ílhavo ou às várias Gafanhas que existem e são irmãs da Gafanha da Nazaré, mas ficam-se por aí. Para apreciar esta mata, com mais de cem anos e nada e criada sobre dunas de um mar que já por ali andou, há muitos séculos, é preciso deixar as estradas que a cortam em várias direcções e cirandar por entre pinheiros. Mas é necessário cuidado, porque o amante da natureza pode perder-se.
O que posso garantir aos meus amigos é que na mata se respira uma paz impressionante. Nem carros a acelerar, nem gente aos berros, nem músicas altíssimas. Apenas a serenidade de um oceano que ainda se ouve ao longe, quem sabe se não é o mesmo onde se semearam pinheiros há um século. O mesmo que talvez sonhe com o Atlântico que o chama, ora de mansinho, ora mais irritado, quem sabe se não é assim de protesto por só plantarem, a seu lado, árvores de cimento.
sexta-feira, 25 de maio de 2007
Um artigo de João Carlos Espada, no EXPRESSO

A PROPÓSITO
DE FÁTIMA
Em Fátima, no fim-de-semana passado, terão estado cerca de meio milhão de pessoas. Numa intervenção radiofónica, José Miguel Júdice comentou o fenómeno com a sua habitual perspicácia. Observou a intensa manifestação de fé, que contraria os cíclicos prognósticos sobre o declínio da religião. E chamou a atenção para que essa manifestação, ao contrário de outras noutros países, foi profundamente pacífica, inclusiva e não política. Acrescentou que a igreja católica tem em Portugal uma vastíssima acção social de apoio aos desfavorecidos que devia ser mais acarinhada pelos poderes públicos.
Seria desejável que estas palavras sensatas pudessem contribuir para atenuar o preconceito anticatólico, ainda tão forte entre nós.
Um elemento importante deste preconceito continua a residir no argumento de que o catolicismo se opõe à democracia. Mas os factos também não corroboram essa tese. Os estudiosos da transição à democracia reconhecem hoje que o 25 de Abril português esteve na origem da chamada “terceira vaga de democratização mundial” — uma tese inicialmente proposta por Samuel Huntington.
Entre 1974 e 1989, observou Huntington, mais de trinta países, na Europa, Ásia e América Latina, transitaram de regimes mais ou menos autoritários para regimes mais ou menos democráticos. Dois dos três primeiros países a democratizarem-se (Portugal e Espanha) são maioritariamente católicos. A seguir, o movimento de democratização atingiu seis países da América do Sul e três da América Central, todos eles dominantemente católicos. As Filipinas foram o primeiro país asiático a reunir-se à ‘terceira vaga’. E a Polónia e a Hungria católicas foram os primeiros países do Leste europeu a ensaiar a democratização. Como observou Samuel Huntington, “três quartos dos países que transitaram à democracia entre 1974 e 1989 eram dominantemente católicos”.
Mas seria ainda um equívoco reconhecer apenas esses contributos mais recentes da religião cristã para a liberdade. Muito antes de Voltaire ter escrito sobre a tolerância, John Milton e John Locke fundaram o dever da tolerância na moral cristã. Lord Acton, o célebre católico liberal inglês do século XIX, argumentou persuasivamente que S. Tomás de Aquino lançara os fundamentos da atitude liberal. E o católico Alexis de Tocqueville observou, em páginas veementes, que a democracia na América não podia ser compreendida sem o contributo da fé cristã para alicerçar o ideal das limitações constitucionais ao poder político e do direito natural dos indivíduos “à vida, liberdade e busca da felicidade”.
Seria desejável que estas palavras sensatas pudessem contribuir para atenuar o preconceito anticatólico, ainda tão forte entre nós.
Um elemento importante deste preconceito continua a residir no argumento de que o catolicismo se opõe à democracia. Mas os factos também não corroboram essa tese. Os estudiosos da transição à democracia reconhecem hoje que o 25 de Abril português esteve na origem da chamada “terceira vaga de democratização mundial” — uma tese inicialmente proposta por Samuel Huntington.
Entre 1974 e 1989, observou Huntington, mais de trinta países, na Europa, Ásia e América Latina, transitaram de regimes mais ou menos autoritários para regimes mais ou menos democráticos. Dois dos três primeiros países a democratizarem-se (Portugal e Espanha) são maioritariamente católicos. A seguir, o movimento de democratização atingiu seis países da América do Sul e três da América Central, todos eles dominantemente católicos. As Filipinas foram o primeiro país asiático a reunir-se à ‘terceira vaga’. E a Polónia e a Hungria católicas foram os primeiros países do Leste europeu a ensaiar a democratização. Como observou Samuel Huntington, “três quartos dos países que transitaram à democracia entre 1974 e 1989 eram dominantemente católicos”.
Mas seria ainda um equívoco reconhecer apenas esses contributos mais recentes da religião cristã para a liberdade. Muito antes de Voltaire ter escrito sobre a tolerância, John Milton e John Locke fundaram o dever da tolerância na moral cristã. Lord Acton, o célebre católico liberal inglês do século XIX, argumentou persuasivamente que S. Tomás de Aquino lançara os fundamentos da atitude liberal. E o católico Alexis de Tocqueville observou, em páginas veementes, que a democracia na América não podia ser compreendida sem o contributo da fé cristã para alicerçar o ideal das limitações constitucionais ao poder político e do direito natural dos indivíduos “à vida, liberdade e busca da felicidade”.
Um poema de António Patrício
DE QUE ME RIO?
:
De que me rio eu?... Eu rio horas e horas
só para me esquecer, para me não sentir.
Eu rio a olhar o mar, as noites e as auroras;
passo a vida febril inquietantemente a rir.
Eu rio porque tenho medo, um terror vago
de me sentir a sós e de me interrogar;
rio pra não ouvir a voz do mar pressago
nem a das coisas mudas a chorar.
Rio pra não ouvir a voz que grita dentro de mim
o mistério de tudo o que me cerca
e a dor de não saber porque vivo assim.
:
NOTA: Há pouco, no programa "Entre Nós", da RTP2, ouvi que o poeta António Patrício estava a cair no esquecimento. Aqui fica a sugestão para que o leiam.
Ares da Primavera
MOLICEIROS AOS PÉS DA ANTIGA CAPITANIA
:
Há dias, na cidade, vi este quadro bem concebido. Barcos moliceiros, com as suas típicas decorações, ao sabor e saber populares, estavam postados aos pés da antiga capitania e actual sede da Assembleia Municipal de Aveiro. Do lado direito, o Fórum, uma boa sala de visitas da capital do distrito. Quem passa não pode deixar de admirar este quadro, para turista ver. Turistas somos nós todos os que passeamos, por aqui perto ou mais longe.
Os barcos da nossa Ria ficariam melhor a navegar, com gente de trabalho e de passeio. Mas os tempos são outros e não se compadecem com tarefas que não sustentam o povo. No entanto, foi muito boa a aposta de preservar o nosso passado, nele se incluindo a beleza dos nossso moliceiros.
Quando por lá passar, não deixe de os fotografar. Eles gostam muito que os levem como boa recordação.
Bandeira Azul
PRAIAS DE ÍLHAVO E AVEIRO
CONTEMPLADAS
COM A BANDEIRA AZUL
As praias de Ílhavo (Barra e Costa Nova) e Aveiro (S. Jacinto) foram contempladas, mais uma vez, com a atribuição da Bandeira Azul. Isto significa que os veraneantes podem usufruir, descansados, dos benefícios das nossas praias. Assim tenham hipóteses de gozar férias nestes recantos paradisíacos do litoral português.
É certo que este galardão não é dado por acaso. Ano após ano, os nossos autarcas esmeram-se na arte de bem servir quantos aqui vivem e quantos nos visitam, sobretudo na época balnear.
Há dias fui à Barra, como é meu costume, e pude apreciar a azáfama com que ali se trabalhava, para que tudo fique afinado na hora própria de receber os nossos convidados. É bom sentir que alguém olha com atenção para as nossas riquezas naturais, preparando-as para acolher quem chega com vontade de gozar férias.
Sejam bem-vindos!
É certo que este galardão não é dado por acaso. Ano após ano, os nossos autarcas esmeram-se na arte de bem servir quantos aqui vivem e quantos nos visitam, sobretudo na época balnear.
Há dias fui à Barra, como é meu costume, e pude apreciar a azáfama com que ali se trabalhava, para que tudo fique afinado na hora própria de receber os nossos convidados. É bom sentir que alguém olha com atenção para as nossas riquezas naturais, preparando-as para acolher quem chega com vontade de gozar férias.
Sejam bem-vindos!
ÍLHAVO: Actividades para jovens

UMA BOA OPORTUNIDADE
PARA OCUPAR BEM O TEMPO
A Câmara Municipal de Ílhavo volta a promover mais uma edição do Programa Municipal de Ocupação de Tempos Livres (PMOTL). Este programa destina-se a jovens dos 16 aos 30 anos e decorrerá durante os meses de Julho e Agosto. Os interessados deverão inscrever-se até 15 de Junho.
INSCRIÇÕES E INFORMAÇÕES
INSCRIÇÕES E INFORMAÇÕES
Fórum Municipal da Juventude
ÍLHAVO Tel 234 321 079
GAFANHA DA NAZARÉ Tel 234 183 773
VALE DE ÍLHAVO Tel 234 326 826
Biblioteca Municipal de Ílhavo
PÓLO GAFANHA DA ENCARNAÇÃO Tel 234 086 668
PÓLO DA GAFANHA DO CARMO Tel 234 398 009
Câmara Municipal de Ílhavo
quinta-feira, 24 de maio de 2007
Um artigo de D. António Marcelino

MAÇONARIA, REPÚBLICA
E PODER GOVERNATIVO
Vivemos em regime democrático. Há quem se diga democrata e a quem a democracia incomode. Assim se cai na tentação da promiscuidade que envenena o ambiente e o espaço que é de todos. Se no regime em que vivemos se devem respeitar as opções, ninguém está impedido de falar livremente, sem medo, perante o que se vai vendo, conhecendo, e que pretende influenciar a comunidade de que todos fazemos parte.
A democracia não é um fim, nem pode servir de meio para que o poder, qualquer que ele seja, se aproveite dos postos de comando para empobrecer e dominar um povo livre.
A maçonaria viveu em Portugal, desde que chegou em princípios do século XVIII, horas difíceis. Foram perseguições de fora e divisões de dentro. Tempo seguido com contradições e projectos, uns conseguidos, outros frustrados. O apoio que então deu à “Carbonária”, motor organizado da queda da Monarquia, e a identificação conseguida, com a jovem República, inspirando ou fazendo seus os ditos “valores republicanos”, deram-lhe impulso para dominar. Isto permitiu-lhe conduzir o processo do inicio do novo sistema, minando os órgãos fundamentais da soberania, desde a Presidência da República ao Parlamento, destruindo o que não dominava e conquistando uma presença efectiva, bem marcada e visível, nos mais diversos lugares de influência do Estado. Teve, depois, de entrar de novo em meia clandestinidade. Este facto, porém, não a impediu de fazer acordos secretos com o poder, para que, dada a sua influência o mesmo se pudesse manter, mesmo quando publicamente perseguia a Loja. E foi assim, como se sabe e se diz, até nos tempos de Salazar, que, olhando para o lado, cedeu na orientação de serviços públicos conhecidos e cobiçados, dada influência destes no povo.
A aceitação oficial da Loja deu-se com o 25 de Abril, por razões óbvias, depressa explicadas por motivo de quem ia aparecendo na ribalta política dominante. O novo poder fez-lhe a entrega de bens antes expropriados e pagou-lhe indemnizações. Às claras recomeçou-se, então, a falar da maçonaria e a dizer da campanha persistente que ela fazia nos corredores da Assembleia da República, junto de gente nova ansiosa por benesses no presente e sonhando com as boas promessas de futuro. Abriram-se portas, antes e sempre fechadas, publicaram-se nomes de alguns aderentes, não todos, com influência nos diversos quadrantes da sociedade portuguesa, manteve-se, porém, o sigilo dos ritos de iniciação e de outros ritos importantes. Aliviou-se algum secretismo, mas a Loja continuou a ser uma associação fechada, sem a abertura normal, propiciada por regime democrático. Esta situação deu direito a desconfiar do que se passa e programa.
O sol da primavera é propício para trazer à luz o que as tocas escondem em invernos prolongados. Porque o ambiente político se tornou propício e a ocasião convidativa, a maçonaria começou a apresentar os seus projectos para o país. A nós o dever e o direito de apreciar, dizer e alertar sobre o que se projecta, porque a todos nos diz respeito.
A maçonaria portuguesa aparece, de novo, com algum espírito de “carbonária”, eivada de um acirrado laicismo, tendo no horizonte os “valores republicanos”, lidos unilateralmente, e empenhando-se por introduzi-los como inspiradores das leis que devem reger o povo. Esquece-se que o poder democrático não se pode exercer à revelia dos valores que um povo concreto e sensato sempre teve, quer ter e defende, para salvaguarda da sua identidade, dignidade e futuro em liberdade. Impor é matar e destruir.
Há que fechar a Igreja na sacristia, ignorar os valores cristãos, fazer tábua rasa de uma cultura milenária, negar a história pátria e secar as suas raízes vitais, mudar o sentido das instituições que dão consistência à sociedade, fechar o homem, por via da educação nas escolas e meios de comunicação social, à dimensão do transcendente. Será este o programa “político” actualizado do partido socialista, agora publicamente de mãos dadas com a maçonaria? Se a perspectiva é de um laicismo redutor, o que restará da democracia? Um povo decapitado. E que será o partido socialista? Uma galeria vistosa, com muita gente alienada e encostada. E a maçonaria? A estratégia táctica de servir e de se servir de um poder sem ideologia.
Mas as prioridades num país que empobrece têm de ser outras, se quisermos sobreviver.
A democracia não é um fim, nem pode servir de meio para que o poder, qualquer que ele seja, se aproveite dos postos de comando para empobrecer e dominar um povo livre.
A maçonaria viveu em Portugal, desde que chegou em princípios do século XVIII, horas difíceis. Foram perseguições de fora e divisões de dentro. Tempo seguido com contradições e projectos, uns conseguidos, outros frustrados. O apoio que então deu à “Carbonária”, motor organizado da queda da Monarquia, e a identificação conseguida, com a jovem República, inspirando ou fazendo seus os ditos “valores republicanos”, deram-lhe impulso para dominar. Isto permitiu-lhe conduzir o processo do inicio do novo sistema, minando os órgãos fundamentais da soberania, desde a Presidência da República ao Parlamento, destruindo o que não dominava e conquistando uma presença efectiva, bem marcada e visível, nos mais diversos lugares de influência do Estado. Teve, depois, de entrar de novo em meia clandestinidade. Este facto, porém, não a impediu de fazer acordos secretos com o poder, para que, dada a sua influência o mesmo se pudesse manter, mesmo quando publicamente perseguia a Loja. E foi assim, como se sabe e se diz, até nos tempos de Salazar, que, olhando para o lado, cedeu na orientação de serviços públicos conhecidos e cobiçados, dada influência destes no povo.
A aceitação oficial da Loja deu-se com o 25 de Abril, por razões óbvias, depressa explicadas por motivo de quem ia aparecendo na ribalta política dominante. O novo poder fez-lhe a entrega de bens antes expropriados e pagou-lhe indemnizações. Às claras recomeçou-se, então, a falar da maçonaria e a dizer da campanha persistente que ela fazia nos corredores da Assembleia da República, junto de gente nova ansiosa por benesses no presente e sonhando com as boas promessas de futuro. Abriram-se portas, antes e sempre fechadas, publicaram-se nomes de alguns aderentes, não todos, com influência nos diversos quadrantes da sociedade portuguesa, manteve-se, porém, o sigilo dos ritos de iniciação e de outros ritos importantes. Aliviou-se algum secretismo, mas a Loja continuou a ser uma associação fechada, sem a abertura normal, propiciada por regime democrático. Esta situação deu direito a desconfiar do que se passa e programa.
O sol da primavera é propício para trazer à luz o que as tocas escondem em invernos prolongados. Porque o ambiente político se tornou propício e a ocasião convidativa, a maçonaria começou a apresentar os seus projectos para o país. A nós o dever e o direito de apreciar, dizer e alertar sobre o que se projecta, porque a todos nos diz respeito.
A maçonaria portuguesa aparece, de novo, com algum espírito de “carbonária”, eivada de um acirrado laicismo, tendo no horizonte os “valores republicanos”, lidos unilateralmente, e empenhando-se por introduzi-los como inspiradores das leis que devem reger o povo. Esquece-se que o poder democrático não se pode exercer à revelia dos valores que um povo concreto e sensato sempre teve, quer ter e defende, para salvaguarda da sua identidade, dignidade e futuro em liberdade. Impor é matar e destruir.
Há que fechar a Igreja na sacristia, ignorar os valores cristãos, fazer tábua rasa de uma cultura milenária, negar a história pátria e secar as suas raízes vitais, mudar o sentido das instituições que dão consistência à sociedade, fechar o homem, por via da educação nas escolas e meios de comunicação social, à dimensão do transcendente. Será este o programa “político” actualizado do partido socialista, agora publicamente de mãos dadas com a maçonaria? Se a perspectiva é de um laicismo redutor, o que restará da democracia? Um povo decapitado. E que será o partido socialista? Uma galeria vistosa, com muita gente alienada e encostada. E a maçonaria? A estratégia táctica de servir e de se servir de um poder sem ideologia.
Mas as prioridades num país que empobrece têm de ser outras, se quisermos sobreviver.
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