Diversos aspectos da mesma praia
Férias bem diferentes do século XIX
Nas férias, gosto de sair um pouco para conhecer as terras que quase se avistam do lugar onde assentei arraiais. Por vezes chego mais longe, sem perder de vista os horizontes ou a rota segura. Hoje fui a Vieira, para ver o mesmo oceano que oiço e vejo desde menino. Verão, o deste ano, sem o calor que almejo, mas nem por isso falta gente de todas as idades, no areal e na povoação, carregada disto e daquilo que junto das ondas é preciso.
Não me aventurei pela praia, mas apreciei o prazer que muitos sentem, como que indiferentes ao ventinho agreste que me obrigava a procurar abrigo. Gostei de ver Vieira de Leiria, com a azáfama do Verão.
E enquanto olhava à volta, dei comigo a pensar, nem sei por que carga d’ água, que era nesta praia, mais metro menos metro, que as personagens principais do célebre romance de Eça de Queirós – O Crime do Padre Amaro – veraneavam, carregando para aqui, desde Leiria, o essencial de que precisavam, para umas boas férias, de banhos de mar e de sol. Não havia, certamente, hotéis, restaurantes, bares e outros estabelecimentos que, nos tempos que correm, contribuem para o bem-estar dos veraneantes que demandam estas paragens. Tão-pouco andariam, os banhistas do século XIX, como os de hoje. As modas das praias, a apetência pela tez morena e as possibilidades de férias estavam longe dos tempos actuais. Gostei do que vi na povoação e na praia, com acessos fáceis e asseio a condizer com o bom gosto de quem chega e de quem está. É difícil estacionar? Com calma tudo se consegue.
FM
NOTA: A seguir, S. Pedro de Moel