BACALHAU EM DATAS - 32
Pescador de bacalhau
A COMISSÃO REGULADORA DO COMÉRCIO DO BACALHAU
Caríssimo/a:1934 - «De 1929 a 1934, construíram-se apenas 4 navios, sem que a sua construção representasse qualquer progresso sério nos métodos da pesca.» HPB, 77
«Em 1934 foi criada a Comissão Reguladora do Comércio do Bacalhau (CRCB) com a finalidade de proteger e incrementar a indústria do bacalhau. E a sua acção, de certo modo positiva, fez-se sentir até à liberalização do comércio deste peixe, o que aconteceu em 1967. Durante essas três décadas surgiram grandes grupos económicos ligados ao sector e a CRCB começou a perder capacidade de liderança. As importações subiram e as capturas, obviamente, desceram. O 25 de Abril desmantelou como é sabido, esses grupos e a CRCB passou a ter o monopólio das importações de bacalhau, alargando a sua acção aos congelados.» BGEGN[1], 1991, 7
«A criação da Comissão Reguladora do Comércio do Bacalhau ocorreu a 5 de Junho de 1934 (Decreto-Lei n.º 23.968), marca o arranque de um amplo processo de reorganização estatal do sector bacalhoeiro que precede as políticas de fomento da frota. A acção institucional da CRCB tinha por fim garantir a reserva do mercado à produção nacional e o condicionamento das importações de peixe estrangeiro, a estabilidade do aprovisionamento e dos preços.» Oc45, 104 n. 3
«Considerado por Henrique Tenreiro, delegado do Governo junto de todos os grémios das pescas, como “ um dos principais factores da vida portuguesa”, a pesca do bacalhau foi objecto de uma reorganização a partir de 1934. O Estado Novo encetou a reestruturação das pescas, atendendo a uma reforma financeira com o objectivo de repor os bens considerados essenciais, aumentar a produção nacional e combater as importações.» Oc45, 109
E ainda na mesma revista “Oceanos, n.º 45” se pode ler
na página 91: «1934 a 1967: Período áureo da “Campanha do Bacalhau”.»;
na página 93: «De 1934 a 1969 o total de navios que vão ao bacalhau quase que duplica. A média é de 60 navios por ano.»;
na página 99: «De 1934 a 1967, 74 % dos “navios de linha” em actividade tinham casco de madeira.»;
e na 101: « ... [E]scassas 4.726 toneladas de arqueação líquida da frota bacalhoeira em 1934.»
Manuel
[1] Boletim do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, do ano de 1991