Mausoléu da família |
Manuel Cravo Júnior era um comerciante com uma loja estabelecida na Chave (Gafanha da Nazaré), onde vendia adubos. Era também proprietário de diversas marinhas de sal na zona de Setúbal e de diversos terrenos na Costa Nova e na Praia da Barra, onde foram construídos dois bairros de habitação, o Bairro Popular, na Barra e o Bairro do Cravo.
A 3 de fevereiro de 1913 contraiu matrimónio com Maria da Conceição Conde. Deste enlace, sabemos que nasceu Carlos da Rocha Cravo, futuro comerciante da Gafanha da Nazaré.
Manuel Cravo Júnior ficou igualmente muito conhecido entre os ilhavenses por ser, nos anos de 1934 a 1937, arrematante dos impostos indiretos das rendas do vinho, bebidas alcoólicas e da lenha.
Mas que o significava ser arrematante dos impostos indiretos? Neste período, o poder municipal colocava à venda anualmente os impostos que deveria receber. Os arrematantes pagavam numa única parcela e adiantado o valor destes impostos, cabendo ao arrematante durante o ano cobrar às populações o valor devido em imposto.
Este era um negócio que implicava imensos riscos, pois o arrematante arriscava-se a não recuperar todo o dinheiro. No ano de 1935, Manuel Cravo Júnior solicitou o abandono desta tarefa, que se lhe revelou muito prejudicial, queixando-se das vendas feitas à margem da lei e afirmando mesmo que a GNR não fiscalizava devidamente estes negócios obscuros. A câmara decidiu compensá-lo com a isenção da contribuição industrial, por forma a que o mesmo prosseguisse na arrecadação. A partir dessa data o comerciante deveria assegurar não só a cobrança, mas também pessoal suficiente para a fiscalização.
Dedicou-se também à política, sendo Presidente da Comissão da Administrativa da Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré em 1926 e, em 1937, vogal efetivo da Comissão do Recenseamento Militar.
Empreendedor como era, cedo percebeu a importância da luz elétrica para a Gafanha, por isso não foi de estranhar quando se aliou a outros gafanhões na fundação da Cooperativa Elétrica de Gafanha da Nazaré, onde figura como um dos seus maiores subscritores.
Faleceu na Gafanha da Nazaré, a 10 de maio de 1955.
Informação Histórica do Topónimo
1. Trabalho elaborado pelo Centro de Documentação de Ílhavo – Câmara Municipal de Ílhavo;
2. A “Rua Manuel Cravo Junior”, na Freguesia da Gafanha da Nazaré, figura no Plano Geral de Urbanização das Gafanhas da Câmara Municipal de Ílhavo de 1984 representada como “Rua do Norte”.
Informação Memorial sobre o Topónimo
O Professor Fernando Martins, um estudioso da Histórica Local da Gafanha, recordou que Manuel Cravo Júnior possuía uma loja na zona da Chave e que nesta havia um telefone, coisa rara naqueles tempos. Além disso, ainda relatou que este senhor era um empreendedor, pois era responsável pela arrecadação dos impostos camarários do vinho, que comprava à Câmara, mas tinha marinhas de sal, era sócio de empresas de pesca e proprietário de um bairro.