Neste mês de outubro, associado ao arranque em força de mais um ano letivo, dedicamos a rubrica “A Nossa Gente” a Maria Teresa Reigota, que fez do ensino e da educação a missão da sua
vida.
Maria Teresa Filipe Reigota nasceu a 6 de janeiro de 1944,
na Gafanha da Nazaré, onde frequentou a
Escola Primária.
Em 1954, ingressou no Colégio do Sagrado Coração de Maria, em Aveiro, onde completou o 5.º ano dos Liceus, atualmente 9.º ano. Seguiu-se, em 1960, o exame de admissão ao Magistério Primário, em Vila Real. Foi admitida na Escola do Magistério Primário, em Aveiro, que frequentou durante dois anos até concluir o curso de Professora. Em 1962, com apenas 18 anos de idade, começou a exercer na Escola
Primária da Gafanha da Encarnação. No
ano letivo 1963/1964 lecionou em
Ordonhe, Santa Maria da Feira, e no ano
letivo seguinte na Presa, Aveiro, e em
S. João de Loure, Eixo.
Em julho de 1965, casou com João Fernando Moço, também Professor Primário, conhecido dirigente associativo do Município de Ílhavo, ligado à Confraria Gastronómica do Bacalhau e ao Rancho Regional da Casa do Povo de Ílhavo.
Nesse mesmo ano, Maria Teresa Reigota passou a exercer a sua profissão no Município de Ílhavo, dois anos na Gafanha da Encarnação, um ano na Colónia Agrícola, voltando à Gafanha da Encarnação no ano letivo de 1968/1969,
onde lecionou até se aposentar em 1996.
Maria Teresa Reigota, amante da Terra que a viu nascer e
orgulhosa do legado de seus pais, que
lhe incutiram sempre o respeito à
simplicidade e ao brio pelo passado,
fundou em 1984, ao lado do seu marido, o
Rancho Regional da Casa do Povo de Ílhavo.
Com base nos valores da
honestidade intelectual e do amor
à causa da cultura popular, Maria
Teresa Reigota foi lendo, ouvindo,
anotando, escrevendo tudo o que pudesse
ser útil para a preservação do
património da sua Terra e do Rancho a
que pertence desde a primeira hora.
Fruto desse trabalho, lançou em, outubro de 2009, o livro “Gafanha... o que
ainda vi, ouvi e recordo”, e quatro anos
depois, aquando da inauguração do Museu
Etnográfico e Sede do Rancho Regional
da Casa do Povo de Ílhavo, curiosamente
a antiga Escola Primária da Boavista, batizou o seu novo livro com o nome de “Gafanha... Retalhos do passado”.
Atualmente, dedica grande
parte do seu tempo ao Museu Etnográfico
do Rancho, cuja recolha e construção dos
trajes são da sua responsabilidade, e encontra-se a escrever o seu terceiro livro, desta vez especialmente dedicado às vivências das crianças no tempo da sua
infância.
Para além do exercício das suas funções como professora do Ensino Básico e de integrar o grupo fundador do Rancho Regional, a veia estudiosa de Maria Teresa Reigota tem-se afirmado no âmbito da investigação e da recolha das tradições etnofolclóricas, aproveitando a sua faceta de reter na mala das recordações retalhos do passado para as contar e divulgar com sentido verdadeiramente pedagógico e cultural.
Fonte: Agenda “Viver em” de outubro de 2014, da CMI
NOTA: Congratulo-me com a distinção atribuída a Maria Teresa
Filipe Reigota, patente na rubrica “A nossa Gente” da agenda “Viver em”, da CMI,
por se tratar de uma professora que conheço e admiro por diversos factores,
mas sobretudo pelo seu labor em favor da cultura do povo da região de Ílhavo. A sua paixão e
interesse pelo nosso passado estão à vista de quantos se dedicam ao estudo e
preservação das memórias dos nossos antepassados, graças ao trabalho meticuloso de recolha da Teresa,
preferencialmente no registo das recordações dos mais antigos, sem
descurar a consulta a vários textos e documentos.
Tanto quanto sei, ânimo não lhe falta para prosseguir nesta
sua labuta, também em prol do Museu Etnográfico e sede do Rancho Regional da Casa do
Povo de Ílhavo. Os meus parabéns.