segunda-feira, 6 de outubro de 2014

A NOSSA GENTE: MARIA TERESA REIGOTA



Neste mês de outubro, associado  ao arranque em força de mais um ano  letivo, dedicamos a rubrica “A Nossa  Gente” a Maria Teresa Reigota, que  fez do ensino e da educação a missão da sua vida.
Maria Teresa Filipe Reigota nasceu a 6 de janeiro de 1944, na Gafanha  da Nazaré, onde frequentou a Escola  Primária.
Em 1954, ingressou no Colégio  do Sagrado Coração de Maria, em  Aveiro, onde completou o 5.º ano dos  Liceus, atualmente 9.º ano. Seguiu-se,  em 1960, o exame de admissão ao  Magistério Primário, em Vila Real.  Foi admitida na Escola do Magistério  Primário, em Aveiro, que frequentou  durante dois anos até concluir o curso  de Professora. Em 1962, com apenas  18 anos de idade, começou a exercer na Escola Primária da Gafanha da  Encarnação. No ano letivo 1963/1964  lecionou em Ordonhe, Santa Maria  da Feira, e no ano letivo seguinte na  Presa, Aveiro, e em S. João de Loure,  Eixo.


Em julho de 1965, casou com João  Fernando Moço, também Professor   Primário, conhecido dirigente  associativo do Município de Ílhavo,  ligado à Confraria Gastronómica do  Bacalhau e ao Rancho Regional da  Casa do Povo de Ílhavo. 
Nesse mesmo ano, Maria Teresa  Reigota passou a exercer a sua  profissão no Município de Ílhavo, dois  anos na Gafanha da Encarnação, um  ano na Colónia Agrícola, voltando à  Gafanha da Encarnação no ano letivo de 1968/1969, onde lecionou até se aposentar em 1996.
Maria Teresa Reigota, amante da Terra que a viu nascer e orgulhosa do  legado de seus pais, que lhe incutiram  sempre o respeito à simplicidade e ao  brio pelo passado, fundou em 1984,  ao lado do seu marido, o Rancho Regional da Casa do Povo de Ílhavo.
Com base nos valores da  honestidade intelectual e do amor  à causa da cultura popular, Maria  Teresa Reigota foi lendo, ouvindo,  anotando, escrevendo tudo o que  pudesse ser útil para a preservação  do património da sua Terra e do  Rancho a que pertence desde a  primeira hora. Fruto desse trabalho, lançou em, outubro de 2009, o livro “Gafanha... o que ainda vi, ouvi  e recordo”, e quatro anos depois, aquando da inauguração do Museu  Etnográfico e Sede do Rancho  Regional da Casa do Povo de Ílhavo,  curiosamente a antiga Escola Primária da Boavista, batizou o seu  novo livro com o nome de “Gafanha...  Retalhos do passado”.
Atualmente, dedica grande  parte do seu tempo ao Museu  Etnográfico do Rancho, cuja recolha  e construção dos trajes são da sua responsabilidade, e encontra-se a  escrever o seu terceiro livro, desta  vez especialmente dedicado às  vivências das crianças no tempo da sua infância.
Para além do exercício das suas  funções como professora do Ensino  Básico e de integrar o grupo fundador  do Rancho Regional, a veia estudiosa  de Maria Teresa Reigota tem-se  afirmado no âmbito da investigação  e da recolha das tradições  etnofolclóricas, aproveitando a  sua faceta de reter na mala das  recordações retalhos do passado para  as contar e divulgar com sentido  verdadeiramente pedagógico e cultural.

Fonte: Agenda “Viver em” de outubro de 2014, da CMI

NOTA: Congratulo-me com a distinção atribuída a Maria Teresa Filipe Reigota, patente na rubrica “A nossa Gente” da agenda “Viver em”,  da CMI, por se tratar de uma professora que conheço e admiro por diversos factores, mas sobretudo pelo seu labor em favor da cultura do povo da região de Ílhavo. A sua paixão e interesse pelo nosso passado estão à vista de quantos se dedicam ao estudo e preservação das memórias dos nossos antepassados,  graças ao trabalho meticuloso de recolha da Teresa, preferencialmente no registo das recordações dos mais antigos, sem descurar a consulta a vários textos e documentos.
Tanto quanto sei, ânimo não lhe falta para prosseguir nesta sua labuta, também em prol do Museu Etnográfico e sede do Rancho Regional da Casa do Povo de Ílhavo. Os meus parabéns.

Sem comentários:

Enviar um comentário