sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Ceia de Consoada com Bacalhau

Na rotunda do centenário, o bacalhau não podia faltar


A ceia de consoada não pode prescindir do bacalhau. Na nossa região, em especial, mas julgo que em quase todo o país, o fiel amigo é rei. Sabe-se, contudo, que o polvo também marca presença noutras regiões. Em mesas pobres ou ricas, na consoada somos mais iguais uns aos outros. E nas palavras também. Boas Festas, Santo Natal, Paz, Fraternidade, Partilha, Mensagens e tantos outros sinais nos aproximam uns dos outros. Postais de Boas Festas caíram no esquecimento. As redes sociais, bem ou mal, ocuparam esse espaço.  Afinal,  somos todos amigos, talvez tocados pela educação que nos revestiu de um Menino que muitos aceitaram como Salvador da Humanidade. 
Voltemos ao bacalhau. A nossa terra  assumiu-se como capital do bacalhau quase desde os seus primórdios. Daqui partiam os lugres e arrastões e voltavam carregados. Aqui se preparava o fiel amigo e daqui partia, espalmado e seco, para as mesas de multidões de meio mundo. Até parece um petisco raro neste dia. 
Boa consoada para todos com bom bacalhau à mesa. Depois virão os doces tradicionais, com destaque para os bilharacos, rabanadas e mais o que houver.

Faça-se em mim segundo a tua palavra

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo IV do Advento do Natal 



O itinerário do Advento do Natal destaca figuras emblemáticas que são testemunhas da fidelidade de Deus à Sua aliança: Isaías, o profeta do exílio, João Baptista, o homem precursor do Messias, José, o escolhido para dar nome legal a Jesus e Maria, a virgem de Nazaré, a agraciada para ser a Mãe. Hoje, concentramo-nos no diálogo da anunciação que realça a disponibilidade de Maria ao dizer: “Faça-se em mim segundo a Tua Palavra”. Lc 1, 26-38. 
A disponibilidade de Maria é total, e incondicional a sua entrega. Após uma saudação que a felicita pela graça alcançada e um diálogo que lhe desvenda a densidade do futuro próximo, o seu “sim” é pleno e definitivo, alegre e confiante. 
A propósito da atitude de Maria, observa o cardeal Tolentino de Mendonça: “Entre aquilo a que somos chamados e o conhecimento das nossas forças há uma separação que nos estremece, uma distância que nos emudece. Sentimos o peso da nossa fragilidade como uma dolorosa incapacidade para responder. Mas aprendemos que a confiança é sempre dar um salto. Ante a promessa do Espírito Santo que virá, Maria confia e pronuncia o seu sim”. 
O episódio tem lugar em Nazaré, aldeia da Galileia com uns cem habitantes. O protagonista é o anjo do Senhor que vem a casa de Joaquim e de Ana. A mensagem expressa-se no convite para ser mãe de Jesus, o Filho do Altíssimo. O ambiente deixa “respirar” simplicidade e o silêncio faz pressentir a sublimidade do acontecimento. O interlocutor é uma jovem virgem em estado singular: já não “pertence” à família por estar “comprometida” com José, nem ao esposo e seus familiares por ainda não terem celebrado publicamente a boda ritual. Tudo ocorre no espaço onde Maria se encontra, na vida fecunda do lar onde se cultivam as mais nobres tradições e forjam os grandes ideais. Deus inclina-se para ela e para todos os que encontra disponíveis. 

quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

Outono desconfortável


Lá fora o frio. Chuva de vez em quando. O Sol esconde-se por trás das nuvens, ora escuras, ora esbranquiçadas e esfarrapadas. E por entre as esfarrapadas um raio de sol chega à janela do meu sótão e entra sorrateiro. Uma folha cai. A Nina percebe o regalo e aproveita. É a imagem flagrante desde Outono desconfortável. 

NATAL com arte

Ilustração de Manuel Ângelo Correia
 
O gostinho pessoal continua e enquanto puder vou repetir o que gosto de fazer. Este ano é mais um miminho para os nossos amigos, saído do forno da criação. Aí vai com um abração para todos, cheio de votos de paz e desejo de rápidos  desconfinamentos.
Bom Natal extensivo às famílias.

Manuel Ângelo Correia - Eneida 

NOTA: Foi com muita satisfação que recebemos os miminhos (Ilustração e texto) dos nossos vizinhos com os votos que todos almejamos. O otimismo que devemos cultivar leva-nos a acreditar que o Natal de 2021 será livre de ameaças. E então ficamos à espera que o artista, sensível  e atento, possa ilustrar  os nossos desconfinamentos. Até lá, saúde e paz.

Fernando e Lita 

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Beethoven nasceu há 250 anos

Beethoven nasceu há 250 anos. Um génio nunca morre. Ele continue com todos os amantes da música. Durante a tarde, ouvi, serenamente, a Quinta e a Nona sinfonia. A tarde musical foi a minha homenagem ao compositor que mais alto ouviu os acordes divinos. 
Diz-se, com alguma graça, que Beethoven ficou surdo para que os sons terrestres não perturbassem os sons celestes que o seu espírito ia lendo e registando. Durante 200 anos, os melómanos jamais se cansaram de o ouvir. E no futuro continuará ter ouvintes atentos à sua arte única. Muitos outros compositores hão de surgir a nível mundial, mas Beethoven não será esquecido.

NOTA: No You Tube pode ouvir o que desejar

Nova Marina da Barra ainda viável?



Fátima Alves, presidente do conselho de administração do Porto de Aveiro (APA), afirmou, na Rádio Terra Nova (RTN), que a Marina da Barra, de que se falou há duas décadas, já morreu, mas o uso de espaço permanece vivo para responder à náutica de recreio. 
Na qualidade de leigo, nesta como noutras matérias, não sou radicalmente contra tal empreendimento. Penso, contudo, que qualquer obra a fazer-se na Ria de Aveiro deve merecer profundos estudos, no sentido de ter em conta a beleza e riqueza que a laguna contém. A radicalidade das opções não é de seguir nos tempos que vivemos. No meio termo estará a virtude.
Fátima Alves diz, conforme li na RTN, que a área prevista para a implantação continua à espera de propostas, com ideias claras e abertas ao investimento. Aliás, sublinha a presidente do conselho da APA, há um contrato válido com concessão para 60 anos, que poderá abrir caminho a novas ideias e novos projetos.

terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Faleceu o Pe. João Gonçalves

Já descansa no coração maternal de Deus 
quem serviu os mais pobres


Em 8 de Dezembro, Dia da Imaculada Conceição, o Pe. João Gonçalves, conhecido no país por Pe. das Prisões, faleceu em Aveiro, após dolorosa doença. Nesse dia e hora, ingressou no regaço maternal de Deus, recebendo a recompensa divina pelos serviços prestados na comunidade humana em prol dos que mais precisam de pão e de uma palavra amiga, de conforto e estímulo. Ao apelo dos pobres, de pão e de amor, o Pe. João deixava a refeição a meio, se preciso fosse, e corria em socorro de quem estava em apuros.Este sacerdote, oriundo da Gafanha do Carmo, onde nasceu em 24 de Março de 1944, no seio de uma família profundamente cristã, filho de Daniel Gonçalves e de Júlia de Jesus Cuco, não era de muitas palavras, mas apostava no agir em conformidade em prol dos feridos da vida, dos que, caídos nos lamaçais da existência, não conseguiam reunir forças para renascer para uma vida nova.

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