Riqueza e Pobreza |
1. É mau ser rico? Não, de maneira nenhuma. Ai de nós, se não houvesse ricos, com iniciativa e capacidade para investir, criar riqueza, dar emprego a tanta gente, fazer progredir um país e o mundo! A riqueza, diz a Bíblia, é uma bênção. A pobreza, essa é uma maldição. O que é que podemos fazer sem algum dinheiro? Mesmo para fazer o bem e ajudar outros precisamos também de dinheiro. A expressão “Igreja dos pobres” pode levar a equívocos, pois não se trata de realizar “o ideal” de todos serem pobres. Pelo contrário: “Igreja dos pobres e para os pobres”, para acabar com um mundo de pobres que não têm aquele mínimo que lhes permita realizar a sua dignidade humana e cristã.
Pense-se na “parábola dos talentos”. Um dos contemplados foi condenado porque nada fez com o seu talento. Cada um de nós é ele, é ela, o que a família e a natureza nos deram gratuitamente e também o resultado do que conquistámos com o nosso trabalho e o nosso esforço...
2. Então porque é que a Bíblia condena os ricos: “Ai de vós, os ricos!”, proclama Jesus no Evangelho. Porque há a riqueza que é preciso condenar.
2. 1. Em primeiro lugar, é maldita a riqueza roubada, a que provém do roubo, da exploração. E, meu Deus!, o que se rouba, também neste país! Aos milhões e milhões! Uma desgraça! Por exemplo, há Bancos que se afundam e o Estado, isto é, nós, os contribuintes (alguém viu o Estado?), pagamos milhares de milhões e não acontece nada, nem sequer um julgamento. Foi a antiga Procuradora-Geral da República, Joana Marques Vidal que afirmou recentemente que o Estado está “capturado” por redes de corrupção e compadrio: “Há efectivamente algumas redes que capturaram o Estado e que utilizam o aparelho do Estado para a prática de actos ilícitos...