domingo, 25 de março de 2012

HINO À GAFANHA DA NAZARÉ

ZITA LEAL, AUTORA DO HINO




És fruto de um povo forte
De “antes quebrar que torcer”
Povo que enfrenta a desgraça
E não se deixa vencer.

Teu solo, areia agressiva,
Foi regado com suor
E nele brotou a vida:
A natureza deu flor.

Tuas mulheres foram mães
Pais, no lar, na educação
Mulheres que, cada vez mais,
Lutavam na solidão...

Gafanha é seca, estaleiro
Porto de ria e de mar,
Farol, forte, timoneiro,
É Fé, é Povo a rezar.

Gafanha, terra bendita,
Feita por nossos avós,
És a Menina Bonita,
Dos olhos de todos nós!

Zita Leal

AGORA FALTA A MÚSICA


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POESIA PARA ESTE TEMPO

DO CADERNO "ECONOMIA" DO "EXPRESSO"



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O GRANDE SERMÃO DESTA QUARESMA

No PÚBLICO DE HOJE


(Clicar na imagem para ampliar)

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 283


PITADAS DE SAL – 13 


A BOTADELA 

Caríssima/o: 

«Um dia destes, quando o tempo o permitir e a marinha estiver pronta, será destinado o dia da “botadela”. Normalmente será a um domingo. O marnoto dará um almoço, que será feito e servido na própria marinha, para o qual convidará os amigos. Para a comezaina e para ajudar na botadela que é um trabalho muito duro! 
O tempo continuou propício, os dias foram de calor desde o nascer ao pôr-do-sol. Aproximava-se o dia da botadela. O anúncio foi feito: 
- Será no próximo domingo… 
A areia já estava pronta havia uns dias. Tinha sido trazida do Bico do Muranzel, por barco saleiro, e descarregada em três pontos do malhadal, (os areeiros) de modo a ficar o mais próximo dos meios, para onde depois seria transportada. 
Era uma areia miudinha e amarelada, muito limpa, como convinha. 
No sábado anterior à botadela, na casa do marnoto era uma azáfama com o preparar dos componentes para o almoço da botadela. Eram as panelas, as batatas, as cebolas, e o inevitável bacalhau. O almoço era sempre batatas com bacalhau, por ser o mais fácil de confeccionar, no dizer do marnoto. 
Nunca eram convidadas mulheres ou raparigas para a botadela, ainda hoje estou para saber porquê! O serviço era muito pesado, mas, pelo menos, poderiam ser elas a confeccionar a refeição… 
Chegou o sábado à tardinha e apareceram-nos em casa os convidados: 

sábado, 24 de março de 2012

Hora de verão


Na madrugada de domingo, 25, pela uma da manhã, temos de adiantar os relógios uma hora. Com esta simples operação, acertamos o passo, isto é, o tempo, connosco e com os outros. Bom verão, com dias maiores.

NO EXPRESSO DE HOJE: MARIA MADALENA

Texto de Henrique Raposo






"Mais do que as grandes coisas, os pormenores definem um tempo. Na semana passada, os media e as redes sociais ficaram em pulgas com a possibilidade de algumas freiras instalarem um bordel na Mouraria para as prostitutas do downstairs lisboeta. A palavra-chave era ‘bordel’. A narrativa implícita era “freiras trazem Amesterdão para Lisboa”. Tudo bem? Tudo mal. Tirando as rifas da quermesse, as freiras não podem entrar em altas cavalarias comerciais, muito menos numa atividade que as obrigaria a vestir o hábito de madame. Se tivessem pensado cinco segundos, as redações que espalharam o boato do bordel teriam percebido que as freiras queriam apenas um abrigo onde pudessem auxiliar aquelas mulheres, isto é, queriam um sítio onde elas pudessem tomar banho, dormir em lençóis lavados, e onde tivessem paz para repensar a sua vida, longe dos zumbidos do proxeneta. Mas as redações do cinismo pós-modernismo preferem não pensar cinco segundos. Gozar com bordéis imaginários é que rende, não é verdade?

GRÃO DE TRIGO LANÇADO À TERRA

REFLEXÃO DE GEORGINO ROCHA 



Jesus serve-se desta imagem expressiva para iniciar a resposta a André e Filipe que o haviam procurado para lhe anunciar o desejo manifestado por uns gregos de o verem. O episódio ocorre em Jerusalém, junto ao templo, por ocasião da festa da pascoa judaica e condensa o alcance da “hora” que se aproxima: A paixão e exaltação de Jesus constituem a maior manifestação de Deus, a sua suprema glorificação. Deste modo, é satisfeita a aspiração mais profunda do coração humano. Ver a Jesus é entrar nesta relação existencial, captar a sua verdade e viver o seu dinamismo potenciador. 
O grão de trigo surge como metáfora pedagógica desta realidade sublime. Os interlocutores facilmente apanham o seu alcance. A civilização agrária facilitava-lhes a tarefa. O futuro do grão lançado à terra pode ser: o de apodrecer e não servir para nada; o de tentar conservar as energias que progressivamente vão mirrando e nem sequer alimentam as aves do céu ou os “habitantes” das zonas subterrâneas; o de deixar que o húmus e outros factores a influenciem e condicionem a ponto de ela servir de nutriente ao gérmen que começa a despontar e vai crescendo até ser árvore robusta e frutuosa.