Uma reflexão de Georgino Rocha
A exortação é dirigida às futuras “colunas” da Igreja – Pedro, Tiago e João – e, nelas, aos discípulos e aos cristãos de todos os tempos. A voz que se faz ouvir é de Deus Pai, profundamente envolvido na “aventura” em curso protagonizada pelo Nazareno perturbador. O Filho amado a quem é preciso escutar é Jesus que se deixa transfigurar, antecipando a dimensão futura do itinerário vital, recorrendo à brancura irradiante das vestes.
Marcos descreve o episódio ocorrido num alto monte e, com reminiscências de outras passagens bíblicas, elabora uma excelente catequese sobre o esperado Messias. Situa a transfiguração num momento crucial da missão de Jesus: Fá-lo sentir o fracasso devido à incompreensão do povo que o deseja político e curandeiro; à hostilidade das autoridades que não o querem tão politizado; ao endurecimento do coração dos discípulos que não deixam de pensar num messias poderoso; A tentação “bate” forte e mostra-se de modo emblemático no deserto para onde Jesus é impelido pelo Espírito.